domingo, 2 de novembro de 2008

SBAV E OS BONS VINHOS TINTOS BRASILEIROS

A SBAV – Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, entidade que mais representa o espírito alegre do mundo do vinho entre nós, ofereceu aos apreciadores mais um painel de vinhos tintos top brasileiros, desta vez trazendo amostras paranaenses, catarinenses e gaúchas.

A sessão ocorreu em ambiente descontraído em que todos procuraram focar nas qualidades dos vinhos servidos às cegas. Eram seis mesas com seis participantes, cada qual dava a sua nota e a mesa fornecia a média de cada mesa. No final foram calculadas as médias dos vinhos, como apresentamos abaixo:

Recepção dos participantes:

Cuvée F1, Excellence Reserve, Espumante Natural Brut, Método Traditionnelle, Chardonnay e Pinot Noir, 12% de álcool, envelhecido por 18 meses sobre leveduras, uvas dos altos da região de Vacaria, Vinícola Franco Italiano, Curitiba.
Conceito geral: muito bom espumante (servido em temperatura alta, incorreta)

Painel de Vinhos:

Merlot Villaggio Grando, 2006, 13,9% de álcool, uvas dos altos de Água Doce, GBM Agroflorestal Ltda., Caçador, SC.
Conceito: 86 pontos.

Cabernet Sauvignon Varietal Dezem, 2004, 13% de álcool, uvas de Toledo, oeste do Paraná, Dezem Vinhos Finos Ltda, Toledo, PR.
Conceito: 86 pontos.

Coleção V Gran Reserva Cabernet Sauvignon, 2004, 14% de álcool, uvas do Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha, Casa Valduga Vinhos Finos, Bento Gonçalves,RS.
Conceito: 87 pontos.

Gran Vin Cabernet Sauvignon, 2005, 14% de álcool, uvas de Farroupilha, Serra Gaúcha, Casa Vinícola Irmãos Chesini Ltda., Farroupilha, RS.
Conceito: 88 pontos.

Utopia, Cabernet Sauvignon/Merlot, 2006, 14% de álcool, uvas de vinhedos dos altos catarinenses, Quinta Santa Maria, São Joaquim, SC.
Conceito: 88 pontos.

Tannat, Reserva Especial, 2004, 13,8% de álcool, uvas da Campanha Gaúcha, Vitivinícola Cordilheira de Sant’Ana Ltda, Palomas, Sant’ana do Livramento, RS.
Conceito: 87 pontos.

Vinho do Jantar:

Nubio Cabernet Sauvignon, Rosé, 2007, 14% de álcool, uvas de vinhedos dos altos catarinenses, Sanjo Cooperativa Agrícola, São Joaquim, SC.
Conceito: muito boa harmonização com a entrada e com o prato principal.

Certamente que muitos vinhos tintos de indiscutível qualidade não entraram neste painel por absoluta limitação de tempo de degustação mas, ao longo do ano próximo, teremos uma programação de painéis similares abrangendo uma grande gama de vinhos top brasileiros, tintos, rosés, brancos, fortificados e espumantes.






SBAV FORMA A PRIMEIRA TURMA DE SOMMELIERS

Com a coordenação de um dos maiores sommeliers brasileiros, Manoel Luz, a SBAV vem oferecendo um curso de sommelieria que, pela programação criteriosa e atualizada, faz o maior sucesso.

A forma de apresentação das matérias e seus detalhes é um dos pontos altos que traz a marca da competência, seriedade e descontração da Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho que, sem afetações, aproxima os estudantes do real conhecimento da profissão, além de proporcionar um ambiente de integração, como deveriam ser todos os cursos de sommeliers e de gastronomia.

Foram 26 novos sommeliers que se diplomaram nesta primeira turma. Quem estiver precisando deste tipo de profissional ou quem esteja interessado em fazer o mais arejado curso de sommelieria do Brasil, pode entrar em contato com a SBAV, Nelson, 11 – 3814 7905.

Foto DSCN 2033 – Legenda : A primeira turma com o coordenador Manoel Luz, o presidente Daniel Pinto e o diretor de degustação Sérgio Inglez de Sousa.



















































BRANCOS BRASILEIROS SEGUNDO CONFRARIA DOS SOMMELIERS

A REUNIÃO DA CONFRARIA DE SOMMELIERS FOI NA RÁSCAL – ITAIM, SÃO PAULO, DIA 11 DE NOVEMBRO, CONTANDO COM DOIS CONVIDADOS, JOSÉ LUIS PAGLIARI E SÉRGIO INGLEZ DE SOUSA.

O PAINEL ABORDOU 12 AMOSTRAS DE VINHOS BRANCOS BRASILEIROS DO PARANÁ, SANTA CATARINA E RIO GRANDE DO SUL.

FORAM DEGUSTADOS VINHOS DAS CASTAS CHARDONNAY, RIESLING ITÁLICO, MOSCATO GIALLO, GEWÜRZTRAMINER E SAUVIGNON BLANC.

AS VINÍCOLAS FORAM DON BONIFÁCIO VINHOS FINOS, FABIAN, PIZZATO, CORDILHEIRA DE SANT’ANA, BOSCATO, CASA VALDUGA, VILLAGGIO GRANDO, DEZEM E SANJO.

AS PONTUAÇÕES ALCANÇARAM NÚMEROS NA FAIXA DE 80 A 85, DENOTANDO BOA QUALIDADE DOS VINHOS DEGUSTADOS.

OS TRÊS PRIMEIROS COLOCADOS FORAM:

1° - NÚBIO SAUVIGNON BLANC – SANJO – SÃO JOAQUIM – SC
2° - CHARDONNAY – DEZEM – TOLEDO - PR
3° - CHARDONNAY – CORDILHEIRA DE SANT’ANA – SANTANA DO LIVRAMENTO – RS.

O GRANDE DESTAQUE DA TARDE FICOU PARA O SAUVIGNON BLANC NUBIO CUJA TIPICIDADE FOI RECONHECIDA PELA MAIORIA DO GRUPO.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

XVI° AVALIAÇÃO DA ABE MARCA DA EVOLUÇÃO DOS VINHOS BRASILEIROS

No dia 22 de setembro último a ABE – Associação Brasileira de Enologia promoveu a décima sexta Avaliação Nacional de Vinhos, com o bloco de comentaristas dividido em dois grupos: 11 em Bento Gonçalves e 5 em Curitiba, trabalhando simultaneamente por videoconferência.















Entre os 16 comentarias participaram comentaristas estrangeiros legitimando o aspecto internacional da avaliação e a coleta direta do feed-back dos comentários: Tommy Lam (Singapura), Sheila Peritt (Canadá), Dominique Foulon (França), Leonardo Montemiglio (Itália), Vicenzo Solfrizzi (Itália), Jean-Lucien Cabirol (França) e Raul Castellani (Argentina).















Participaram desta edição 62 vinícolas, de seis estados (RS, SC, PR, MG, BA e PE), totalizando 317 amostras concorrentes. Estas amostras foram avaliadas por cerca de 80 degustadores de seleção que classificaram 95 amostras como o conjunto de 30% mais representativo do ano. Deste conjunto, foram escolhidos os 16 vinhos que mais caraterizaram a qualidade da safra 2008.

Categoria vinho base para espumante (2) : Vinícola Perini e Moët Henessy do Brasil.

Categoria Branco Fino Seco Não Aromático (4) : Viognier Piagentini, Riesling Itálico Salton, Chardonnay Don Guerino, e Chardonnay Casa Valduga.

Categoria Branco Fino Seco Aromático (2) : Moscato Itália Fazenda Ouro Verde (PE) e Moscato Giallo Salton.

Categoria Rosé Fino Seco (1) : Merlot/Cabernet Sauvignon Monte Lemos.

Categoria Tinto Fino Seco Jovem (1) : Pinot Noir Aurora.

Categoria Tinto Fino Seco (6) : Cabernet Franc Aurora, Cabernet Franc Valmarino, Merlot Rasip, Merlot Miolo, Ancellotta Catafesta, e Tannat Gheller.

O destaque de vinícolas pequenas ou novas como Gheller, Catafesta, Valmarino e Don Guerino serviu para mostrar a ascensão desses produtores butique no cenário vinícola nacional.



NOVOS VINHOS DA CASA MARIN NA VINEA

A chilena Maria Luz Marin é uma enóloga criativa e competente, que se aplicou num projeto ousado e pioneiro no desconhecido Valle de San Antonio, na pequena cidade de Lo Abarca, a apenas 4 km do mar. Não fossem as características inovadoras desta empreitada, com ele ela se tornou a primeira mulher a comandar integralmente uma produção de vinhos no Chile.

Conta ela que, em certa oportunidade na década de 1990, depois de assistir a palestra de um renomado especialista que traçava altas apologias às grandes vinícolas chilenas, perguntou a opinião dele sobre seus planos de explorar vitivinicultura de nível de boutique winery em Lo Abarca. Ele, sem descer de seu pedestal de sua pretensa grandeza, não titubeou em decretar um julgamento definitivo: ela não deveria desperdiçar dinheiro e tempo num terroir que não teria a menor chance de sucesso.

Maria Luz Marin, mulher de sólidos conhecimentos e de convicções ferrenhas, não se deixou abater pelas palavras duras do “especialista”, e fiel aos seus ideais, seguiu seus planos e entrou no novo milênio com as primeiras vinificações do terroir. Não demorou para que os verdadeiros especialistas reservassem especiais distinções, tanto no Chile quanto no Exterior. Robert Parker, por exemplo, destacou os vinhos da Casa Marin com classificações que vão dos 89 aos 92 pontos!















No dia 22 de setembro passado, foi realizado um almoço harmonizado na importadora Vinea, com pratos da chef Fabiola Gouveia e vinhos da Casa Marin, com direito aos interessantes comentários de Maria Luz Marin.

No coquetel, a sopa de alçafrão e o tartar de salmão caíram muito bem com o Cartagena Chardonnay 02, uvas de Casablanca. A entrada, mini abobrinha recheada com camarão e salada verde ao molho de queijo de cabra, casaram-se perfeitamente com o Laurel Sauvignon Blanc 05, de Lo Abarca. O prato principal foi perdiz confitada ao azeite de tomilho com batatas gratin, que ficou perfeitamente harmonizado com o Litoral Pinot Noir 03, de Lo Abarca.

Concentrando-me nos vinhos, tenho que registrar a qualidade dos Pinot Noir, safras 03 e 04, mostrando a evolução das videiras para melhor e decretando a alta qualidade desta casta em sua leitura chilena, comparáveis aos bons exemplares da Ilha Sul da Nova Zelândia, assim com aos do Oregon.

O Cipreses Sauvignon Blanc, com muita personalidade, retrata o que há de melhor desta casta no Chile, sem dúvida, um dos melhores do mundo.


HARMONIZAÇÃO ENOGASTRONÔMICA EMPOLGA EMPRESÁRIOS

Foi uma noite especial em Piracicaba, reunindo empresários e artistas da capital paulista e do interior. Foram todos recebidos por diferentes sabores de canapés e tipos de espumantes. O menu do jantar consistiu de três entradas, três versões de prato principal e três diferentes sobremesas. A harmonização foi feita com três brancos e quatro tintos para eleger-se a maior ou menor harmonização de duplas prato x bebida.

Um grupo heterogêneo de gente do empresariado, do comércio e da música consolidou-se em torno da alegria da oficina de enogastronomia.

As harmonizações campeãs foram: Avocato com camarão grelhado e capuchinho (entrada) casou-se com o Chardonnay Villaggio Grando (Brasil) e com o Sauvignon Blanc Galan Reserva (Chile); Filé ao molho de shitake e funghi com purê a ervas harmonizou-se muito bem com o Pinot Noir De Martino (Chile) e com o VF Villa Francioni (Brasil); e, finalmente, creme de café com marzipã, bem como chocolate Lindt 70% cacau com Portento - Quinta Santa Maria (Brasil).

Houve grandes elogios à participação dos rosés, Malbec Learning to Fly (Argentina), e do estruturado Cabernet S e capuchinho (entrada) auvignon Núbio (Brasil).

Mas a melhor harmonização mesmo foi a calorosa integração dos participantes !
Abaixo Rosie, Sergio, Paulo, Maria José,
Roberto, Renata
















Abaixo: Sergio, Paulo, Cristiane e Cilene















Abaixo: Sérgio, Paulo, Cidália, Mara e Leda



Abaixo: Cidália, Rosie, Maria José e Roberto
REAPRENDENDO O ESPANHOL

Eram bons tempos nos quais a gente tinha chance de tomar vinhos como Marques de Cáceres Gran Reserva 78, Vina Rel Gran Reserva 81, Castillo Ygay Gran Reserva 87, Tinto Pesquera 86 ou um Veja Sicilia Unico87. Eram menos custosos ou nós menos empobrecidos.

Mas os tempos recentes têm mostrado que rótulos de novos terruños tornam os bons vinhos espanhóis, mais uma vez, do tamanho dos nossos bolsos.

Foi assim que no dia 15 de outubro o Empório Santa Maria (Expand) promoveu um happy hour com o gerente de exportações, Jorge Martinez, do grupo espanhol Avelino Vegas, no qual foi feita uma degustação dos rótulos disponíveis no Brasil:

Condado Real Tempranillo – Tierra de Castilla 05 – vinhas de 15 anos - framboesa e baunilha – 13% (R$ 25,00)

Vegas 3 Tinto 04 – Tierra de Castilla – 3 castas, 3 carvalhos e 3 solos – vinhas de 20 anos – pimenta e couro novo – 13% (R$ 39,00)

Fuentespina Granate 06 –Ribera del Duero – vinhas de 25 anos – cor de romã, frutas delicadas como morango, cerejas e toques de bauniha – 13,5% (R$ 39,00)

Montespina Blanco Verdejo 07 – um branco de muita personalidade, vinhas de 50 anos – frutas tropicais (goiaba, maracujá) – 13% (R$ 48,00)

Fuentespima Roble 06 – Ribera del Duero – vinhas de 35 anos – 6 meses carvalho americano – tanino marcante, tostados e final em madeira – 13,5% (R$ 55,00)

Fuentespina Crianza 04 – Ribera del Duero – vinhas de 45 anos – 14 meses carvalho americano e francês – tanino elegante, frutas maduras, chocolate – 14% (R$ 78,00)

Fuentespina Reserva 01 – Ribera del Duero – vinhas de 70 anos – 16 meses carvalho americano e francês – complexo, café, chocolate e pimenta – 14% (R$ 118,00)

Fuentespina Reserva Especial Pagos Viejos 01 – Ribera del Duero – vinhas de 100 anos – frutas maduras, tostado, frutas secas e especiarias – 14% (R$ 275,00)

Como se vê, uma estratificação de preços muito razoáveis em função de fatores como idade das vinhas, produtividade e acabamento em madeira. Gostei e reaprendi a tomar muitas talagadas de bom espanhol!

(juliana pereira – expand - 3847 4747)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Concours Mondial Bruxelles - Brasil 2008

Nos dias 10 a 14 de agosto passado, a Vinopress e a revista Vinho Magazine realizaram em Bento Gonçalves, RS, o concurso Concours Mondial 2008, dos melhores vinhos brasileiros, com uma equipe de jornalistas e degustadores brasileiros e europeus.


Com cerca de 150 amostras representando todos os estados brasileiros atuais produtores de vinhos finos, o concurso teve a coordenação pelo Diretor Geral, Baudouin Havaux, e duas comissões de degustadores, uma sob a direção de Eduardo Viotti e a outra de Sérgio Inglez de Sousa.

As Grandes Medalhas de Ouro foram conquistadas por: Panizzon Maximus 06, Miolo Fortaleza do Seival Tempranill0 06, Salton Talento 04 e Pizzato Reserva Cabernet Sauvignon 04, este uma criação do meu saudoso amigo, o enólogo Ivo Pazzato.

As Medalhas de Ouro ficaram com os vinhos: Miolo Quinta do Seival Castas Portuguesas 05, Salton Volpi Pinot Noir 07, Reserva Cordelier CS 05, Dezem CS 05, Miolo Cuvée Giuseppe 04, Salton Desejo 05, Luiz Argenta Merlot GR 05, Salton Series C.Franc 07, Casa Valduga Espum. 130, Peterlongo Prosecco 08, Góes e Venturini Chardonnay R 07, Don Abel CS Premium 05 e Boscato R CS 04.

As Medalhas de Prata foram alcançadas por: C.Valduga Premium CF 05, Miolo R CS 06, Salton Espum. Demi Sec, Gran Lovara 06, Garibaldi Mosvcatel Espum. 08, Boscato GR Merlot 05, Suzin CS 06, Santa Colina Chardonnay R 07, Aurora Milesime 04, Peterlongo Espum. Brut Fino 07, Valmarino CF - 10 anos- 05, Góes & Venturini Quinta do Jubair Tannat 08, Dom Robertto CS 05, C. Valduga Espum. GR 02, Saltonb Espum. Poética, Miolo RAR 05, Salton Espum. Reserva Ouro, Salton Volpi Chardonnay 07, Sanjo Maestrale CS 05, Garibaldio Esoum. Brut 07, Salton Espum. Brut, Dezem Merlot 05, Dezem CF 05, Góes & Venturini Casa Venturini Tannat 08, G&V Quinta do Jubair CS 05, Aurora R Chardonnay 07 e G&V Casa Venturini CS 05.

Chamam a atenção a presença de vinícolas novas que já estão obtendo avaliações distintivas como a Luiz Argenta (Flores da Cunha - RS), Robertto (Santa Maria - RS), Sanjo (São Joaquim - SC) e Suzin (São Joaquim -SC).


Os vinhos medalhado da Boscato representam o reconhecimento de todo trabalho com inovação do primeiro vinhedo high tech do Brasil, aplicação forte do Clóvis e sua filha Roberta.

No final das contas, esse concurso foi uma homenagem aos enólogos e aos vinhos brasileiros, vinda de uma entidade européia de renome e avalisada pela Vinho Magazine, a maior revista de vinho do país e a que sempre esteve engajada com a vitivinicultura brasileira.



ENOMATIC – UMA IDÉIA PARA SE DEGUSTAR

O Empório Santa Maria sempre foi uma referência de enogastronomia sofisticada, plantada no corredor de acesso a bairros de alto poder aquisitivo e trazendo costumeiramente novidades em seus eventos de alto nível.

Agora, sob direção do grupo St Marche e depois de passar por uma reforma de lay-out e de conceitos, o espaço reabre com o mesmo glamour que o acompanha há 15 anos.


Uma das grandes inovações incluídas no espaço enogastronômico é uma máquina italiana para servir doses de vinho de garrafas abertas, cujo sistema de climatização e conservação preserva totalmente a qualidade do conteúdo por um tempo bem maior.

A Enomatic instalada, tem seis módulos de serviço, totalizando a capacidade de 48 rótulos e funciona com um cartão magnético com certo valor total, com o qual o cliente vai se servido de doses para degustação. As doses podem ser de 30, 60 ou 120 ml, cada qual correspondendo a um valor, por exemplo, 30 ml do vinho argentino Zuccardi Série A Bonarda, R$ 2,00 ou 120 ml do Brunello di Montalcino Casanova di Neri, R$ 53,00.

A coisa é muito simples. Suponhamos que você tenha um cartão com crédito de R$ 100,00 e está sentado em uma mesa do restaurante. Escolhidos os pratos, você pode checar que vinho será escolhido para acompanhar a refeição.

Com o cartão, escolhe o módulo e o vinho, coloca-se o cartão no local apropriado e, escolhendo o tamanho da dose, coloca a taça sob o servidor e aperta o botão correspondente. A dose é servida tem seu valor abatido do crédito do cartão. No final o cliente devolve o cartão e paga pelo consumo efetivo.

A grande vantagem desta idéia é a disponibilização de 48 rótulos diferentes, de nível de preço por dose, por exemplo de 30 ml, variando de R$ 2,00 até R$ 13,00, conforme o valor unitário da garrafa. Como exemplos, para a pequena dose de defustação exploratória de 30 ml, um emblemático Dom Melchor vale R$ 13,00, um mineral Pera Manca branco vale R$ 7,00 e um Doña Paulo Estate Malbec, R$ 3,00.

A seleção dos 48 vinhos colocados na Enomatic será renovada mensalmente, realizada pelos experts e sommeliers do Empório, levando em consideração um conjunto de opções que abranja todos os gostos e níveis de preços. A máquina só admite trabalhar com vinhos tranqüilos, não servindo espumantes.

Neste primeiro conjunto de vinhos brancos, tintos e rosés, o apreciador poderá experimentar 11 argentinos, 3 australianos, 8 chilenos, 6 franceses, 5 portugueses, 2 neozelandeses, 1 sulafricano, 3 espanhóis, 6 italianos e 1 brasileiro. São oportunidades para fazer várias viagens exploratórias e, no final das quais, servir-se de doses de 60 ou 120 ml para festejar um final mais do que feliz.

Sendo esta a única máquina instalada no Brasil no momento, resta-nos reclamar um cartão fidelidade para viajar várias vezes ao mês e todos os meses ao ano nas mutantes 48 opções de escolha!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

MOVIMENTO EM DEFESA DA UVA E DOS VINHOS DO BRASIL

Muitas vezes conversei com figuras importantes do vinho brasileiro como, por exemplo, Juarez Valduga, Zanetti, Ângelo Salton, Fábio Miolo, Rinaldo Dal Pizzol, Albericci, Maurício Grando, Celso Panceri, Amélio Dezem....e muitos outros, lamentando a falta de união efetiva para a formação de um bloco do segmento que pudesse trabalhar na conscientização ou na pressão sobre os poderes públicos, no sentido não de proteger, mas de dar o justo tratamento. Uma vez, com algum deles, brinquei em se encher carros-pipa de vinho bordô e ir colorir as calcadas defronte palácios governamentais!
Na última Expovinis vimos uma imagem denotando o início desta tão propalada união: vinhos catarinenses vieram no estande mais bonito da feira, vinhos gaúchos estavam num estande comunitário, ambos os espaços com a participação (Ufa! Finalmente!!!) do Sebrae.
Agora temos no Rio Grande do Sul outro arremedo de mobilização no Movimento em Defesa da Uva e dos Vinhos do Brasil.
Com a finalidade que se intitula o movimento, seus integrantes estão realizando encontros com viticultores e vinicultores, sindicatos e demais entidades relacionadas com a cadeia produtiva da uva e do vinho, visando mobilização dos gaúchos para que, juntamente com representantes políticos, se faça uma primeira grande manifestação defronte ao Palácio Piratini e na Assembléia Legislativa do Estado.
Motivos para preocupação não faltam: 100 mil trabalhadores do segmento correm o risco de ir para o desemprego, 50% do consumo nacional de vinhos comuns são servidos por execráveis sangrias e coquetéis não potáveis, estima-se que 15 milhões de litros de vinho consumidos anualmente vêm da ilegalidade, a escalada dos vinhos finos importados que já estão ao redor de 75% do nosso consumo...sem falar dos impostos que são os mais altos do mundo.
Em termos nacionais temos o seguinte perfil:

20 mil famílias de viticultores
1.200 vinícolas
75 mil hectares plantados (40 mil de sucos e vinhos)
12 estados produtores
1,2 bilhões de quilos de uva (50% para sucos e vinhos)
300 milhões de litros de vinhos
R$ 1,2 bilhões de faturamento por ano na indústria.

Exmo. Srs. Presidente da República, Ministros, Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais, Governadores, Secretários de estados... enfim, uma plêiade de pessoas com poder de decisão, não permaneçam num eterno clima de Ilha da Fantasia. Entendam o segmento vitivinícola brasileiro com a mais autêntica manifestação de Reforma agrária pacífica e auto-sustentável.
Mexam-se e participem desta cruzada patriótica!