quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CADA CACHO NA SUA VIDEIRA, CADA VIDEIRA NO SEU TERROIR

A qualidade de um vinho desenvolve-se essencialmente sobre três conjuntos de condicionantes: agronômicas, enológicas e naturais.

As condicionantes agronômicas estão na base da pirâmide da qualidade do vinho uma vez que esta está definida dentro da baga da uva. Para nossa alegria, elas estão perfeitamente dominados, desde o que se refere ao preparo da terra, cuidados com as mudas, espaçamento de plantio, condução e tratos culturais, ou seja, do início do ciclo anual até a colheita.

Como condicionantes enológicas entram em jogo tecnologias de vinificação que são de domínio generalizado, mas que se ampliam a cada momento, com recursos mais sofisticados na adega e cuidados no processamento. A parte podre dessas práticas de cantina é a adoção de enologia intervencionista que, a partir de produtos químicos, vai transformando o vinho num produto desleal, e modificado por muitos aditivos que aportam predicados ou que escondem defeitos. Artificialismos à parte, a enologia honesta ainda é o melhor caminho para se elaborar os grandes vinhos sem truques químicos.

Mesmo trabalhados dentro de altos níveis de competência e de honestidade, esses dois fatores não podem ser considerados como únicos recursos pois a difusão das boas práticas de vitivinicultura certamente iria promover uma progressiva pasteurização e homogeneização da qualidade dos vinhos.

O que resta fazer para que os vinhos não sejam um lugar-comum repetitivo?

Resta trabalhar decididamente as condicionantes naturais, fatores próprios de cada pedaço de terra de uma região, determinando o microclima, a insolação dos dias, as temperaturas baixas da noites, a ação de ventos dominantes, o relevo e a estrutura do solo. Esses elementos são específicos de cada lugar, gerando terroir único.

O contexto de um terroir é inimitável e intransferível, é a impressão digital do vinho. Fica a cargo do terroir definir os potenciais de qualidade e de tipicidade do vinho, cuja tradução depende do vitivinicultor.

É, portanto, a conjunção competente desses três conjuntos de fatores condicionantes que garante bons vinhos, com clara personalidade de cada variedade de uva empregada e tipicidade correta de cada origem de produção.



terça-feira, 30 de agosto de 2011

VINHOS - A HERÓICA EPOPÉIA DAS VINHAS

Com o fim da glaciação e o degelo formou-se um grande mar que cobria considerável área da Terra, permanecendo livres da água as partes mais altas do planeta que, dentre tantas, notabilizaram-se para a viticultura aquelas que abrigaram as videiras: refúgio asiático-oriental, nos contrafortes que cercam o vale do rio Amur; refúgio americano, nas encostas e altos das longas Montanhas Rochosas, paralelas ao Atlântico; refúgio europeu, nas partes altas próximas ao Mediterrâneo; e, finalmente, o refúgio asiático-ocidental, na região pontuada pelos montes Ararat, Taurus e o Cáucaso.


No refúgio asiático-oriental, terrenos altos circundantes do vale do rio Amur e plagas japonesas e chinesas, desenvolveram-se as videiras sino-siberianas, como a Vitis amurensis, Vitis romanetti, Vitis coignetiae, etc. Estas videiras, pela resistência aos climas mais frios, têm sido empregadas na hibridação com outras visando melhorar o desempenho de determinadas videiras sob essas condições críticas de clima.

No refúgio americano, área comprida paralela à costa atlântica abarcando Estados Unidos, México, Belize e Costa Rica, preservou as origens das Vitis americanas: labrusca, vulpina, aestivalis, rupestris, rotundifolia, tiliefolia, smaliana, lincecumii, berlandieri, caribae, etc. e de suas variedades que viriam desembocar, na atualidade, nas videiras como Isabel, Concord, Catawba, Niágara e outras.

No refúgio europeu, centrado em terras mediterrâneas suíças, francesas, italianas, austríacas e balcânicas, talvez tenha ocorrido a proteção de uma única espécie, a Vitis vinifera silvestris, com variedades de uva como a Riesling.

Finalmente, no refúgio asiático-ocidental, o mais importante para a viticultura, compreendido pelas terras balizadas nas bordas meridionais do mar Negro e pelos montes Ararat, Cáucaso e Taurus, abrangendo a região afegã do Hindocush, abrigou um conjunto de videiras da espécie Vitis vinifera caucasica, com as variedades mais expressivas de uvas, hoje conhecidas como as uvas européias, como a Cabernet Sauvignon, Shiraz, Chardonnay, etc.

Reforça esta indicação, os registros do pesquisador francês Louis Figuier, descrevendo a videira Vitis vinifera como um arbusto de muitas ramagens, originário da Mingrélia e da Geórgia, entre as montanhas do Cáucaso, do Ararat e do Taurus.

Este período eocênico deve ter sido acompanhado de calor mais intenso. Ao depois, durante a época oligocena que se seguiu ( 33 a 26 milhões de anos a.C.), foi ocorrendo o gradual afloramento das terras submersas e a nova definição climática das diversas regiões, permitindo que as videiras descessem de seus refúgios naturais e fossem se alastrando pelas baixadas circunvizinhas.

No Pleistoceno, nova onda de glaciação (Würm) aconteceu e outras conseqüências danosas foram impostas à expansão da vegetação, inclusive das videiras.

Não obstante, aos poucos foram se restabelecendo condições mais favoráveis de clima sobre a Terra, quando as temperaturas mais altas deram início a um longo período de degelo e, consequentemente, sobreveio o bíblico Dilúvio. Dentre outros fenômenos geográficos, formou-se um grande volume de água conhecido como o Mar Numulítico, uma espécie de Mediterrâneo bem expandido que invadiu as terras inundando uma enorme área, cobrindo a região norte da África, Espanha ocidental, França meridional, grande parte do sul da Alemanha, Itália, Oriente, etc, deixando totalmente fragmentado o restante da Europa e Ásia.

Com a gradual normalização dos distintos climas correspondentes a cada parte da terra, as videiras finalmente puderam deixar seus refúgios e operar um alastramento que determinou as geografias de ocorrência natural de cada família.

Do refúgio europeu a videira silvestre invadiu o continente até sua porção central e norte, florescendo na Itália, Suíça, França, Bélgica, sul da Suécia, Alemanha, Áustria e Hungria. Do refúgio turco-armênico as caucásicas alastraram-se pela Rússia Meridional, Criméia, Pérsia, Afeganistão, Paquistão e Índia.

Para se encontrar os testemunhos ainda existentes dos mais genuínos e diretos representantes da videira que, nos mais remotos tempos, povoaram a Europa e a Ásia, basta visitar a região transcaucásica, especialmente na Mingrélia e na atual Geórgia (Colchide), onde videiras nativas crescem livremente entre a vegetação local e, em alguns lugares, é objeto de cultura rudimentar, como resquícios de tempos imemoriais. O mesmo pode ser observado no norte do Afeganistão.

As videiras da Vitis proligera di Varna estudadas na região de Varna (Bulgária), apresentam características ampelográficas similares à Vitis labrusca, da América do Norte. Vale sugerir a hipótese de que essas videiras tivessem se formado na rota de ida ao Cáucaso, mantendo a evolução alcançada até aquele período. 

Os curiosos achados fósseis a partir do Terciário médio na Europa, na turfa da Alemanha, na América do Norte e no Japão, apresentam os caracteres de forma e configuração que nos remetem ao grupo das videiras americanas. Descobertas mais recentes de rochas calcárias muito porosas, remanescentes diluviais da França e Itália, pedras de idêntica estrutura encontradas nas construções lacustres da Idade do Bronze, assim como os achados de Tróia e Tirina, aninham um tipo de sementes que correspondem às da Vitis vinifera mais primitiva.

A ampla difusão geográfica das ampelídeas, como uma planta genérica que se desenvolveu em numerosa família de plantas mais rústicas, inclui áreas da África, Américas, Ásia e Austrália. Mas, considerando-as no nível mais elevado de evolução, produtoras de uva, resumem-se aos três grandes grupos de videiras: americanas, orientais e viníferas, sempre ocorrentes naturalmente no Hemisfério Norte. Neste extenso e diversificado cenário, o monumental teatro terrestre, estavam lançadas as videiras fundamentais que, sobreviventes de toda sorte de catástrofes terrestres,  certamente continuaram a interagir com as condições de solo e de clima reinantes em cada lugar e a cada época, adaptando-se e modificando-se, resultando na multiplicação da prole em dezenas de espécies e milhares de variedades.

Quanto aos vinhos, existe no mercado ao redor do mundo, uma profusão de tipos e classes, elaborados de castas americanas, castas amurenses, castas européias e toda sorte de hibridagens cruzando castas com híbridas, híbridas com híbridas, e assim por diante.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A HORA E A VEZ DOS VINHOS ECOLÓGICOS



No princípio, tudo era naturalmente orgânico. Não havia excesso de população, poluição exacerbada, predação da natureza, não existia o aquecimento global ou as catástrofes como as que tem ocorrido ultimamente.

Em tempos mais afastados, os antigos sempre aconselharam a colheita de frutas quando ocorriam as primeiras picadas por algum pássaro frugívoro, numa certificação de qualidade fornecida pela própria natureza! No caso da uva, elas estavam na sua madurez plena.

Segundo contou o viticultor francês Jean Pièrre Amoreau, lembra ele que ao término da Primeira Grande Guerra havia enormes sobras de matéria química destinada à fabricação de artefatos bélicos.

Aproveitando-se dos ataques de fungos e outras pragas nos vinhedos, governos e empresários apressaram-se em desenvolver aplicações para consumir todo aquele material excedente e uma delas foi a produção de defensivos e fertilizantes agrícolas.

Esta prática sustentou a expansão dos vinhedos e contribuiu para que a geografia vitivinícola fosse ampliada mundo afora até em zonas de clima úmido. Nasceu e cresceu a viticultura química.

Em contraposição à agressividade dos tratamentos químicos, parte dos produtores tradicionais mantiveram-se nas práticas da agricultura ancestral, a viticultura orgânica, que faz o cultivo com elementos naturais sem o concurso de aditivos químicos.

Nas primeiras décadas de 1900, ganharam força na Europa os princípios da antroposofia de Rudolf Steiner, preconizando o equilíbrio e a harmonia do ecossistema universal, inaugurando a viticultura biodinâmica..

Segundo esta filosofia, o agricultor segue um calendário agrícola especial decorrente da influência do ritmo cósmicos da ua, Sol e outros planetas sobre as plantas. Conforme o posicionamento cósmico do dia e as inter-relações dos fatores decorrentes, será executada a poda ou outros tratos culturais. A área de cultivo busca tornar-se um organismo integrado, com a nula introdução de recursos e insumos externos.

Inicialmente havia, por total desconhecimento, certa desconfiança contra os vinhos orgânicos os quais, a priori, eram tidos como isentos da vivacidade presente nos vinhos ditos normais. Puro engano por falta de degustação deste tipo de vinho.

Mas numa civilização massificada pelas batatas fritas dos fast foods e pela odiosa vozinha da Hello Kitty, o que se observa é uma crescente fuga desses lugares-comuns e a procura por produtos ecológicos, situação que transforma gradativamente os vinhos biodinâmicos e orgânicos não mais em modismo, mas em produto de alto valor comercial.

No final, quem ganha mesmo é o consumidor, em opções, em aromas, em saúde e em atitude.

domingo, 28 de agosto de 2011

VINÍCOLAS CATARINENSES E OS CAMINHOS DO VINHO BRASILEIRO

Num país de clima úmido como o Brasil no qual muitas de suas províncias vinícolas tem a vindima em plena época das chuvas, o que rebaixa a qualidade da uva colhida e prejudica o nível de vinho produzido, restam duas situações distintas a explorar: o Nordeste que não tem chuvas e as Altitudes que retardam a colheita para fora do clima chuvoso.

Experiências isoladas em Minas Gerais, São Paulo e Goiás se apoiam no dobra do vionhedo, ou seja, enganar o ciclo das videiras e levar a colheita para junho e julho, fugindo das chuvas de verão.

As altitudes acima dos 900 metros oferecem insolação forte de dia, aportando a energia necessária para a vegetação da videira e frio mais forte de noite, que faz cessar as atividades da planta que se recompõe para a nova estirada do dia seguinte. Em resumo, o ciclo anual vai se alongando naturalmente, levando a vindima para final de abril a final de maio, já fora do verão chuvoso.

O Estado de Santa Catarina dispõe de várias áreas de altitude que vêm sendo exploradas por empresários bem sucedidos em outros segmentos e que encaram a vitivinicultura com uma ótica mais técnica e com menos sentimentos tradicionalistas.

Com menos de dez anos de efetiva atividade estruturada, os vitivinicultores das altitudes catarinenses exibem uma organização e uma união exemplares.

Esse movimento consistente  conduzido por empresários dinâmicos e arrojados fez nascer um segmento moderno totalmente focado em vinhos de alta qualidade. Dentro desse projeto ocorreu a criação da ACAVITIS - Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude, em novembro de 2005, que tinha como objetivos controlar e garantir a qualidade dos vinhos finos catarinenses de altitude, viabilizar a qualificação e a certificação dos vinhos de seus associados, dar subsídios às políticas públicas do setor e amparar a visibilidade e a conquista de novos mercados. O primeiro ano de gestão foi conduzida por João Paulo Borges de Freitas.



Atualmente, conduzida por José Eduardo Bassetti, a associação reúne 28 empreendimentos (sendo 18 vinícolas) e cerca de 160 produtores das regiões de São Joaquim, Caçador e Campos Novos. Juntos, eles representam mais de 300 hectares em produção no Estado.


Para se tornar um associado o produtor tem que preencher, necessariamente, o conjunto de três requisitos : produzir em Santa Catarina uvas viníferas, trabalhar vinhedos em altitude acima de 900 metros e elaborar vinhos sob rigoroso controle de qualidade.


Neste corrente ano de 2011, a Acavitis anunciou a criação da Coopervitis, o seu braço comercial. que responderá por um inédito sistema de compras e vendas coletivas. A partir do mês de maio, 140 rótulos de vinhos de altitude de Santa Catarina, aprovados por um comitê profissional de degustação, poderão ser adquiridos, em todo o Brasil, sem intermediários, com entregas rápidas e bons preços. Uma grande vantagem para clientes e apreciadores de vinhos de qualidade.


A Coopervitis terá, de imediato, uma loja, na cidade de São Joaquim, em Santa Catarina, prosseguindo na ampliação da malha comercial com o estabelecimento de centros de distribuição da Acavitis (CDA) em diversos Estados. Cada CDA conforma estrutura completa para atuação que engloba setores administrativos, de armazenamento, logística, comunicação, marketing e de vendas. Esses complexos de distribuição serão complementados com o apoio de lojas virtuais e serviço de mala direta aos consumidores.

O primeiro CDA já está sendo montado no grande centro comercial paulista que é a cidade de Campinas. Outros serão instalados em Florianópolis, Curitiba e Brasília, abrindo caminho para que sejam formados outros nas demais capitais.


Num futuro próximo, haverá lojas franqueadas da Coopervitis em malha cobrindo os grandes nichos de consumo de vinho do território brasileiro. Esse sistema de franquias será lançado numa segunda etapa, provavelmente no início do próximo ano. Já há um mapeamento prévio de cidades que poderão contar com lojas franqueadas Coopervitis. Inicialmente as cidades identificadas são Curitiba, Florianópolis, Blumenau e Campinas. Coroando esse grande projeto comercial, ocorrerá a ação de exportação conjunta, através da Coopervitis.


Integrarão o portfólio da Coopervitis apenas os vinhos aprovados pelo comitê de degustação da Acavitis, formado por enólogos, sommeliers e representantes dos consumidores. Um grupo de profissionais e enófilos capazes de selecionar os vinhos de maior destaque produzidos nas altitudes de Santa Catarina.


Projeto grande e audacioso, porém digno da modernidade do mercado consumidor brasileiro de vinhos.







sexta-feira, 26 de agosto de 2011

VINHOS PORTUGUESES - O SHOW DA DECANTER

Portugal de há muito que se destaca pela sua grande diversidade de estilos e tipos de vinhos, extraídos de um território muito pequeno. O vitivinicultor lusitano faz milagres e a cada quinta se encontra vinhos com características típicas e traços marcantes de agradabilidade.

Há muitos anos, estive na cidade do Porto e participei da sua Festa do Vinho. Naqueles tempos a festa acontecia em um galpão de dimensões acanhadas porém já com impressionante diversidade de produtos. Lembro-me que fiz o curso Educação do Nariz. Mais do que o nariz, eduquei minha conciência a respeito do que chamei de um milagre prtuguês.

No dia 24 de agosto p.p., tivemos uma mini-feira de vinhos portugueses especiais, representados pelos seus produtores, num total de 12, com mais de 80 rótulos de expressão, um evento organizado pela importadora Decanter. Para não ser cansativo, indicarei alguns vinhos dos muitos destacáveis.


Domingos Alves Sousa - Douro - tintos agradáveis baseados na Tempranillo (Tinta Roriz), Tourica Nacional, Toriga Franca e Tinta Cão, grande estrutura pela potência alcoólica de 14 a 14.5%, com especial destaque para os rótulos Caldas reserva Douro (R$ 98,10); Quinta da Gaivota Douro (R$ 190,00) e o excepcional Abandonado, de videiras quase centenárias (R$ 420,00).




Quinta dos Roques - Dão - da qual destaco o excepcional branco Encruzado, da casta que lhe empresta o nome, mineral, frutas secas, flores silvestres (R$ 94,85); Q.R. Touriga Nacional, com sua típica violeta sobre taninos agradáveis (143,65).


Falua Conde de Vimioso - Tejo - oferece dois tintos corte de Touriga Nacional, Tempranillo e Cabernet Sauvignon. O Conde de Vimioso 2009, 13.5%, traz uma fruta madura diferente como a fruta-do-conde ou atemoia (R$ 42,00); o Conde de Vimioso reserva 2007, 14.5%, é mais complexo em predicados que sobre taninos bem presentes, mostram traços de torta ou bolo de frutas (R$ 120,00).

Plansel Dorina Lindemann - Alentejo - o branco Marquês de Montemor, corte de Viozinho, Antão Vaz e Mammolo, baixa acidez e bom preenchimento de boca (R$ 35,00); Plansel Touriga Franca, um buquê de violetas na taça (R$105,55); Dorina Lindemann Limited Edition, corte de Touriga Nacional e Alicante Bouschet, baixíssima produção por videira (cerca de dois cachos), verdadeiro vinho de autor, elegante a muito agradável (R$ 130,00). Um elegante rosé Marquês de Montemor, morango (R$ 35,00).



Anselmo Mendes - Minho - um surpreendente Espumante Muros Antigos Vinho Verde, corte de Alvarinho e Alvarelhão (R$ 100,36), bem mostra a qualidade dos vinhos desse produtor. Para os amantes de varietais distintivos: Loureiro Muros Antigos (49,80), Alvarinho Contacto (R$ 86,20), Alvarinho Moda Antiga (R$ 210,30) e Muros Antigos Escolha Vinhoverde, corte de Alvarinho e Loureiro, (R$ 45,00).



Altas Quintas - Alentejo - conjunto de rótulos de cortes onde sempre aparece as castas Trincadeira, Tempranillo e Alicante Bouschet, cuja variação percentual resulta em vinhos muito diferentes entre si, como Altas Quintas 600, fruta do conte e jabuticaba (R$ 48,00); Altas Quintas Colheita,cereja, banana seca e tabaco (R$ 110,00); Altas Quintas Reserva DO, cânfora e erva doce (R$ 160,00).



Dona Maria - Alentejo - o rosado Dona Maria, corte de Tempranilo e Touriga Nacional, pleno de frutas brancas como morango e pêssego (R$ 71,00); Dona Maria Reserva, corte de Alicante Bouschet, Petit Verdot e Syrah, frutado com toques levemente apimentados (R$ 155,00); Julio Bastos 2004, varietal riquíssimo de Alicante Buschet, complexos predicados, bananada e casca de laranja (R$ 500,00).



Quinta de Foz de Arouce - Veiras - sobressaiu o vinho Vinhas Velhas de Santa Maria (R$ 180,00), um delicado corte de Baga com Touriga Nacional, frutas brancas, leve casca de laranja, taninos elegantes sobre acidez confortável.
 
Cossart Gordon - Madeira - vários tipos e níveis, conforme a variedade: 5 Year Old Verdelho (R$ 99,00); 10 Year Old Bual (R$ 165,00); Colheita Malmsey 1996 (R$ 195,00); Terrantez 1977 (R$ 540,00).     

  






quinta-feira, 25 de agosto de 2011

SACA-ROLHAS - ABRIR A GARRAFA É UMA GRANDE SACADA!

Nem sempre os vinhos foram comercializados em garrafas.

Nas primeiras vendas para clientes distantes, os vinhos da Armênia ou da Geórgia, desceram o rio Eufrates, para um mercado de nobres e potentados da Mesopotâmia. O vinho preenchia os vazios dos troncos de palmeiras, que formavam pilhas em barcos de casco de couro e viajavam rio abaixo até o destino final. Para voltar, os barcos eram desmontados e colocados nos lombos jumentos ali adquiridos.

Nesta rota de comercialização foi ocorrendo o espalhamento gradativo das videiras pelo Oriente Médio, via rio Eufrates, formando vinhedos nas terras da Síria, Fenícia e Cananéia, que se tornaram novos trampolins de difusão, agora por via marítima, para outros pontos do Mediterrâneo.

Para essa nova fase, via navegação mediterrânea, os cananeus desenvolveram as ânforas, um recipiente barato para o transporte do vinho. Este vasilhame, relativamente resistente e totalmente reaproveitável, mostrou-se adequado aos transbordos das viagens e à armazenagem nos postos de comercialização. As ânforas permitiram a comercialização do vinho e a difusão da vitivinicultura pelas ilhas e terras litorâneas do mar Egeu, especialmente Creta. Dentro das ânforas o vinho tornou-se patrimônio do Mediterrâneo que foi se irradiando pelas terras interiores da Europa, sucessivamente pelas mãos dos fenícios, gregos e romanos.

Nas andanças gregas e no império egípcio, as ânforas eram tampadas com batoques de madeira ou de cortiça. Com o passar do tempo, no correr da Idade Média, a madeira mereceu preferência.

Em 1680, com a invenção inglesa do vidro soprado, as garrafas passaram a ser utilizadas no serviço do vinho à mesa. Eram recipientes na forma de cebola com pescoço cônico e longo, que não tinha padrão de forma e de dimensões, variando de uma peça para outra. Para o fechamento eram usados tocos de madeira na forma de batoques cônicos, enterrados parcialmente no gargalo, deixando uma parte para fora que permitia sacá-los manualmente.

Um alicate com a ponta em forma de fortes pinças foi o primeiro saca-rolhas, ou melhor, um saca-tocos!

Para as garrafas mais requintadas as tampas eram feitas de vidro ou cristal usinado exigindo ajuste uma a uma ao respectivo gargalo.

Ao redor de 1740, as garrafas passaram a ser sopradas em moldes, tomaram a forma cilíndrica e ganharam mais regularidade do gargalo, abrindo espaço para o aprimoramento das tampas, quer batoques de madeira, quer de cortiça.

Na evolução do fechamento das garrafas, passou-se a utilizar batoques sem deixar uma porção projetada para fora, e a abertura evoluiu (ou involuiu ?) para se tornar um furo na tampa, feito por um pequeno trado (furadeira manual), por onde passava o vinho a ser servido. A queda de detritos no vinho não foi do agrado de muita gente e esta reação pressionou a invenção de novos dispositivos para sacar realmente a tampa.

Por associação de idéias, vendo a forma helicoidal do trado, verificando a elasticidade da cortiça que se alargava na introdução e se fechava na retirada a hélice, deu-se o advento do saca-rolhas, agora sim, saca-rolhas mesmo!

No final, a rolha foi colocada inteiramente no gargalo, melhorando a vedação e a conservação do vinho que, permanecendo quimicamente em paz, ganhou vida mais longa para revelar seus predicados mais complexos.

A evolução gradual da garrafa e da rolha construiu a possibilidade de refinamento do grande prazer da degustação. Este novo contexto permitiu a geração de uma extensa coleção de saca-rolhas: uns com haste helicoidal, outros com duas hastes lisas e uns terceiros com injeção de ar ou de gás inerte.

A variadíssima coleção de tipos e modelos de saca-rolhas dá margem a muita conversa, porém, o melhor é dar uma idéia geral resumida.

Os antigos e mais simples funcionam por tração direta , o da dieita não oferece referência para se centralizar a penetração da espiral. Não raro exige muita força para retirar a rolha. Pode causar choque no momento da abertura.



O tipo companheiro do garçom, tem uma lâmina para cortar o topo da cápsula e uma haste lateral que faz o papel de braço de alavanca, tornando mais fácil a retirada da rolha. O sommelier minimiza o choque de abertura. Na Figura abaixo o modelo da esquerda é o comum com abertura em um estágio (ação simples); o modelo da direita é de dupla ação, permitindo a abertura mais suave em dois estágios.



Na figura seguinte temos dois tipos de saca-rolhas pneumático: o de cima, ao ser bombeado introduz ar que expulsa a rolha; o debaixo, ao ser acionado impele gás comprimido. Existem críticas aos dois, especialmente ao de gás inerte.



Na figura seguinte podem ser observadas diversas dimensões de rolhas o que é bom para lembrar que o saca-rolhas deve estar adequado ao comprimento da rolha para não ultrapassá-la e sujar o vinho. A espiral tem que apresentar a secção transversal da forma circular e nunca o perfil cortante.



Agora é apanhar a garrafa, escolher o melhor saca-rolhas e praticar uma grande sacada!




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

CERVEJA - NÃO BEBA QUALQUER UMA!

Num país como a França que produz próximo de 6 bilhões de litros de vinho por ano, obviamente que uma considerável quantidade de litros é de qualidade inferior, não passa de vinho corrente cujo padrão é adequado para ser bebido por uma imensa quantidade de pessoas que não o faz para apreciar mas somente para ajudar a deglutir alguma refeição.

Assim também ocorre nas marcas de cerveja de qualidade comercial, uma bebida para se beber como se fosse água. Não têm o que apreciar, só servem para molhar a guela!

Tenho apreciado muitas marcas excelentes de cerveja com raça e alma, umas lager (baixa fermentação), outras ale (alta fermentação), fabricadas em quantidades limitadas para garantia da qualidade.


No 2° Wine Weekend Festival, entre outras excelentes cervejas, provei a linha da paulista Karavelle, uma cervejaria artesanal: Weiss, Kelller, Premium Pielsen, Red Ale e Barba Negra.




Chamou especialmente a atenção a Red Ale, de inspiração inglesa, que mostra uma característica cor âmbar, aroma maltado e sabor frutado num toque de boca cremoso de cerveja que cresce sobre a língua com sabor delicado e decididamente maltado. O final de boca deixa sensação refrescante traço do lúpulo inglês. Preço de venda R$ 9,00.


Dentro de outro estilo, a Premium Pilsen bem mostra a qualidade de uma lager elaborada sob condições não industriais. Produzida com purto malte e de acordo com a Lei de Pureza da Baviera (Reinheigebot), mostra a alegria da cor amarelo límpido, aromas florais e ataque cremoso de boca, onde cresce na forma de um creme estremamente agradável. Seu teor alcoólico baixo, 4,5%, oferece uma cerveja com traços adocicados do puro malte e aquele característico leve amargor devido ao lúpulo, muito refrescante.

Finalmente, com estilo próprio das cervejas de trigo e cevada, trabalhadas com lúpulo e levedura dre alta fermentação, a Weiss mostrou a tipicidade das melhores Weizenbiers do sul da Alemanha. Naturalmente turva, aroma e sabor frutados, traços de especiarias, oferece na boca espuma densa, abundante e cremosa, além de muito refrescante.



Uma outra cerveja de grande qualidade, a Cidade Imperial, uma cerveja com aromas intensos de cevada, cor mais escura, digamos um amarelo avermelhado, sabor típico do puro malte. Preço de venda R$ 5,50.

sábado, 20 de agosto de 2011

2° WINE WEEKEND FESTIVAL SÃO PAULO

A revista brasileira mais especializada em vinhos, Vinho Magazine, da editora Market Press, está realizando entre os dias 18 e 21 de agosto corrente, a segunda edição do Wine Weekend Festival SP, nas dependências do Jockey Clube de São Paulo.

O formato do evento foge das feiras normais de vinhos porquanto ela objetiva disponibilizar para os apreciadores de um bom vinho a possibilidade de conhecer, degustar, escolher e comprar rótulos de excelenetes marcas, brasileiros e importados, já em comercialização ou ainda em lançamento pelas lojas especializadas brasileiras.

Com duas edições apresentando crescimento de adesões, a Wine Weekend vislumbra constituir-se em plataforma de lançamento de novos rótulos no mercado uma vez que reúne pessoas de muitas tendências de consumo do nosso mercado. Essa grande variabilidade de consumidores tem vindoào evento para encontrar amigos e criar o ambiente mais propício para degustar, curtir e trocar impressões.

Uma das grandes atrações do Wine Weekend é justamente permitir que o visitante saia com algumas garrafas garimpadas pelos estandes e que os comerciantes do ramo saiam com bons negócios fechados.

Um restaurante atende àqueles que não podem deixar de harmonizar vinho e pratos, dentro da atmosfera de muitas possibilidades e novidades em termos de rótulos.

Em todos os dias do evento vem sendo ministradas palestras para principiantes e para iniciados, completando o ciclo de conhecer, discutir e efetivamente experimentar vinhos.




sexta-feira, 19 de agosto de 2011

UCS-ICIF/FLORES DA CUNHA - CURSOS E OFICINAS

* Formação Básica de Chef de Cozinha - Turma XXI*
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/folder/formacao_chef_de_cozinha

De 25 de agosto a 16 de dezembro de 2011 (segunda a sexta-feira)
Das 9h às 12h30min e das 13h30min às 17h - Carga horária: 600 horas.

ÚLTIMAS VAGAS – Inscrições diretamente na Secretaria da Escola - fones 54 3292 1188 e 3292 3071

*Culinária Italiana Tradicional com o Chef Italiano Mario Sobbia*

De 3 a 6 de outubro de 2011 (de segunda a quinta-feira)
Das 9h às 12h30min e das 13h30min às 17h – Carga horária: 32 horas

Inscrições somente até 11 de setembro de 2011 no site
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/aperfeicoamento/cursos_tematicos/05/apresentacao

* Sommelier Internacional FISAR - Formação Básica *

 http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/folder/sommelier_internacional_fisar

De 26 de setembro a 1° de outubro de 2011 (segunda-feira a sábado)
Das 9h às 17h - Carga horária de 55 horas.

Inscrições até 21 de agosto de 2011 – no site
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/capacitacao/cursos/02/apresentacao

* Sommelier Internacional - FISAR - Avançado - Módulo Mendoza *

Aulas - De 3 a 7 de outubro de 2011
De 4 a 6 de outubro – 3 dias de visitação a cantinas da região conforme roteiro
Das 9h às 17h – Carga horária 24 horas

Inscrições até 4 de setembro de 2011 – Inscrições no site
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/aperfeicoamento/sommellerie/06/apresentacao

* Finger Food em Confeitaria - Parte II *

http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/folder/finger_food_confeitaria/

De 13 a 16 de setembro (de terça a sexta-feira)
Das 13h30min às 17h – Carga horária de 16 horas
Inscrições até 21 de agosto de 2011 no site
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/aperfeicoamento/confeitaria/04/apresentacao

* Finger Food Salgado Parte II *

http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/folder/finger_food_salgado/

De 13 a 16 de setembro de 2011 (de terça a sexta-feira)
Das 18h30min às 22h - Carga horária de 16 horas
Inscrições até 21 de agosto de 2011 no site
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/aperfeicoamento/confeitaria/06/apresentacao

* Brigadeiros Gourmet com a Chef Laila Caminha*

De 3 a 6 de outubro de 2011 (de segunda a quinta-feira)
Das 18h30min às 22h - Carga horária 16 horas
Inscrições até 11 de setembro de 2011 no site http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/aperfeicoamento/confeitaria/07/apresentacao

* Cupcakes com a Chef Laila Caminha *

De 3 a 6 de outubro de 2011 (de segunda a quinta-feira)
Das 13h30min às 17h - Carga horária 16 horas
Inscrições até 11 de setembro de 2011 no site
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/aperfeicoamento/confeitaria/08/apresentacao

* Workshop Massas frescas e formatos especiais*

Dias 21 e 22/09 - das 18h30min às 22h30min – Carga horária: 8 horas
Demonstração, prática e degustação de vários formatos de massa fresca.
Inscrições diretamente na Secretaria da Escola - fones 54 3292 1188 e 3292 3071 até dia 13 de setembro

* Workshop Massas frescas recheadas*

Dias 28 e 29/09 - das 18h30min às 22h30min – Carga horária: 8 horas
Demonstração, prática e degustação de vários formatos de massa fresca.recheada
Inscrições diretamente na Secretaria da Escola - fones 54 3292 1188 e 3292 3071 até dia 13 de setembro

* Harmonização: a massa com o vinho *

Segunda-feira 26 de setembro de 2011 – Horário: das 18 às 21h30min
Inscrições diretamente na Secretaria da Escola - fones 54 3292 1188 e 3292 3071 até dia 13 de setembro

* Degustação, conservação e serviço do vinho “em casa”*

28 de setembro de 2011, quarta-feira – Horário: das 19h às 22h
Inscrições diretamente na Secretaria da Escola - fones 54 3292 1188 e 3292 3071 até dia 13 de setembro

Assista o vídeo - Escola de Gastronomia UCS-ICIF - TV TAM Nas Nuvens - http://www.youtube.com/watch?v=EnDItucHUfg

Viviane Mascarello
Secretária Executiva ESLAG
Escola de Gastronomia UCS-ICIF
Av. Vindima, 1000 - Parque de Eventos Eloy Kunz - Bairro Vindima
Flores da Cunha - RS - Cep 95270-000
Fone/fax 55 54 32921188 e/ou 3292 3071



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

VINHOS DE PORTUGAL - DECANTER TASTE EM SÃO PAULO


O evento DECANTER TASTE PORTUGAL em São Paulo será uma degustação com a presença de grandes produtores portugueses da atualidade, como Anselmo Mendes, João Pilão- Altas Quintas, Filipe Pereira- Cossart Gordon, Domingos Alves de Souza, Julio Bastos- Dona Maria, Roque Ferreira- Falua- Conde de Vimioso, Foz do Arouce, Luis Lourenço- Quinta das Maias, Quinta dos Roques, Representante da Quinta de Gomariz e Pedro Ferreira Leite – Warre´s.

Esses produtores virão ao Brasil especialmente para o evento que, além da cidade de São Paulo, vai ocorrer em outros três importantes centros consumidores de vinho português: Rio de Janeiro, Santos e Florianópolis.

Em São Paulo o evento será no dia 24 de agosto, próximo futuro, no período das 16 ás 21hs, no Hotel Caesar Park- Rua das Olimpíadas, 205- Vila Olímpia.

Além dos formadores de opinião que estão convidados, o evento DECANTER TASTE PORTUGAL poderá ter a participação de consumidores interessados que deverão adquirir seus ingressos pelo preço de R$ 75,00, através do telefone (11)3073.0500. Esse valor será parte do pagamento no caso de compra de vinhos. 











terça-feira, 16 de agosto de 2011

QUEIJO TIPO GRANA - EXPERIMENTE O GRAN MESTRI

Considerado um produto milenar, o queijo tipo Grana, tem o marco inicial da sua história no norte da Itália, mais precisamente na região da Padania. Contam os registros que há mais de mil anos, os monges dessa região produziam uma quantidade de leite que era superior às necessidades da população. Para conservar o leite excedente, eles criaram um queijo de massa dura, que durante a cura, mantinha inalteradas as propriedades nutritivas do leite, além de conferir ao produto um sabor excepcional.

Surgiu o queijo tipo Grana, assim batizado em decorrência da sua estrutura granulosa com um toque crocante na boca, cujo sabor adocicado e agradável ganhou com o passar dos anos a preferência mundo afora como uma obra-prima e um grande mito italiano.

Um visionário empreendedor brasileiro do setor lácteo, o catarinense Acari Menestrina, descendente de italianos, foi pioneiro no desenvolvimento do setor leiteiro daquele Estado e sempre alimentou o sonho de produzir queijos mais nobres, mirando para um dos mais apreciados do mundo, o tipo Grana.

Dessa forma, a partir de uma longa história de tradição que contempla arte, cultura e os melhores sabores da cozinha italiana, surge o queijo tipo Grana, produzido no Extremo-Oeste Catarinense, sob a marca Gran Mestri.

Assim, a concretização do fabrico exclusivo do queijo tipo Grana, o Gran Mestri, é resultado do pioneirismo e do ousado trabalho que abraçou  Acari Menestrina, transformando a região em uma das principais bacias leiteiras do sul do país.

Uma das características marcantes deste queijo é o rigoroso processo de produção que, para a fabricação dessa espécie de queijo no Brasil, demandou cuidados especiais para garantir a alta qualidade. Pensando nisso, a Gran Padania do Brasil importou alta tecnologia 100% italiana, necessária para a produção. Além da grande preocupação com a matéria-prima para produção do queijo tipo Grana. São propriedades rurais, consideradas modelos e fornecedoras exclusivas de leite para a Gran Padania, devido às exigências para atingir o patamar de qualidade exigida pelos italianos.

O trabalho de preparação das propriedades, da qualificação das famílias e da padronização dos procedimentos (como a alimentação controlada do gado e a atenção redobrada com as regras higiênicas sanitárias) para atender as rigorosas normas de produção é característica marcante. Isso ocorre para que o leite realmente tenha altíssima qualidade para a produção do queijo. Esse cuidado foi fundamental para que a qualidade do leite fosse garantida, pois o queijo tipo Grana é um produto vivo. Para se ter uma idéia da importância da qualidade do leite, são necessários 15 litros de leite para produzir 1kg de queijo tipo Grana. Em média, as peças do queijo possuem 40kg, o que implica na utilização de 600 litros para a produção de cada peça de queijo.

A criação do nome Gran Mestri está diretamente relacionada com o modo de fabricação do produto e a sua origem. Apenas mestres queijeiros experientes, os casaros como são chamados na Itália, profundos conhecedores do processo de fabricação conseguem avaliar um queijo tipo Grana, que fica maturando de 12 a 18 meses. Dessa peculiaridade originou-se a marca Gran Mestri e sua conceituação explicitada pelo slogan “O mais nobre dos queijos tipo Grana”.

Os Queijos Gran Mestri são produzidos com alta qualidade e tecnologia italiana, que traz para o consumidor um queijo com longa maturação e sabor inigualável.













segunda-feira, 15 de agosto de 2011

DO VALE DOS VINHEDOS - MERLOT RESERVA DON LAURINDO

A Denominação de Origem Vale dos Vinhedos constitui a primeira DO brasileira reconhecida oficialmente e tem regras muito claras em seu Regulamento de Uso. As vinícolas que podem exibir no rótulo essa condição são afiliadas à Aprovale - Assiociação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos, localizadas na área geográfica que se estende por uma área total de 81,23 Km2 e que abrange terras nos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul.


Como toda DO, esta tem o propósito de produzir vinhos com características específicas da região de origem, cuja tipicidade se imponha com clareza ao apreciador. Para tanto existe uma das condições oficiais que determina as variedades de videira autorizadas, ou seja, exclusivamente cultivares de Vitis vinifera L.:

Vinhos finos tintos secos: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Tannat.

Vinhos finos brancos secos: Chardonnay e Riesling Itálico.
Vinhos espumantes naturais finos: Chardonnay, Riesling Itálico e Pinot Noir




O sistema de produção vitícola estabelece como método oficial de sustentação das videiras exclusivamente a condução em espaldeira, limitando a produtividade por hectare de uva para vinhos finos tintos e brancos, nos níveis de 10 toneladas por hectare e de 1,8 kg de uva/metro linear nas filas da espaldeira.

A graduação mínima da uva para elaboração dos vinhos finos tintos deve ser de 12% em volume de álcool potencial e de 11% em volume de álcool potencial para os finos brancos. Para os vinhos-base para espumantes naturais, a graduação máxima potencial da uva para o vinho-base será de 11,5% em volume.

Os vinhos finos tintos secos deverão ter um mínimo de 60% de uvas da cultivar Merlot. O único vinho fino tinto seco autorizado como vinho varietal é o Merlot, sendo necessário, para tal, que o mesmo possua na sua composição no mínimo 85% da uva Merlot. A graduação alcoólica mínima dos vinhos finos tintos será de 12% em volume, sendo que a comercialização junto ao mercado consumidor somente poderá ser realizada após um envelhecimento mínimo de 15 meses, contados a partir do dia 01 de março da safra respectiva.




Um dos primeiros exemplares dessa especificação é o Don Laurindo Merlot, Reserva 2009, que responde a todas as exigências da DO Vale dos Vinhedos e, portanto, exibe no seu rótulo essa denominação. Com seus 12% de álcool, apresenta intenso aroma da fruta vermelhas madura cereja bem madura e traços de especiarias. Na boca, um bom preenchimento e o elegante toque avceludado de seus taninos gentis.





























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sábado, 13 de agosto de 2011

ICEWINE DA PERICÓ 2011 JÁ ESTÁ EM ELABORAÇÃO

Foi na madrugada do sia 28 de junho de 2011, com temperaturas bem abaixo de zero, mais precisamente a -9°C, antes do sol nascer, que o pessoal da Vinícola Pericó, São Joaquim, Santa Catarina,  iniciou a elaboração da safra 2011 do néctar Pericó Icewine.

Normalmente nos países tradicionais produtores de Icewine como Alemanha, Áustria e Canadá, as uvas utilizadas são de variedades brancas como a Riesling Renana, por exemplo. A Vinícola Pericó a  casta eleita foi a Cabernet Sauvignon, que suporta colheitas mais tardias, garantindo a permanência dos cachos nas videiras por um tempo que adentra aos dias invernais. É também a única capaz de sustentar seu lento amadurecimento nas parreiras até a chegada das temperaturas negativas do inverno na altitude dos vinhedos de 1.330 msnm, no município de São Joaquim, em plena serra catarinense.

Naquela madrugada extremamene fria as uvas Cabernet Sauvignon, em excelentes condições de sanidade e de superamadurecimento, estavam congeladas naturalmente, quando a colheita foi cuidadosamente conduzida pela equipe Pericó.


Este é o 2º ano em que a Vinícola Pericó tem em seus vinhedos o fenômeno natural mais esperado do inverno: muito gelo, baixas temperaturas e as condições ideais para colher uvas congelafas, perfeitas para a produção desse vinho raro, o vinho do gêlo. Em 4 e 12 de junho de 2009, com os termômetros marcando -7,5º C, esse sonho se tornou realidade pela primeira vez no Brasil. O 1º Icewine foi produzido no Brasil em uma ação ousada e pioneira da Vinícola Pericó e lançado em uma data especial, 10.10.10, às 10h10’10’’.

Para elaborar um Icewine – vinho do gelo – é preciso colher as uvas maduras em temperatura inferior a  sete graus negativos (-7ºC). Nessa condição, a água congelada no interior das uvas é separada durante o processo inicial de elaboração, resultando em um mosto rico em açúcares que posteriormente é fermentado lentamente e depois, permanece por alguns meses em barricas de carvalho francês.

A Vinícola Pericó apresentará, em 2012, a 2ª safra do Icewine genuinamente brasileiro, com qualidade equivalente aos tradicionais Icewines produzidos na Áustria, Alemanha, Itália, Nova Zelândia, Hungria, Canadá, e outros poucos a mais.

No vinhedo o processo também tem exigências especiais: a poda das videiras é feita pelo método Guyot, com o objetivo de distribuir melhor os cachos e dar maior uniformidade na maturação das uvas. Também é feito um raleio drástico, com descarte de mais de 50% da uva que seria produzida por pé para favorecer a concentração de açúcar.

Agora é aguardar o amadurecimento do Pericó Icewine que se prolongará por meses até 2012.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

CONFRARIA DOS SOMMELIERS - DEGUSTAÇÃO DE CASTAS IBÉRICAS

A Confraria dos Sommeliers realizou em agosto sua degustação mensal, desta feita tendo como tema o confronto entre castas típicas ibéricas Tempranillo x Aragonés ou Tinta Roriz"(Espanha x Portugal).

O resultado da degustação às cegas de distintos rotulos dessas castas foi o seguinte:
1º lugar: 90,00 pontos, amostra de nº5, Montecillo Gran Reserva 2001 da casta Tempranillo, produzido pelas Bodegas Montecillo e importado pela Miolo.

2º lugar, 87,20 pontos,  amostra de nº 7, Herdade do Esporão “A”da casta Aragonés,produzido pela Herdade do Esporão e importado pela Qualimpor.

3º lugar, 86,80 pontos, amostras de nº 9, Beronia Gran Reserva 2003 da casta Tempranillo, produzido por Bodegas Beronia e importado pela Inovini.

4º lugar, 84,00 pontos, amostra de nº 4, Callejo Crianza 2007 da casta Tempranillo, produzido por Felix Callejo e importado pela Expand.

5º lugar, 83,20 pontos, empatadas as amostras de nº 1 e de nº 2, respectivamente pelo Raimat Viña 43 2006 da casta Tempranillo, produzido pela Codorniu e importado pela Interfood e pelo Lynus Áurea 2005 da casta Tempranillo, produzido pela Lynus Viñedos e Bodegas e importado pela Porto Mediterrâneo.

6º lugar, 82,80 pontos, amostra de nº 8, Florentino Vino de Pago 2008 da casta Tempranillo ,produzido pela Arzuaga e importado pela Decanter.

7º lugar, 82,20 pontos, amostra de nº 6, Tinar de Mirat Crianza 2004 da casta Tempranillo, produzido pelas Bodegas Valdeviñas e importado pela Santa Cruz Importadora.

8º lugar, 79,00 pontos, amostra de nº 3, Ibéricos Crianza 2007 da casta Tempranillo, produzido pela Miguel Torres e importado pela DeVinum.

9º lugar, 78,60 pontos, amostra de nº 10, Gladium Crianza 2008 da casta Tempranillo, produzido pela Bodegas Campos Reales e importado pela Dominio Cassis.

A Importadora Ravin mandou a amostra Tempranillo Q da Zuccardi, mas não participou das notas, pois não estava dentro do tema avaliado.





quarta-feira, 10 de agosto de 2011

QUANTO PODE VALER UM VINHO?

Temos à disposição para comprar vinhos dos mais distintos níveis de preço e muitos principiantes acabam comprando baseando sua escolha no preço. Desconsideram os muitos baratos por desconfiarem do seu conteúdo que resulta em baixo custo. Não deixa de ser uma base inteligente porque o preço de venda tem que pagar a uva, a vinificação, a garrafa e seus paramentos, lucro do produtor, custo de distribuição e lucro de todos os elos dessa corrente de comercialização.

Sem ser letrado em economia qualquer pessoa deve relacionar preços muito baixos com produtos desqualificados. 

No outro extremo dessa cadeia estão vinhos de valores altos ou muito altos que como meias-verdades enganam os menos avisados passam a repetir os falsos conceitos de ultra qualidade que nem sempre têm correspondência com a realidade.

A bem da verdade, estes vinhos de valores muito altos ou até absurdamente altos não conseguem ter correspondência em verdadeira grandeza entre a qualidade efetiva e o custo do vinho. Em outras palavras, uma garrafa de vinho com preço acima de um valor, por exemplo US$ 200.00, não oferece nada a mais organolepticamente falando, para cada dolar de aumento do valor.

Claro que se te servirem um Château Lafite-Rothschild 2000 – Pauillac – Bordaux – França (cerca de US$ 2.500,00), você deve tomá-lo de joelhos e vagarosamente como um ritual de reconhecimento do mito daquela vinícola francesa da região de Bordeaux, com pequena área e de qualidade excelente.

Por outro lado, se te servirem 5 taças de vinhos tintos de alta qualidade, numeradas de 1 a 5, e pedirem para você degustar às cegas e dar nota para cada um, nem sempre a classificação das suas notas (realidade) vai ordenar as amostras combinando com os preços (mito).

Foi bem o que ocorreu na famosa Cata de Berlin realizada em São Paulo, em novembro de 2005, um painel de degustação às cegas por jornalistas especializados, avaliando vinhos de grande qualidade das vinícolas chilenas, francesas e italianas.


Como parte do resultado tivemos:

6° lugar - Seña 2000 – Chile ( ~US$ 220.00)

7° lugar - Don Maximiano 2001 – Chile (~US$ 170.00)

8° lugar - Viñedo Chadwick 2001 – Chile (~US$ 300.00)

9° lugar - Château Lafite-Rothschild 2000 – Pauillac – Bordaux – França (~US$ 2.500,00)

10° lugar -  Sassicaia Bolgheri DOC 2000 – Toscana – Itália (~US$ 460.00)

Como pode ser visto, se a sua classificação não seguiu a ordem decrescente dos preços dos vinhos, você não cometeu nenhum pecado, simlesmente revelou uma realidade que nem sempre concorda com o mito.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

CHAMPAGNE – O LONGO CAMNHO PARA AS ESTRELAS


A região francesa da Champagne, origem do espumante mais famosos do mundo, o champagne, foi lugar de passagem de videiras primitivas (ampelídeas) em sua migração milenar do Polo Norte para o refúgio final na Armênia e geórgia. Isso ocorreu há milhões de anos, conforme atestam fósseis da Vitis Sezannensis, que na Era Terciária floresceu em terrenos nos arredores da cidadezinha de Sèzanne. Como meros fósseis somente atestam a passagem de videiras selvagens por lá, ficando a formação de vinhedos dependentes da chegada dos romanos, que deram início à vitivinicultura.

A atividade vinícola na região é mais que milenar e, desde seu início, desenvolveu a produção de vinhos tranqüilos que apresentavam uma longínqua semelhança com os da Borgonha, com a qual debateu-se em acirrada disputa na comercialização.

Além da desvantagem de pouca resistência dos vinhos da Champagne ao transporte, o golpe de misericórdia caiu sobre seus produtos quando os médicos de Luís XIV indicaram seus rivais da Borgonha como os melhores para a saúde.


Paralelamente, vinhos espumantes eram conhecidos em algumas regiões européias por sua tendência a refermentar naturalmente sob os efeitos do clima da primavera. A refermentação natural gerava pressão interna nas frágeis garrafas da época, que estouravam ou lançavam suas toscas rolhas de pano à distância. Esses vinhos, tidos pelos vinhateiros como “vinhos do diabo” ou “arranca-rolhas”, com a refermentação punham a perder o líquido engarrafado.

Passaram-se cerca de 350 anos, quando o monge beneditino Dom Pérignon, da abadia de Hautevillers, situada pouco acima da cidade de Epernay, na Champagne, passou a estudar a vinificação dos vinhos aí produzidos, com o objetivo de combater o mal do “vinho do diabo”.


Estudou fatores decorrentes dos vinhedos, bem como detalhes da vinificação. Testou distintas castas como Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier em varietais e em cortes, determinando os contornos do método para a elaboração de um vinho de alta qualidade. Apesar de não conseguir reduzir a segunda fermentação de seus vinhos, descobriu os caminhos da qualidade das castas e seus diferentes cortes.


Tendo perdido a batalha para eliminar o diabo dos vinhos (gás carbônico), com ele fez um pacto e dirigiu seus esforços para aprisioná-lo. Com os ingleses, conseguiu garrafas mais robustas e, com os íberos, rolhas de cortiça de corpo maciço. Assim, o diabo não exorcizado foi aprisionado na garrafa e tornou-se uma bênção divina! Com a versão primitiva do que seria o método champenoise, o abade pode exclamar: "Venham ver, estou bebendo estrelas".

(IMAGENS DOM PÉRIGNON - LVMH)



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

OSTERIA L'INTREPIDO DE MILÃO - CARTA DE VINHOS PREMIADA

Segundo relata Martin Perez Cambet em sua postagem sobre casos muito estranhos do mundo do vinho, aconteceu uma pomposa premiação para a carta de vinhos do restaurante italiano Osteria l'Intrepido, de MIlão que, curiosamente, nunca existiu.

Esse prêmio foi dado pela famosa revista norte-americana de vinhos, a Wine Spectator, que fez história quando em 2008 premiou com rasgados elogios a carta de vinhos de un restaurante italiano chamado Osteria L'Intrepido, de Milão, verdadeiramente um restaurante inexistente.

Sabe-se que o evento foi resultado de um plano do crítico e degustador norte-americano Robin Goldstein, que se empenhou em desmascarar a pouca seriedade dos premios otrorgados pelos meios especializados em vinhos, para o que havia postado na rede uma página web de um restaurante ficticio com uma excelente carta de vinhos, também fantasma.

Para maior desespero dos responsáveis pela premiação, a carta ganhadora continha uma série de referências a vinhos que a revista havía avaliado em anos anteriores como os de piores qualificações possíveis!!!

Como se vê, não dá para acreditar em muitos dos sabichões e nas revistas metidas a icones!.

sábado, 6 de agosto de 2011

REVISTA CLÁUDIA - MULHERES DE DESTAQUE 2011

Desde 1996, a Revista Cláudia realiza anualmente uma premiação para mulheres de destaque em diversas áreas de atuação no Brasil. Veja: http://claudia.com.br/premioclaudia.

Entre as 3 finalistas na área de políticas públicas deste ano, está a minha nora, VALÉRIA PAYE PEREIRA, indígena do povo Kaxuyana e Tiriyó, do Parque Indígena do Tumucumaque. O resultado do Prêmio sai no dia 11 de outubro. Até lá, estão abertas votações pela internet no link acima.

VALÉRIA PAYE PEREIRA

Votando na Valéria, estamos prestigiando essa guerreira indígena, que aprendeu português apenas aos 10 anos, quando saiu de sua aldeia natal (Missão Tiriyós) que é uma das regiões mais isoladas do país na fronteira com o Suriname (cerca de 20 dias de barco até Oriximina/PA a cidade mais próxima). Estudou, trabalhou na área da saúde em sua aldeia, implementou projetos em sua região, ajudou a consolidar o movimento de mulheres indígenas na Amazônia e no Brasil e que tem participado intensamente na luta do movimento indígena a favor de direitos e melhores políticas públicas.

Abaixo, um breve perfil de sua atuação no campo das políticas públicas a favor dos povos indígenas no Brasil.

Valéria Paye Pereira é indígena Kaxuyana e Tiriyó (línguas Karib) do Parque Indígena do Tumucumaque, localizado no norte do Pará, na fronteira com o Suriname. Aos 10 anos foi enviada pelos pais para estudar na cidade, onde se formou auxiliar de enfermagem. Retornou para a aldeia, onde trabalhou no Posto de Saúde da aldeia Missão Tiriyós. Logo se destacou nas reuniões pela melhoria da qualidade do atendimento à saúde para os povos indígenas, sendo eleita tesoureira da organização indígena APITU (Associação dos Povos Indígenas do Tumucumaque), com sede em Macapá (AP). Como liderança indígena regional, participou da construção do novo sistema de saúde (Distritos Sanitários Especiais Indígenas / FUNASA), uma importante inovação em termos de política pública de saúde indígena. Coordenou a implementação de convênios de atendimento à saúde nas aldeias do Tumucumaque entre 1999 e 2001.

Foi eleita conselheira da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira: http://www.coiab.com.br/), quando participou de diversos processos de luta e reivindicação por melhores políticas públicas para os povos indígenas, como os programas PPTAL (Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal / FUNAI, voltado para a demarcação e proteção das Terras Indígenas amazônicas) e PDPI (Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas / MMA, voltado para apoiar projetos sustentáveis nas Terras Indígenas da Amazônia brasileira), Marcha dos 500 Anos, entre outros.

MULHERES INDÍGENAS NA ASSEMBLÉIA DA COIAB

Passou também a participar de encontros e discussões das mulheres indígenas brasileiras, sendo uma das organizadoras do Departamento das Mulheres Indígenas da COIAB, do qual participou da coordenação entre 2005 e 2007 em Manaus (AM) e atualmente faz parte do Conselho da UMIAB (União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira).

Em Brasília, foi a primeira mulher indígena a ser indicada como coordenadora da representação da COIAB na capital federal, sendo responsável por acompanhamento parlamentar, articulação com ministérios e outros órgãos governamentais, contato com embaixadas e doadores. Neste período, esteve a frente de diversos processos e momentos críticos em termos de direitos e políticas públicas indígenas, tais como a organização do Acampamento Terra Livre, que reúne desde 2005 centenas de lideranças indígenas de todo o Brasil na capital federal para discutir e apresentar suas demandas para o governo brasileiro, articulação para a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), cujo desfecho se deu em julgamento no STF em 2009, discussão da Política de Etnodesenvolvimento e Segurança Alimentar do CONSEA, acompanhamento da implementação de programas como o Programa Carteira Indígena (MMA) e Prêmio Culturas Indígenas (MinC). Também foi uma das responsáveis pela formação da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).


CENA DE UMA DAS MUITAS ASSEMBLÉIAS DE MULHERES INDÍGENAS

Atualmente trabalha na Coordenação de Gênero e Assuntos Geracionais - COGER/FUNAI, onde tem ajudado a coordenar os seminários sobre violência e a Lei Maria da Penha. É autora de artigo sobre o tema, que pode ser acessado através do link: http://www.inesc.org.br/biblioteca/publicacoes/outras-publicacoes/LIVRO%20MULHERES%20INDIGENAS1.pdf e nas capacitações das mulheres indígenas para atuação nos comitê regionais da FUNAI.

Participa ativamente de debates sobre a situação dos povos indígenas brasileiros, seus direitos e políticas públicas, bem como a relação com a sociedade e Estados Nacional. Algumas de suas reflexões podem ser vistas na entrevista Perspectiva Indígena sobre projetos, desenvolvimento e povos indígenas, acessada através do link: http://laced.etc.br/arquivos/13-Povos-II.pdf

Acaba de ingressar no curso de Ciências Sociais da UnB.

Além desse invejável perfil de mulher atuante nas questões de políticas públicas, a Valéria Paye é uma grande apreciadora de vinhos e uma companhia sempre requisitada para as minhas degustações.

Participe. Vote consciente como você o faz na escolha de seus melhores vinhos!



terça-feira, 2 de agosto de 2011

JUNDIAI - ESTÁ PINTANDO UMA CONFRARIA

No último sábado de julho, dia 30, fiz uma apresentação de vinhos para um grupo especial de Jundiaí que inicia a formação de uma confraria que promete peso e consistência. Foi um almoço no Sítio Santa Rosa, a caminho da Serra dos Cristais, para trinta talheres. Durante a recepção, animados pelos finger food, os participantes apreciaram e harmonizaram os petiscos com o espumante Don Laurindo Delicado, um corte de Chardonnay e Riesling Itálico, demi-sec, 12% de álcool, 2010, a meu ver um verdadeiro brut para o paladar brasileiro.

Os pratos estiveram a cargo de Edna Pelliciari. Após a colorida variação de finger food, foi servida uma sequencia de antepastos e saladas. Os pratos principais foram uma rosetta caseira ao creme fresco, espetacular, e um filé ao molho escuro de cebolas, acompanhado de coulis de maçã, esta dupla com a assinatura de Teresa Pelliciari. A rosetta consiste em delicadas fatias de canelone recheado com queijo e frios, mergulhada em creme e gratinada. Deliciosa! 

Patrícia Andrade, que participou da organização do evento, 
brindando com Sílvia o sucesso do almoço.


Rosie com Edna, a chef nota dez  

Parte do grupo compartilhando alegria e opiniões sobre os vinhos e os pratos.

Para acompanhar as saladas, foi feita a harmonização com o Chardonnay Reserva Terrazas de los Andes, 13,5% de álcool, 2008, um vinho das altitudes andinas (1200 m) e o varietal Cabernet Sauvignon Rosé Núbio, 14% de álcool, 2007, outro vinho de altitude e do frio da serra catarinense (1300 m). As opiniões se dividiram enquanto as garrafas se esvaziavam!

A alegria de tomar bons vinhos estampada nas faces 
dos "sofredores" Luiz Philippe, Renato, Sergio e Admir.

Empresários e profissionais liberais jundiaienses e seus pares, não deixaram o campo de ataque e passaram para o prato principal, um prêmio ao paladar de qualquer gourmet exigente.

Rubens e Thereza curtindo o clima!

Os pratos principais foram harmonizados com o Merlot argentino D'Aguiar Reserva Especial, 13% de álcool, 2005, e o corte soberbo de Cabernet Sauvignon e Merlot, o RAR, das altitudes de Muitos Capões, norte gaúcho, 13%, 2004.  

Pegos de surpresa, Gustavo, Henrique e Helio, ainda tentaram esconder os cálices! 

A sobremesa foi um brownie de chocolate, macio e molhadinho, com sorvete, e enormes travessas de frutas diversas. Tudo isso foi casado com o vinho fortificado branco Portento, das altitude catarinenses (1300 m), 18% de álcool, 2005, elaborado como se fosse um Moscatel de Setúbal, da Quinta Santa Maria.

SBAV-RIO DIVULGA SEU PROGRAMA DE AGOSTO

Dia 02, terça-feira
Johnathan Grieve, diretor da vinícola Avondale estará apresentando seis vinhos surpreendentes.
Pioneira na África do Sul na produção de vinhos biodinâmicos, os vinhos Avondale são ainda mais especiais somados á localização geográfica que proporciona uma melhor luminosidade, além do clima que favorece as safras.
Conhecida como uma das melhores vinícolas do Novo Mundo, a Avondale cativa cada vez mais apreciadores com este cuidado na elaboração de seus vinhos em harmonia com o meio ambiente e tecnologia avançada.
Os vinhos:

Chenin Blanc
Rosé
Pinotage
Reserva Syrah
Gran Reserva The Owl House Cabernet Sauvignon
Muscat Rouge

Investimento: Sócios > R$ 55,00 Não-sócios > R$ 75,00
Local: Sede da Sbav-Rio / Horário de início: 19h30

Dia 09, terça-feira
PradoRey, Ribera Del Duero.

Com 3.000 hectares totais e 520 de vinhedos na mais nobre região do país, a Real Sitio de Ventosilla é atualmente a maior vinícola em área cultivada na Ribera del Duero. Divide-se em sete pagos (mesoclimas) diferentes que aportam muita complexidade aos vinhos PradoRey. As características típicas desta zona estão presentes, fruta sedutora, concentração aveludada e impactantes impressões especiadas provenientes do longo amadurecimento em barricas.
A PradoRey busca diferenciar-se pela excelente relação qualidade/preço, onde as modernas técnicas de vinificação são sentidas mas não ofuscam o marcado caráter da região. O conceito de sustentabilidade é seguido na PradoRey, com a máxima preservação do meio ambiente, técnicas responsáveis de cultivo e auto-suficiência energética.
Venha degustar os clássicos da PradoRey com a orientação do gerente de exportação, Sr. Fabian Olaiz.

PradoRey Ribera Del Duero Rosado
PradoRey Roble
PradoRey Crianza
PradoRey Reserva
PradoRey Gran Reserva

Venda de vinhos durante a degustação com 15% de desconto.
Investimento: Sócios > R$ 60,00 Não-sócios > R$ 80,00
Local: Sede da Sbav-Rio
Horário de início: 19h30

Dia 10, quarta-feira
“Tops de Bordeaux – Safras Excepcionais: Um Cru Classé entre Grandes Segundos Vinhos” com Homero Sodré, nosso Embaixador Credenciado de Vinhos de Bordeaux para Brasil e América Latina.

Toda a magia e encantamento dos vinhos de Bordeaux se expressa nos grandes Chateaux do Médoc, muitos deles vendidos a preços estratosféricos. A opção inteligente é degustar os segundos vinhos, elaborados pelos mesmos enólogos e no mesmo terroir dos vinhos principais. Nesta degustação, Homero Sodré selecionou quatro Second Vins e um Grand Chateau, todos consagrados mundialmente. Os quatorzes felizardos participantes poderão se inebriar com os aromas e sabores de Paillac e Margaux, conhecendo e provando as tipicidades das melhores safras do século, como 2003 e 2005. Imperdível !

1. Prelude a Grand Puy Ducasse 2003 AOC – 2nd Vin Chateau Grand Puy Ducasse – 5eme Cru Classé
2. Reserve de La Contesse 2005 AOC – 2nd Vin du Chateau Pichon Longeville – 2eme Cru Classé
3. Ch Haut-Bages Averous 2005 AOC Pauillac – 2nd Vin du Chateau Lynch-Bages – 5eme Cru Classé
4. Alter Ego 2004 AOC Margaux – Second Vin du Chateau Palmer – 3eme Cru Classé
5. Chateau Grand Puy Ducasse 2006 AOC – 5eme Cru Classé

Investimento: Sócios > R$ 157,00 Não-sócios > R$ 210,00
Local: Sede da Sbav-Rio
Horário de início: 19h30

Dia 22, segunda-feira
Degustação Vertical de Lote 43 ! Inédita no Rio de Janeiro !

As safras que serão apresentadas pelo diretor e enólogo Adriano Miolo são: 1999, 2002, 2004, 2005 e 2008.

Local: Restaurante Casa Do Filé, Humaitá
Horário de início: 19h30

Dia 30, terça-feira
Degustação Porto Taylor’s com Eduardo Lopes.

A Taylor’s hoje com mais de 300 anos, continua totalmente uma empresa familiar e independente, administrada por seus descendentes dos sócios fundadores.
Suas caves estão localizadas na costa oeste do Atlântico, em Vila Nova de Gaia, em frente à cidade do Porto onde a maior parte dos grandes conhecedores classifica a Taylor’s como sendo a melhor casa de Vinho do Porto, especialmente famosa pelos seus Vintages de grande longevidade, que freqüentemente atingem os preços mais elevados nos leilões e, ainda pelos seus Tawnies de Idade. A par desta longa tradição, sobressai ainda uma faceta inovadora: a Taylor’s foi pioneira na criação do Late Bottled Vintage. A vinha é cultivada nestas encostas desde os tempos pré-romanos.

Serão 07 vinhos:
Fine Tawny
Fine Ruby
Select Reserve
First Estate Reserve
Chip Dry
LBV
Tawny 10 anos

Investimento: Sócios > R$ 80,00 Não-sócios > R$ 120,00
Local: Sede da Sbav-Rio
Horário de início: 19h30

Após cada apresentação será servida a tradicional mesa de queijos e frios.

Mais informações pelo telefone (21) 2537 2474 a partir de 13h. Para garantir sua vaga, efetue o pagamento no banco e nos envie o comprovante por e-mail - secretaria@sbav-rio.com.br