quinta-feira, 29 de abril de 2010

PERDEMOS TEODORO MUNE


Nas curvas da estrada que passa por Urubici e leva a São Joaquim, Santa Catarina, perdemos um grande amigo, um verdadeiro irmão, um exemplo de pessoa correta e do bem.


Um dos maiores especialistas brasileiros em comercialização de maçãs, foi ele responsável pela projeção dos vinhos da SANJO no mercado brasileiro.


Pela brutalidade da perda, ficamos sem palavras, ficamos mais descrentes da tão propalada justiça divina, ficamos menores porque perdemos um amigo de real valor, um pedaço importante dos nossos relacionamentos.


Descanse em paz, velho guerreiro Teodoro!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

DE VOLTA À BELLE EPOQUE COM PERRIER-JOUËT

Os champagnes Perrier-Jouët sempre evocam a sofisticação, o luxo e o refinamento dos românticos tempos da belle epoque. Com praticamente 200 anos de sucesso e de tradição histórica, a Perrier-Jouët coloca-se entre as primeiras casas sofisticadas da Champagne.
No dia 13 de abril passado, no Espaço Manioca, São Paulo, a Perrier-Jouët trouxe ao Brasil pela primeira vez, Hervé Deschamps, o 7° chef da cave, que responde pela elaboração dos leves e muito refinados champagnes da Maison. Um grupo formado pelos mais importantes formadores de opinião do consumidor brasileiro esteve presente.
Os finger food foram obra da chef Helena, sempre harmonizados com profusas taças de espumante Belle Epoque 2002. Para o almoço, a chef Helena colocou a sequência de Salada Waldorf, Talharim de Pupunha, Bobó do Mani e Salada de Abacaxi e Rosas, que se prestaram ao casamento com os champagnes degustados na ordem: Belle Epoque 2002, Belle Epoque 2000, Belle Epoque 1998, Belle Epoque Blanc des Blancs, Belle Epoque Rosé 2004 e Belle Epoque 2002.
Não obstante o impecável toque de boca de todos os Perrier-Jouët, chamaram-me a atenção e tiveram a minha preferência o Belle Epoque 1998 e o Belle Epoque Rosé 2004.
Realmente pude vivenciar o histórico "beber estrelas" de Dom Pérignon!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

VINHOS DE ALTITUDE DA QUINTA SANTA MARIA

Foi no dia 22 de março último que a catarinense Quinta Santa Maria apresentou para os formadores de opinião sua linha completa de vinhos, em jantar no restaurante paulistano Parigi. Esta vinícola está implantada em São Joaquim, com vinhedos construídos em patamares, imitando as margens do rio Douro, nas altitude de 1.140 a 1.300 metros.
O terroir dos vinhedos contempla clima temperado, verões de dias quentes e noites frias, invernos rigorosos. Temperatura média anual de 12,7°C, diferença entre temperaturas diurna e notura de 12°C (amplitude térmica). Embora a precipitação média anual seja de 1.540 mm, as chuvas se resumem a apenas 200 mm durante a época de maturação das uvas, possibilitando colheitas seguras de março a maio. Solo argilo-arenoso preparado em terraças de grande profundidade.
O grande maestro da vinícola é o português Nazario Santos que trouxe muitas receitas da sua passagem pelo Douro e dá vida aos vinhos da vinícola.
Dois vinhos fortificados formam os vinhos de sobremesa: Portento Branco, de Moscato Bianco, e Portento Tinto, de Cabernet Sauvignon, Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz. São vinhos que têm enfrentado com ampla vantagem os correspondentes portugueses menos sofisticados.
No conjunto de vinhos finos secos, os rótulos têm evolução na seguinte sequência:
QSM Blend, Cabernet Sauvignon, Merlot, Touriga Nacional e Tinta Roriz, um tinto simples e fácil de beber. passagem de 10% do vinho durante seis meses por barricas francesa e americanas. Preço previsto para consumidor: R$40,00.
Utopia Glamour, varietal Chardonnay, elaborado em aço inoxidável, conservando o frescor da fruta. Não sofre fermentação malolática. Um bom exemplar de Chardonnay. Preço R$ 60,00.
Utopia Noir, varietal de Pinot Noir, elaborado totalmente em aço inoxidável, executada a fermentação malolática, aromas delicados de morango e pera, traços de canela, toque florais de violeta. Um vinho muito interessante e fácil de beber. Preço R$ 60,00.
Utopia Mosaique, corte de Cabernet Sauvignon, Merlot, Toriga Nacional e Tinta Roriz, elaborado totalmente em aço inoxidável, sofre fermentação malolática, 10% do vinho com passagem de 6 meses por barricas francesas e americanas; apresenta cor intensa, frutas vermelhas, chocolate e tabaco. Um vinho muito interessante. Preço R$ 60,00.
Utopia Purpurata, um varietal de Touriga Nacional, elaboração em aço inoxidável, realização da malolática, 100% do vinho com passagem por barricas francesas; cor púrpura intensa, aromas de flores e frutas vermelhas, com toques sutis vegetais. Um dos vinhos mais destacados e promissores do painel. Preço R$ 80,00.
Utopia Lote Um, corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Toriga Nacional, malolática executada, passagem de 50% do vinho por 6 meses em barricas americanas e francesas; cor rubi intenso com reflexos violáceos, aromas frutados, florais, com toque de especiarias. Um vinho muito interessante. Preço R$ 80,00.
Grand Utopia, corte de Cabernet Sauvignon e Merlot, elaboração em aço inoxidável, com realização da fermentação malolática, passagem de 100% do vinho por seis meses em barricas francesas e americanas, cor rubi brilhante, reflexos evoluídos, notas de especiarias, baunilha, chocolate e tabaco. Corpo médio que dá a impressão de pouca estrutura para suportar longa guarda. Preço R$ 120,00 (entendo que está acima de um valor correto).

sábado, 10 de abril de 2010

INOVINI - UMA IMPORTADORA BEM FLEXÍVEL

A importadora paulista Inovini apresenta um interessante portfolio de vinhos das mais variadas procedências e de distintos níveis de custo-benefício. São vinhos chilenos, argentinos, norte-americanos, australianos, neozelandeses, franceses, italianos, portugueses, espanhóis, húngaros e assim por diante.
Entre as disponibilidades encontram-se o Louis Latour Corton-Charlemagne Grand Cru 2006 a R$ 960,00, o Laurent-Perrier Brut a R$ 176,61, ou o Remmy Pannier Rosé D'Anjou 2007 a R$ 34,40! Tem preço para todas as ocasiões.
Os italianos oferecem novidades da tendência atual de se prestigiarnão só os vinhos do Vêneto mas também vinhos do sul, incluindo Lazio e Sicília.
O rótulo Nero D'Avola, elaborado pela Cusumano, um Indicazione Geografica Tipica, Sicília, com seus 14,5% de álcool, apresenta cor escura da boa extração, ataque de boca forte e muito interessante, com seus taninos em harmonia com a acidez e a alcoolicidade, final agradável e persistente. Um bom exemplar de Nero d'Avola.

SELO DE CONTROLE EM TODAS AS GARRAFAS DE VINHO!

Foi aprovada a obrigatoriedade de selo fiscal em cada garrafa de vinho comercializada no Brasil, providência encarada por muitos como um retrocesso nas práticas de controle mas que tem um lado importante, conhecido por poucos, que é o combate ao contrabando de vinhos pelas divisas do sul brasileiro.

Particularmente, eu vi na divisa catarinense com a Argentina, carretas de 25 toneladas de vinho entrando em locais que vim a saber não ofereciam nenhum controle. Como eram muitas e eu as vi por acidente (estava viajando em turismo pela região missioneira), acredito que formavam um fluxo importante de vinhos argentinos, sem qualidade e principalmente sem impostos, que acabavam lotando as gôndolas e prateleiras do varejo por preços aviltantes para o vinho brasileiro. Concorrência desonesta, desleal e impossível de ser combatida.

Esta questão de selo de controle ou de garantia não pode ser julgada pelo lado negativo só porque estamos no Brasil. Na Áustria, como em outros países, o selo de denominação de origem controlada, que vai no topo de cada garrafa, é fornecido pelo órgão controlador, contra a informação de quantas garrafas a vinícola produziu! Esta produção é checada contra área de vinhedos e produtividades oficiais. Não tem como enganar o controle central!

Para o nosso país, onde a permissividade permeia praticamente todos os níveis hierárquicos da administração, a adoção do selo é uma imposição, mais do que uma necessidade. Parabéns Ibravin!