REGIÃO VINÍCOLA DA CAMPANHA ORIENTAL
Vinícola Campos de Cima - Itaqui - Campanha Oriental.
A Expovinis 2010 mostrou uma evolução muito importante e ofereceu aspectos interessantes através das pequenas vinícolas que estão surgindo e se impondo pela qualidade de seus vinhos.
A questão do clima brasileiro que alguns jornalistas de pouca cultura geográfica ainda insistem em se escudar em um dos centenas de climas do Brasil, para atacar os vinhos nacionais. Como restam e estão aparecendo dezenas de climas e microclimas excelentes para uva de vinho, este argumento fica ridiculo, sem força e incoerente.
É muito interessante quando nos fixamos em algum terroir fora da Serra Gaúcha, por exemplo, Campanha Oriental, fronteira oeste do Rio Grande do Sul. As condições climáticas desta nova região vinícola tem como traço dominante o grande número de horas de sol na fase de frutificação e maturação, o grande número de horas de frio durante a fase de dormência das videiras, e a baixa precipitação de chuvas na fase de amadurecimento. O equilíbrio da planta ao longo do seu ciclo anual de produção responde com a madurez completa das uvas, alta concentração de açúcar, maturação fenólica completa e interessante acidez residual.
O solo é profundo , bem drenado, permeável e bem estruturado, permitindo que as raízes se aprofundem e protejam a videira das variações climáticas exteriores.
Nesta região da Campanha Oriental Gaúcha está localizada a debutante vinícola Campos de Cima Vinhos Finos, do casal José e Hortência Ayub, que optou pela produção de pequenos lotes, trabalhando para produzir Vinho de Autor em uma vinícola boutique.
O resultados provei na Expovinis 2010.
A linha completa envolve os varietais Tannat, Malbec, Ruby Cabernet, Tempranillo e Viognier, mais um corte rotulado Primeiro Corte, das castas Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat. Finalizando, um Espumante Brut, um champenoise de Chardonnay e Pinot Noir.
Chamou a atenção o vinho de Ruby Cabernet, uma interessante novidade varietal.Trata-se de um cruzamento da francesa Cabernet Sauvignon com a espanhola Carignane. O vinho tem cor intensa, reflexos violáceos, nariz vegetal com toques de pimentão verde sobre tons de frutas como ameixa e maçã. Boca plena, acidez saliente porém correta, equilibrada com os 12% de álcool e os taninos elegantes.
O Malbec com sua intensa e elegante cor rubi, oferece um nariz frutado com ameixa preta, amora e cereja, sobre tons mélicos e algo como compota de fruta. Tem bom volume de boca, no qual a estrutura dos 13% de álcool equilibra-se com a acidez moderada e os taninos de sutis toques adocicados.
O Viognier me lembrou alguns exemplares argentinos que provei em San Juan e Lujan de Cuyo, cor delicada, nariz floral de boa intensidade, boca equilibrada e refrescante, nos 12% de álcool.
E viva a deliciosa diversidade brasileira!
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