Na maior parte dos vinhos do mundo, entre uvas brancas, predomina a vinífera Chardonnay. Robusta, produtiva e altamente adaptável, ela proporciona execelentes vinhos e notáveis espumantes.
Não obstante, durante a colonização da Argentina pelos espanhóis, a casta branca Turruntes de La Rioja ou Torrontés, foi introduzida nas partes setentrionais daquele país, em Salta e La Rioja, com surpreendente aclimatação em terrenos com altitudes bem superiores aos 1.000 metros.
Nestas plagas a Torrontés encontrou o seu melhor terroir e se desenvolveu destacadamente até nossos dias para ocupar posição dentre as variedades mais importantes da Argentina.
Há alguns anos têm aparecido vinhos de Torrontés que contrariam aquele perfil original de excessivamente aromático, às vezes, enjoativo e desprovido de fineza, com final acompanhado de amargor. Isso vem animando muitas vinícolas que têm aplicado esforços especiais para oferecer boas interpretações desta variedade.
Terrazas de los Andes é uma vinícola argentina, criada pelo sofisticado grupo francês LVMH, cujo foco está voltado para identificar altitudes ideais para cada variedade expressar-se na sua maior plenitude. Nesses últimos 50 anos puderam por incontáveis e sucessivas experimentações, adequar terrenos, micro-climas, água e solo, para as castas selecionadas. Essa história começa quando a Moet & Chandon (grupo LVMH), através de um de seus enólogos, Renaud Poirier, escolheu Mendoza como o lugar para iniciar as primeiras experiências fora da França.
A vinícola Terrazas de Los Andes foi inaugurada em 1999, em uma velha bodega de 1898 recuperada, no coração de Pedriel, de frente para o imponente Cordón del Plata (Andes), identificada como terreno ideal para o cultivo das melhores uvas da província de Mendoza.
Para coroar a linha Terrazas de los Andes, aplicaram-se ao cultivo da Torrontés no seu berço andino localizado em Salta, em vinhedos na altitude de 1800 metros. Dali saem as uvas para o Terrazas Reserva Torrontés 2008, apresentado para a mídia paulista no dia 10 de dezembro passado no restaurante Pote do Rei.
No rótulo aparece a expressão unoaked para indicar que não passa por barris de carvalho, cuidado que tem a finalidade de potencializar o intenso fresco, os aromas florais e os exóticos frutados.
Na taça, aos olhos, um marelo esverdeado brilhante com reflexos dourados, no nariz, florais a jasmim e rosas, notas frutadas de manga, pêra e lichia, na boca, acidez elegante e refrescante. Com grande persistência aromática e gustativa, representa muito bem a tipicidade marcante desta variedade, com muita elegância e fineza, estabelecendo um novo marco para a Torrontés.
Um comentário:
Muito interessante este detalhe dos vinhos ´de vinhedo de altitude.
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