quarta-feira, 8 de outubro de 2008

XVI° AVALIAÇÃO DA ABE MARCA DA EVOLUÇÃO DOS VINHOS BRASILEIROS

No dia 22 de setembro último a ABE – Associação Brasileira de Enologia promoveu a décima sexta Avaliação Nacional de Vinhos, com o bloco de comentaristas dividido em dois grupos: 11 em Bento Gonçalves e 5 em Curitiba, trabalhando simultaneamente por videoconferência.















Entre os 16 comentarias participaram comentaristas estrangeiros legitimando o aspecto internacional da avaliação e a coleta direta do feed-back dos comentários: Tommy Lam (Singapura), Sheila Peritt (Canadá), Dominique Foulon (França), Leonardo Montemiglio (Itália), Vicenzo Solfrizzi (Itália), Jean-Lucien Cabirol (França) e Raul Castellani (Argentina).















Participaram desta edição 62 vinícolas, de seis estados (RS, SC, PR, MG, BA e PE), totalizando 317 amostras concorrentes. Estas amostras foram avaliadas por cerca de 80 degustadores de seleção que classificaram 95 amostras como o conjunto de 30% mais representativo do ano. Deste conjunto, foram escolhidos os 16 vinhos que mais caraterizaram a qualidade da safra 2008.

Categoria vinho base para espumante (2) : Vinícola Perini e Moët Henessy do Brasil.

Categoria Branco Fino Seco Não Aromático (4) : Viognier Piagentini, Riesling Itálico Salton, Chardonnay Don Guerino, e Chardonnay Casa Valduga.

Categoria Branco Fino Seco Aromático (2) : Moscato Itália Fazenda Ouro Verde (PE) e Moscato Giallo Salton.

Categoria Rosé Fino Seco (1) : Merlot/Cabernet Sauvignon Monte Lemos.

Categoria Tinto Fino Seco Jovem (1) : Pinot Noir Aurora.

Categoria Tinto Fino Seco (6) : Cabernet Franc Aurora, Cabernet Franc Valmarino, Merlot Rasip, Merlot Miolo, Ancellotta Catafesta, e Tannat Gheller.

O destaque de vinícolas pequenas ou novas como Gheller, Catafesta, Valmarino e Don Guerino serviu para mostrar a ascensão desses produtores butique no cenário vinícola nacional.



NOVOS VINHOS DA CASA MARIN NA VINEA

A chilena Maria Luz Marin é uma enóloga criativa e competente, que se aplicou num projeto ousado e pioneiro no desconhecido Valle de San Antonio, na pequena cidade de Lo Abarca, a apenas 4 km do mar. Não fossem as características inovadoras desta empreitada, com ele ela se tornou a primeira mulher a comandar integralmente uma produção de vinhos no Chile.

Conta ela que, em certa oportunidade na década de 1990, depois de assistir a palestra de um renomado especialista que traçava altas apologias às grandes vinícolas chilenas, perguntou a opinião dele sobre seus planos de explorar vitivinicultura de nível de boutique winery em Lo Abarca. Ele, sem descer de seu pedestal de sua pretensa grandeza, não titubeou em decretar um julgamento definitivo: ela não deveria desperdiçar dinheiro e tempo num terroir que não teria a menor chance de sucesso.

Maria Luz Marin, mulher de sólidos conhecimentos e de convicções ferrenhas, não se deixou abater pelas palavras duras do “especialista”, e fiel aos seus ideais, seguiu seus planos e entrou no novo milênio com as primeiras vinificações do terroir. Não demorou para que os verdadeiros especialistas reservassem especiais distinções, tanto no Chile quanto no Exterior. Robert Parker, por exemplo, destacou os vinhos da Casa Marin com classificações que vão dos 89 aos 92 pontos!















No dia 22 de setembro passado, foi realizado um almoço harmonizado na importadora Vinea, com pratos da chef Fabiola Gouveia e vinhos da Casa Marin, com direito aos interessantes comentários de Maria Luz Marin.

No coquetel, a sopa de alçafrão e o tartar de salmão caíram muito bem com o Cartagena Chardonnay 02, uvas de Casablanca. A entrada, mini abobrinha recheada com camarão e salada verde ao molho de queijo de cabra, casaram-se perfeitamente com o Laurel Sauvignon Blanc 05, de Lo Abarca. O prato principal foi perdiz confitada ao azeite de tomilho com batatas gratin, que ficou perfeitamente harmonizado com o Litoral Pinot Noir 03, de Lo Abarca.

Concentrando-me nos vinhos, tenho que registrar a qualidade dos Pinot Noir, safras 03 e 04, mostrando a evolução das videiras para melhor e decretando a alta qualidade desta casta em sua leitura chilena, comparáveis aos bons exemplares da Ilha Sul da Nova Zelândia, assim com aos do Oregon.

O Cipreses Sauvignon Blanc, com muita personalidade, retrata o que há de melhor desta casta no Chile, sem dúvida, um dos melhores do mundo.


HARMONIZAÇÃO ENOGASTRONÔMICA EMPOLGA EMPRESÁRIOS

Foi uma noite especial em Piracicaba, reunindo empresários e artistas da capital paulista e do interior. Foram todos recebidos por diferentes sabores de canapés e tipos de espumantes. O menu do jantar consistiu de três entradas, três versões de prato principal e três diferentes sobremesas. A harmonização foi feita com três brancos e quatro tintos para eleger-se a maior ou menor harmonização de duplas prato x bebida.

Um grupo heterogêneo de gente do empresariado, do comércio e da música consolidou-se em torno da alegria da oficina de enogastronomia.

As harmonizações campeãs foram: Avocato com camarão grelhado e capuchinho (entrada) casou-se com o Chardonnay Villaggio Grando (Brasil) e com o Sauvignon Blanc Galan Reserva (Chile); Filé ao molho de shitake e funghi com purê a ervas harmonizou-se muito bem com o Pinot Noir De Martino (Chile) e com o VF Villa Francioni (Brasil); e, finalmente, creme de café com marzipã, bem como chocolate Lindt 70% cacau com Portento - Quinta Santa Maria (Brasil).

Houve grandes elogios à participação dos rosés, Malbec Learning to Fly (Argentina), e do estruturado Cabernet S e capuchinho (entrada) auvignon Núbio (Brasil).

Mas a melhor harmonização mesmo foi a calorosa integração dos participantes !
Abaixo Rosie, Sergio, Paulo, Maria José,
Roberto, Renata
















Abaixo: Sergio, Paulo, Cristiane e Cilene















Abaixo: Sérgio, Paulo, Cidália, Mara e Leda



Abaixo: Cidália, Rosie, Maria José e Roberto
REAPRENDENDO O ESPANHOL

Eram bons tempos nos quais a gente tinha chance de tomar vinhos como Marques de Cáceres Gran Reserva 78, Vina Rel Gran Reserva 81, Castillo Ygay Gran Reserva 87, Tinto Pesquera 86 ou um Veja Sicilia Unico87. Eram menos custosos ou nós menos empobrecidos.

Mas os tempos recentes têm mostrado que rótulos de novos terruños tornam os bons vinhos espanhóis, mais uma vez, do tamanho dos nossos bolsos.

Foi assim que no dia 15 de outubro o Empório Santa Maria (Expand) promoveu um happy hour com o gerente de exportações, Jorge Martinez, do grupo espanhol Avelino Vegas, no qual foi feita uma degustação dos rótulos disponíveis no Brasil:

Condado Real Tempranillo – Tierra de Castilla 05 – vinhas de 15 anos - framboesa e baunilha – 13% (R$ 25,00)

Vegas 3 Tinto 04 – Tierra de Castilla – 3 castas, 3 carvalhos e 3 solos – vinhas de 20 anos – pimenta e couro novo – 13% (R$ 39,00)

Fuentespina Granate 06 –Ribera del Duero – vinhas de 25 anos – cor de romã, frutas delicadas como morango, cerejas e toques de bauniha – 13,5% (R$ 39,00)

Montespina Blanco Verdejo 07 – um branco de muita personalidade, vinhas de 50 anos – frutas tropicais (goiaba, maracujá) – 13% (R$ 48,00)

Fuentespima Roble 06 – Ribera del Duero – vinhas de 35 anos – 6 meses carvalho americano – tanino marcante, tostados e final em madeira – 13,5% (R$ 55,00)

Fuentespina Crianza 04 – Ribera del Duero – vinhas de 45 anos – 14 meses carvalho americano e francês – tanino elegante, frutas maduras, chocolate – 14% (R$ 78,00)

Fuentespina Reserva 01 – Ribera del Duero – vinhas de 70 anos – 16 meses carvalho americano e francês – complexo, café, chocolate e pimenta – 14% (R$ 118,00)

Fuentespina Reserva Especial Pagos Viejos 01 – Ribera del Duero – vinhas de 100 anos – frutas maduras, tostado, frutas secas e especiarias – 14% (R$ 275,00)

Como se vê, uma estratificação de preços muito razoáveis em função de fatores como idade das vinhas, produtividade e acabamento em madeira. Gostei e reaprendi a tomar muitas talagadas de bom espanhol!

(juliana pereira – expand - 3847 4747)

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