domingo, 31 de julho de 2011

VINHO BRASILEIRO - CAPITAL BRASÍLIA

O Vinum Brasilis é um evento de vinhos brasileiros organizado por Petrus Elesbão, um enófilo que há anos procura, contata e reúne vinícolas para sessões de degustaçãos em Brasília. Esse ano, mais uma vez, a capital federal do Brasil se transforma na capital do vinho brasileiro nos próximos dias 17 e 18 de agosto quando estará acontecendo a quarta edição do Vinum Brasilis, segundo maior evento nacional a expor exclusivamente vinícolas brasileiras.

Como nas edições anteriores o público esperado está estimado em cerca de duas mil pessoas realmente ligadas à apreciação de vinhos e que vai ter a possibilidade de experimentar quase 300 vinhos, entre brancos, rosés, timtos e espumantes, vindos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Nordeste.

Para este ano de 2011 o Vinum Brasilis será realizado em paralelo ao 23° Congresso Abrasel, nas dependências do Centro de Convenções Ulisses Guimarães, o que abre mais as opções de entrar em contato com as últimas novidades.

O convite para participar da Vinum Brasilis custa R$ 60,00 por dia e podem ser adquiridos na bilheteria do local. O evento Abrasel terá serviço gratuito de transporte por meio de vans que sairão do Centro de Convenções com destino a diversos bairros do Plano Piloto.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

SCGOURMET - SANTA CATARINA MOSTRA O BOM DA ENOGASTRONOMIA


Foi na bela cidade de Blumenau, Vale do Itajai, Santa Catarina que aconteceu o evento SCGourmet - 1° Mostra Brasileira de Queijos, Vinhos e Delikatessen, nos dias 21 a 24 de julho de 2011, com dezenas de estandes e muitas oficinas técnicas de gastronomia. Organizadores: Develon da Rocha e Júluio Vieira.



Guilherme Grando representando a Villaggio Grando

A Gran Mestri, produtora dos melhores queijos brasileiros do tipo grana, através do seu presidente Acari Luis Menestrima, foi um espetáculo a parte, especialmente seu queijo com 40 meses de maturação.



Wander Weege - Vinícola Pericó - apoio decisivo

Ainda na área de alimentos e condimentos, entre outros, marcaram presença A.D. Ocean (peixes e frutos do mar), Bottarga Gold (ova de tainha - caviar brasileiro), Casa da Madeira (geléias finas), Chocolates Doce Belo, De Marseille (salgados congelados), Fazenda Mar Atlântico Sul (ostras in natura e congeladas), Mel Gourmet Encosta da Serra, Nugalli Chocolates, Palmasul Conservas Finas, Associação Brasileira de Criadores de Suínos (cortes suinos), Q-Sabor (temperos e molhos especiais) e outros.



Fabano Olbrisch e os vinhos da Casa Valduga

As cachaçarias deram um show à parte através da Alambique do Vale, Alambiques Gaúchos, Armazém Vieira, Cachaçaria Casa Bucco, Cachaçaria Fogo de Cana, Cachaça da Fazenda, Cachaça Imperador, Cachaça Paranaense e a premium Cachaçaria Weber Haus.


Walter Kranz e seus vinhos finos, sucos e geleias especiais

Os vinhos estiveram muito bem representados pelas vinícolas Pisani, Casa valduga, Don Guerino, Don Laurindo, Irmãos Felipe, Kranz, Mazon, Monte Agudo, Pericó, Quinta da Neve, Quinta Santa Maria, San Michele, Sanjo, Santa Augusta, Santo Emílio, Suzin, Trevisol, Urussanga,Villa Prando e Villaggio Grando.


Ademir Brandelli - presença obrigatória com seus vinhos Don Laurindo (foto Carolina Inglês de Sousa).

As vinícolas catarinenses de altitude ficaram reunidas em um amplo estande da ACAVITIS.


Adolar Hermann - espumantes Charmat e Champenoise de alta qualidade

As oficinas e palestras deram densidade especial ao evento destacando-se os temas: Vinhos de Altitude de Santa Catarina (Jefferson Nunes), Sobremesas (Andréia Pacher), Cozinha do Mar - Crustáceos (Gabriela Cunha), Os benefícios para a saúde do consumo moderado do vinho (Dr. Siegmar Starke). Harmonizações enogastronômicas das apresentações foram conduzidas por Igor Maia.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

DON LAURINDO: 15 MOTIVOS PARA SER FELIZ!

Estive na SC Gourmet em Blumenau, Santa Catarina, evento enogastronômico que ocorreu dos dias 21 a 24 de julho de 2011, reunindo dezenas de expositores e proporcionando avaliação de vinhos, degustação orientada de produtos gourmet e provas de harmonizações diversas. Uma excelente iniciativa que contou com a coordenação de Develon da Rocha e Julio Vieira.

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Dentre os produtores de vinhos estava a Don Laurindo representada pelo seu proprietário Ademir Brandeli, uma das figuras mais expressivas do vinho brasileiro, não só pela qualidade de seus vinhos, mas pela presença constante nos grandes eventos.

No estande o Ademir serviu em sequência quinze vinhos da sua linha de produtos.


Preço de R$ 30,00:

1.Branco Malvasia Reserva 2010 - 12% - delicadas frutas como pêssego, melão e jambo, toques citricos.
2. Merlot Reserva 2010 - 12% - leve, frutas como ameixa, framboeza, cereja. Fresco.

Preço de R$ 36,00:

3. Chardonnay Reserva 2010 - 12% - floral e frutado, toques de frutas secas e leve tostado. Corpo médio.
4. Merlot Reserva 2010 - 12% - nariz potente, frutas maduras, bolo de frutas. Corpo médio.
5. Cabernet Sauvignon Reserva 2007 - 12% - frutas vermelhas, casca de jabuticaba, levíssimo mentolado.

Preço de R$ 42,00:

6. Espumante Champenoise 2010 - 12% - Chardonnay 70 + Riesling Italico 30, rico perlage fino, cresce na 
          boca, toques cítricos e tons fermentários. Persistente.
7. Espumante Delicado 2010 - 12% - Champenoise, 18g/l de açúcar residual, um "brut" para o paladar brasileiro, erlage fino, amável na boca, bom preenchmento sobre a língua. Persistente.
8. Ancellotta Reserva 2010 - 12,5% - groselha, ameixa preta madura, toque equilibrado e agradável de boca.



9. Malbec Reserva 2006 - 12.8% - marca o pioneirismo da Don Laurindo como primeira a lançar um varietal de Malbec no Brasil em 2002, passa seis meses por barricas francesas de 3° uso, cerejas maduras, ameixa preta seca e um delicioso toque adocicado dos seus taninos.


10. Tannat/Merlot/Cabernet SauvignonReserva 2006 - 12,5% - complexo corte com nariz exuberante a frutas maduras, chocolate, tabaco, leves toques animais. Boca rica e envolvente, equilibrada e persistente.
11. Tannat Reserva 2007 - 12.5% - um dos melhores vinhos brasileiros dessa variedade, frutado a cerejas maduras, framboeza, chocolate e ameixa. Boca agradável de taninos elegantes, Final persistente.

Preço de R$ 60,00:

12. Merlot Reserva 2009 - 12% - dez dias de maceração, doze meses em barricas francesas de primeiro uso, ameixa preta, groselha, framboeza. Toque aveludado na boca, taninos fortes elegantes. Um vinho para ser guardado por mais anos.
13. Estilo Reserva 2008 - 12% - aromas complexos de casca de laranja, tabaco, amora, cereja bem madura. Ataque de boca aveludado e encorpado. Vinho mastigável. Taninos incisivos porém agradáveis. Longo.

Preço de R$ 130,00:

14. Gran Reserva 2005 - 13.5% - 80% Tannat + 20% Ancellotta - frutas maduras, toque achocolatado e sutil fumo de cachimbo. Toque gentil aportado pela Ancellotta aparando os taninos fortes e evidentes. Boca bem preenchida, equilíbrio e persistência.


Preço de R$ 240,00:

15. Comemorativo 2008 - 13.5% - corte de Malbec, Tannat, Ancellotta, Cabernet Sauvignon e Merlot - comemora 80 anos do patriarca Laurindo Brandellie 20 anos da Vinícola Don Laurindo - aromas e paladar complexos, frutas maduras, chocolate, fumo, couro e especiarias, boca muito bem preenchida, gorda e acariciante, vinho encorpado, equilibrado e de ataque forte, taninoso, sugerindo guarda por muitos anos. Para tomá-lo agora, decantar duas vezes. Produção limitada com liberação para a venda de somente 1980 garrafas.

terça-feira, 26 de julho de 2011

ESCOLA DE GASTRONOMIA UCS-ICIF / CURSOS COM INCRIÇÕES ABERTAS

* Curso de Culinária Italiana Contemporânea com Chef Italiano Giovanni Grasso*
De 16 a 19 de agosto de 2011
De terça a sexta-feira das 9h às 12h30min e das 13h30min às 17h –
Carga horária: 32 horas
Inscrições diretas na secretaria - fone 54 3292 1188

* Formação Básica de Chef de Cozinha - Turma XXI*
De 25 de agosto a 16 de dezembro de 2011 (segunda a sexta-feira)
Das 9h às 12h30min e das 13h30min às 17h -
Carga horária: 600 horas.
Inscrições até 31 de julho de 2011 - Inscreva-se no site
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/capacitacao/cursos/06/apresentacao

* Sommelier Internacional FISAR - Formação Básica *
De 26 de setembro a 1° de outubro de 2011 (segunda-feira a sábado)
Das 9h às 17h - Carga horária de 55 horas.
Inscrições até 21 de agosto de 2011 – Inscreva-se no site
http://www.ucs.br/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/capacitacao/cursos/02/apresentacao

* Oficina de pizzas, calzones e focaccia *
12 e 13 de agosto de 2011
Sexta das 18h30 às 22h e no sábado: das 9h às 12h30min e das 13h às 17h –
Carga horária: 12 horas
Inscrições até 21 de agosto de 2011 -
Inscrições diretas na secretaria - fone 54 3292 1188

* Harmonização: a massa com o vinho *
Segunda-feira 26 de setembro de 2011 – Horário: das 18 às 21h30min
Inscrições até dia 13 de setembro
Inscrições diretas na secretaria - fone 54 3292 1188

* Degustação, conservação e serviço do vinho “em casa”*
28 de setembro de 2011, quarta-feira – Horário: das 19h às 22h
Inscrições até dia 13 de setembro
Inscrições diretas na secretaria - fone 54 3292 1188







segunda-feira, 25 de julho de 2011

ECOS DO SC GOURMET - BOAS NOVAS DA SANTO EMÍLIO

A Santo Emílio Vinícola tem vinhedos localizados numa região com as maiores altitudes e clima mais frio da serra catarinense, comportando condições de terroir propício para a produção de uvas de alta qualidade. Delas são elaborados vinhos diferenciados pela complexidade e grande agradabilidade.

A Santo Emílio pode ser considerada uma produtora de vinhos de butique a partir dos seus 20 hectares de vinhedos que deverão chegar a somente 50 hectares no futuro. O mais importante é obter uvas de alto padrão e elaborar vinhos de alta qualidade.

A vinícola está localizada na Fazenda Quinta dos Montes, município de Urupema, Santa Catarina, não muito distante de São Joaquim.

Conduzindo essas atividades aparece a mega-empresária Elizabeth Binotto, que capitaneia uma das maiores empresas de transporte rodoviário de cargas do Brasil. A grande empresa não tira dela o tempo de cuidar de que excelentes vinhos saiam de sua vinícola.

Nos vinhos tranqüilos:

Santo Emílio Sauvignon Blanc - amarelo claro, aromas frutados com notas de maracujá e abacaxi, sobre tons delicados de ervas frescas. Boca macia e com acidez equilibrada.
Santo Elímio Rosé - Cabernet Sauvignon + Merlot - coloração vermelho blush, aromas frutados com notas de morango e goiaba, sobre tons delicados de flores brancas. Boca bem preenchida com frescor agradável.
Leopoldo - um elegante corte de Cabernet Sauvignon + Merlot, vermelho intenso com reflexos rubi, aromas frutados de ameixa preta madura, geléia de frutas vermelhas, sobre tons incisivos de baunilha e de especiarias. Boca de bom volume, vinho encorpado, taninos maduros elegantes, acidez muito agradável, tons frutados e de especiarias.



Nos vinhos espumantes:  

Stellato - vinho espumante rosé brut - produzido pelo Método Charmat muito bem trabalhado, coloração rosa claro, perlage intenso de bolhas pequeninas, aromas de amora, cereja e morango. Bom crescimento sobre a lingua em seu estilo suave e refrescante.



Cellebrato - vinho moscatel espumante - bom perlage, aromas amoscatelados, bom equilíbrio de boca onde sobressai a acidez que contrasta muito bem com a doçura.  

(informações: 49 - 3223 0208 - http://www.santoemilio.com.br/)

domingo, 24 de julho de 2011

PASSITO - PRIMEIRO DO BRASIL BY VINÍCOLA SANTA AUGUSTA

Passito é uma designação genérica italiana para vinhos elaborados de uvas desidratadas, que se mostram geralmente doces ou muito doces, de corpo untuoso. Há três formas de desidratar a uva: secagem ao sol sobre esteiras, secagem em local coberto especial e secagem do cacho na própria videira.

O primeiro vinho brasileiro de uvas desidratadas foi elaborado pela Vinícola Santa Augusta, sob o rótulo Passito, baseado na casta Moscato Giallo, colhida de vinhedos próprios localizados nas altitudes catarinenses, acima de 900 metros, na cidade de Videira.


Os cachos de Moscato Giallo sofreram secagem na própria videira, o que exigiu que fossem ensacados um a um, para protegê-los dos ataques iniciais de pássaros frugívoros e dos arremates finais das abelhas. Assim preparados, os cachos puderam permanecer nas videiras intactos muito além do ponto de máxima maturação, garantindo alta qualidade das uvas empregadas.


Ao final de abril, quando atingiram a dosagem mais adequada da concentração de açúcares foram cuidadosamente colhidas a mão e coletadas em caixas plásticas especiais, sofrendo rigorosa seleção antes da prensagem.

O mosto, viscoso pelo alto conteúdo de açúcares, passou por clarificação natural sob baixas temperaturas, entre 5 e 8°C para, depois, finalmente passar por uma longa fermentação também sob baixas temperaturas. Após a estabilização tartárica e leve filtragem, o vinho passito foi engarrafado.


O Santa Augusta Passito, 2010, varietal Moscato Giallo, produtividade 2 kg/videira, 15.5% de álcool, extrato seco 110.96 g/l, açúcares totais 82.22 g/l, acidez total 5.86 g/l, pH 3.93, tem cor amarelo ouro, aromas puxados por frutas tropicais como goiaba branca, notas cítricas de casca de laranja, damasco e nozes. Agradável ataque de boca, com untuosidade e bom preenchimento sobre a língua, harmonioso na doçura que está bem equilibrada com a acidez.

(mais informações http://www.santaaugusta.com.br/)

sábado, 23 de julho de 2011

SC GOURMET - SANTA CATARINA NA ENOGASTRONOMIA NACIONAL

Na tarde de quinta-feira, 21 de julho, teve início em Blumenau (SC) a SC GOURMET - Mosrtra Brasileira de Queijos, Vinhos e Delikatessen, com participação de autoridades, emprasários, imprensa e expositores. O evento se insere no cenário nacional com características distintas e deverá apresentar-se num crescendo a cada edição, sempre com padrão alto de qualidade da exposição.

O presidente da Vila Germânica, local onde acontece a SC Gourmet, contou como foi a concretização do evento, desde quando surgiu a ideia. “Destaco a beleza da feira e dos expositores e acredito no potencial do evento, inclusive na contribuição para o crescimento da Festitália, que acontece paralelamente”, diz Mette. Para Wander Weege, presidente da Vinícola Pericó, uma das marcas presentes no evento, a SC Gourmet já é sucesso garantido no cenário enogastronômico.

Um dos destaques da mostra é a fabricante de queijos Gran Mestri. Entre os produtos que expõe na SC Gourmet, estão o Grana Nero e o Cuore. O primeiro é pioneiro no Brasil, com um tempo de maturação mínima de 18 meses. Possui um sabor bastante diferenciado, típico da Itália, e recebe uma película negra por fora. O Cuore é chamado o “filé mignon” do queijo. É embalado e comercializado apenas o miolo dos grandes queijos. Em decorrência do método de produção específico e especial, os queijos Gran Mestri têm 0% de lactose.

A Decanter, uma das maiores importadoras de vinhos finos do país lança, durante a feira, as linhas Bossa e Lírica, da Vinícola Hermann, já conhecida por seus espumantes e que em um futuro próximo também terá vinhos tintos na produção. A linha Bossa dá o seu tom, expressando a tipicidade e a qualidade de terroir brasileiro no universo dos vinhos. A linha é composta por espumantes Brut, Demi-Sec, Rosé e Moscatel. Já a Lírica, traz no aroma notas de frutas cítricas como a toranja e o limão siciliano, pontuada por aromas mais complexos de leveduras. Com espuma cremosa e integrada, o espumante desta linha é mais intenso e harmônico.

Parceira da Decanter, a Vinícola Quinta da Neve, pioneira na produção de vinhos finos em São Joaquim também apresenta seus produtos na mostra, como os vinhos Cabernet Sauvignon, Pinot Noir e Chardonnay. A Vinícola Hermann une o conhecimento de mercado e a experiência adquirida pela família Hermann, proprietária da Decanter Importadora, e aposta na região sul do Brasil. Com vinhos de padrão elevado e custo atrativo, a família cuida desde 2009 de vinhedos que começaram a ser plantados em 2001 e já demonstram um excelente potencial, pronto para ser apreciado.

A Vinícola Pericó apresenta o recém-lançado e premiado Pericó Basalto 2008, Top Five na categoria Tintos do Novo Mundo na 3ª edição do Vitória ExpoVinhos-ES. Além deste lançamento, elaborado com uvas Cabernet Sauvignon (60%) e Merlot (40%) cuidadosamente selecionadas, a Pericó leva para degustação na SC Gourmet seus principais produtos. Entre eles, destaque para o Basaltino Pinot Noir, os premiados Taipa Rosé e o espumante Cave Pericó Branco brut.

Presenças importantes das vinícolas gaúchas Don Laurindo e Casa Valduga, deram à mostra um destaque importante dos seus vinhos de alta qualidade.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

SMALL IS BEAUTIFUL!

Como engenheiro trabalhando em plantas industriais sempre persegui o aumento da produção e a redução de custos de produção, em outras palavras, a tal da produtividade. No aumento da produção ocorria uma melhoria dos níveis de qualidade industrial das diversas partes pela repetição maior das atividades. Obviamente que um carro inglês feito quase que artesanalmente é muito melhor como qualidade global do que qualquer desses automóveis produzidos em larga escala, com vida útil calculada. Mal comparando, os veículos altamente comerciais vêm de produções de grandes escalas, como os vinhos que, decorrentes da alta produtividade, se prestam a preencher garrafões para venda na beira das estradas.

Ultimamente tenho tido contato com vinícolas do mundo todo empenhadas em elaborar vinho de autor ou vinho de boutique. São produtoras de pequenas quantidades nas quais se encontra normalmente a alta qualidade, a tipicidade de algum terroir.

Se temos no Rio Grande do Sul vários aficcionados da produção de vinhos de butique ou vinhos de sutor, como o Bettu, o Marco Danielle, a Lidio Carraro e outros, em Santa Catarina a Pericó, a Kranz e outras, em outros países essa moda também está muito ativa. Na Itália, a Castello Del Terriccio (Toscana), a Cantine Leonardo Da Vinci, na Espanha a Pinuaga (Toledo) e a maioria das bodegas de Bierzo, no Chile, a Casa Marin (San Antonio). Na Alemanha, em Portugal, na Áustria, tantas outras pequenas produtoras podem ser anotadas.

Isso é muito gratificante porque nos dá a certeza que não estamos condenados a beber, no futuro, vinhos industriais de qualidade pasteurizada, obviamente cada vez com menos alma.




quarta-feira, 20 de julho de 2011

CASOS MUITO ESTRANHOS - SEGUNDO MARTIN PEREZ CAMBET

Martin Perez Cambet edita um interessante noticiário pela internet, o VinoAnalisis, que traz notícias interessantes do mundo do vinho e outras bebidas alcoólicas. Sempre acompanho com atenção as pérolas que o Martin garimpa ao redor do mundo.

Desta vez não resisti e vou repassar o que li no bloco Los engaños gastronómicos 'mejor cocinados', especificamente do tópico El misterioso caso del Château Lafitte del presidente Thomas Jefferson.

Segundo Martin, há muitos anos, o milionário norteamericano William Koch, proprietário da firma Oxbow Corp. e dono de uma fabulosa adega pessoal com mais de 35.000 garrafas, comprou um conjunto de garrafas do especialíssimo e exclusivo vinho francês Château Lafitte, safra de 1787 por uma vultosa quantia estimada em várias centenas de milhares de dólares.

O vinho histórico devia seu altíssimo valor ao fato de ter pertencido em passado distante a nada menos que o terceiro presidente dos Estados Unidos da América, Thomas Jefferson.

Após a incrível compra e depois de um exame minucioso da raridade adquirida, Mr. Koch descobriu um detalhe que lhe chamou decididamente a atenção: as iniciais TH.J - que deveria corresponder às do presidente americano Thomas Jefferson - e que figuravam no rótulo do mencionado vinho, havia sido impressas por meio de uma máquina elétrica, gerando evidentes desconfianças de autenticidade do produto uma vez que a gravação foi feita por meio de uma forma demasiadamente avançado para 1787.

Consequentemente, esse material fantástico, devido às circunstâncias especiais da garrafas, transformou-se em mais um caso nas mãos da brigada especial de falsificação de arte do FBI!

terça-feira, 19 de julho de 2011

VINHOS DO BRASIL - EVOLUÇÃO E SENTIDO (7 de 10 PARTES)

7/10) PRIMEIRAS MULTINACIONAIS NO BRASIL


A primeira fabricante estrangeira de vinhos que aportou no Brasil foi a francesa G.R.Aubert da região do Drôme, onde produzia o conhecido Clairette de Die, um vin mousseux naturel. Ao que tudo indica problemas políticos do pós-guerra forçaram a transferência total de suas instalações para o país com base em indicações fornecidas pelo irmão marista Pacômio, de Garibaldi.

Aqui sob a denominação de Georges Aubert & Cia Ltda, iniciaram atividades em abril de 1950, produzindo espumante pelo método Charmat.


Em 1955, com a junção com a empresa Franco-Brasileira, de Jean Chauvein, trouxe uma revolução na produção de espumantes no Brasil, através da nova empresa vinícola, a Champagne Georges Aubert S/A.



Originária da famosa produtora italiana de vermutes que havia se instalado no Brasil em 1949, a Casa Vinícola De Lantier foi resultado de um processo que teve início com a instalação de uma unidade na cidade de Garibaldi (RS) para produzir vinhos espumantes, lançando o primeiro de 1974. A partir de então, lançou-se na formação de vinhedos próprios de viniferas, o que possibilitou o lançamento do vinho fino Baron De Lantier, em 1978, um corte de viníferas direcionado para consumidores mais exigentes.



A De Lantier com seu conceito europeu de elaborar vinhos cravou um dos mais importantes marcos da qualidade dos vinhos finos brasileiros.

(7 / 10) FIRST FOREIGN WINERIES IN BRAZIL

The first foreign manufacturer of wine that arrived in Brazil was the G.R.Aubert the French region of Drôme, which was the producer of the famous Clairette de Die, vin mousseux naturel. Apparently political problems of post-war forced the transfer of all its facilities to Brazil based on information provided by Marist Brother Pacômio, from Garibaldi.

Here under the name Georges Aubert & Co. Ltd., began operations in April 1950, producing sparkling wine by the Charmat Method.

In 1955, with the joint to the company The Franco-Brazilian, from Jean Chauvein, brought a revolution in the production of sparkling wines in Brazil, through the new winery company, Champagne Georges Aubert.

Originary from a famous Italian vermouth producer who had settled in Brazil in 1949, Casa De Lantier Winery was the result of a process that began with the installation of a unit in the town of Garibaldi (RS) to produce sparkling wines, introducing the first label in 1974. Since then, the company threw himself on the formation of vineyards of french grapes, which enabled the launch of fine wine Baron De Lantier, in 1978, a blend of vinifera grapes, directed to the most demanding consumers.

The Casa De Lantier with its concept of producing wines under European style spiked one of the most important landmarks of the quality of Brazilian wines.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

VINHOS DO BRASIL - UM EXEMPLAR DE QUALIDADE

Tenho degustado da minha coleção de vinhos brasileiros exemplares de bom nome, safras de 1999 a 2003, com alegrias e decepções. As decepções ficam por conta das muitas amostras que, mesmo guardadas em condições ideais de adega, mostram que não suportaram a idade e são vinhos degradados, definitivamente impotáveis.


Como grande vinho foi degustado o Don Laurindo Gran Reserva 2002, um corte de Tannat e Ancellotta, que apresentou excelentes predicados testemunhando um competente trabalho de vinhedo e uma criteriosa aplicação de boas práticas enológicas. 


O vinho com 9 anos de garrafa mostrou-se com a cor vermelho vivaz de belos reflexos rubi, aromas frutados de cereja madura, sobre notas achocolatadas e que lembram também frutas secas e café torrado. Um preenchimento convincente de boca, sutil aveludado permeando o equilíbrio muito agradável entre a acidez e a maciez. Seus 13% de álcool dão estrutura gustativa que deixam sobressair no final de boca toques de especiarias e de tabaco.

Um vinho maduro e de grande agradabilidade.  

sexta-feira, 15 de julho de 2011

CANTINE LEONARDO DA VINCI - PELA IMPORTADORA W&W

A Cantine Leonardo Da Vinci é resultado da união de trinta proprietários de vinhedos que, em 1961, resolveram combater os problemas da pulverização da cultura regional nas múltilplas iniciativas isoladas. A partir desse passo, a primeira colheita conjunta ocorreu em 1965, da qual resultou a criação dos primeiros vinhos representativos da região, inicialmente comercializados a gramel.

Com a aprovação dos vinhos pelos consumidores, em 1971, foram lançados para a comercialiação dois rótulos próprios engarrafados: Collebello (branco) e Leonardo Chianto (tinto), dos quais apenas o segundo está mantido na extensa linha de produtos atuais da vinícola.

O sucesso obtido na atuação direta no mercado animou a cooperativa a abrir o leque de rótulos engarrafados com vinhos para atender aos vários nichos dos níveis da qualidade mundial.

A cooperativa Cantine Leonardo Da Vinci está localizada na cidade de Vinci, com sede central num histórico castelo restaurado e ampliado, englobando atualmente o trabalho de mais de 160 membros.


No dia 11 de julho último, no restaurante La Vecchia Cucina, do grande Sérgio Arno (foto acima), a importadora W&W Wine, nas pessoas de Wilson Felipe e Wilson Junior, organizou um jantar harmonizado com vinhos da Cantine Leonardo Da Vinci, descritos e comentados pelo vice-presidente da Cantine, Giovanni Nencini (foto abaixo).



Na seqüência das degustações foram servidos:

Leonardo Ser Piero IGT - 2009 - 14% - corte de 70% Trebbiano com 30% de Chardonnay, um branco robusto, frutas como damasco e banana sobre sutis traços mélicos, forte ataque de boca com untuosidade e potência alcoólica evidente. Final longo de boca sobressaindo-se toque frutados. R$ 59,00;

Leonardo Chianti Classico DOCG - 2007 - 13% - corte de 90% Sangiovesi com 10% de Merlot, um tinto de cor intensa, florais de violeta sobre cereja madura, leves toques terrosos, taninos elegantes, acidez saliente, boca suculenta e muito agradável. Longo e gostoso. Uma bela composição da modernidade com as tradições toscanas. R$ 87,00.

Da Vinci Brunello di Montalcino DOCG - 2004 - 13% - varietal com 100% de Sangiovese, um vinho de grande elegância, toques florais de violeta, traços minerais, especiarias e uma sutil presença de erva doce. boca aveludada, suculenta e de ótimo preenchimento, taninos vivos e interessantes, álcool e acidez em bom equilíbrio com os taninos, paladar floral e leve terroso. Longo. Muito bom. R$ 342,00

Leonardo Tegrino Vinsanto DOC - 2003 - 16,5¨% - corte de Trebbiano, Malvasia del Chianti e San Colombano, um vinho de sobremesa complexo e elegante, elaborado com uvas submetidas ao passito de cinco meses, cor âmbar, toques incisivos de frutas secas como figo, noz e amêndoas sobre traços mélicos, preenche a boca vigorosa e prazeirosamente. Final de boca sedoso e longo. R$ 80,00.

(mais informações -W&W Wine -wfelipe@wewwine.com.br


quinta-feira, 14 de julho de 2011

SOMMELIER DE VINHOS: CURSO FORMAÇÃO SENAC

O curso Formação de Sommeliers de Vinhos foca suas disciplinas nas principais competências necessárias para se tornar um  profissional especializado na cultura, no serviço, na harmonização e na apreciação de vinhos.

Obviamente que um background consistente nos aspectos higiene e segurança garantem confiabilidade e aprovação ao trabalho desenvolvido pelo sommelier.

Apoiando-se em modernas filosofias de atendimento ao público da enogastronomia, o curso fornece ferramentas teóricas e exercicios práticos em laboratorio ou em cenários reais, de tal forma que o primeiro approach seja altamente positivo para o profissional e gratificante para o cliente. O assessoramenro no serviço de mesa, garantindo que o cliente fique satisfeito com a seleção dos vinhos que escolheu para acompanhar cada fase da refeição, é um dos pontos-chave. Esse assessoramento depende do conhecimento de vinhos, especialmente da carta operada pelo restaurante, mas também, é uma aplicação prática das técnicas de vendas aprendidas no curso. A harmonização enogastronômica talvez seja o ponto máximo pois fecha todas as disciplinas no momento mágico de uma refeição: casamento dos pratos com os vinhos.

Conhecimentos para a elaboração de cartas de vinho são basilares para o bom desempenho profissional do sommelier no mercado de trabalho, quer em vendas diretas de vinho, quer na composição da carta de vinhos que harmonize com o menu ou estilo de cozinha.

O Senac está oferecendo não só o conteúdo do curso mas ações culturais de suma importância decorrentes da parceria com o Ibravin, que são representadas por viagens para conhecer  distintas regiões vinícolas do país.

Os alunos arcam apenas com as despesas de passagem e seguro. Com relação à hospedagem, alimentação e visitas às vinícolas, serão subsidiadas pela parceria com o Ibravin.

A oferta de vagas parte das unidades do Senac da Penha, de São José dos Campos, de Taubaté e do Centro Universitário Senac de Campos do Jordão. Para se inscrever ou obter informações adicionais o interessado deve acessar o site http://www.sp.senac.br/.

O período das aulas de 2011 vai de 8 de agosto a 9 de novembro, nas segundas, quartas e sextas, das 19 às 22:30 horas, totalizando 130 horas-aula. O valor total de R$ 2.600,00 é parcelado em 6 vezes.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

LAMBRUSCO - UM FRISANTE PARADOXAL, MAS IMPORTANTE

O Lambrusco pode ser rotulado como o vinho mais paradoxal do mundo. Suas vendas superlativas em países importantes como Estados Unidos e a Inglaterra, tanto quanto pela maioria das outras nações, mostram que o simples há muito está orquestrando uma imensa praia de apreciadores.

No meio dos formadores de opinião nota-se um preconceito aberto contra esse frisante de meia tijela que "tem cheiro de água de casca de batatas", "que lembra vômito" e outras pérolas da crítica especializada.

Há anos quando visitei a Emilia-Romagna com o objetivo de escolher um Lambrusco para levar o rótulo de uma importadora degustei um sem fim de amostras, em muitos produtores. Desde então sou menos radical nas minhas críticas, principalmente, por duas razões:

1. os importadores querem usar a mística Lambrusco para inundar o país de bebidas inferiores e ganhar dinheiro nas nossas costas;

2. muitos Lambrusco que bebemos no Brasil, verdadeiramente não são Lambrusco!

Pode-se beber bons exemplares de Lambrusco da Reggio Emilia (Lambrusco Reggiano D.O.C.) e de Modena (Lambrusco di Sorbara D.O.C., Lambrusco Salamino di Danta Croce D.O.C., Lambrusco Grasparossa di Castelvetro D.O.C., Modena D.O.C. Lambrusco)

Note-se que fiz questão de enumerar os Lambrusco D.O.C. porque sofrem um controle oficial mais rigoroso e têm a garantia de que foram produzidos na área de denominação de origem e resultam de um corte com, no mínimo, 85% da variedade Lambrusco mais categorizada da região e os retantes 15% com outros clones de Lambrusco, Ancelota, Fortara, Malbo Gentili, etc.




DEGUSTAÇÃO DE PRODUTOS DA EMILIA ROMAGNA NO EVENTO DELIZIANDO, RENAISSANCE, SÃO PAULO

Ambrogio Manzi, da Enoteca Emilia-Romagna, apresentou palestra sobre os principais vinhos da região e nos respondeu sobre o Lambrusco, bebida que está recebendo uma campanha de mercado em âmbito internacional, inclusive no Brasil a partir do quarto trimestre.

AMBROGIO MANZI - DEGUSTAÇÃO EMILIA ROMAGNA NO RENAISSANCE - 11/07/2011

 Questionado sobre se a má fama da bebida não iria prejudicar sua maior divulgação no mercado brasileiro, Ambrogio esclareceu que um estudo do mercado brasileiro aponta para o crescimento de consumo per capita na classe média, pessoas que estarão dispostas a pagar um pouco mais por um frisante de maior qualidade. Este é o mercado alvo. 

Para trabalhar uma nova imagem, eventos serão feitos em nível de consumidor, pontos de venda e pontos de dose, degustando Lambrusco de qualidade, elaborados com características mais evidentes e com controle dos procedimentos de produção.

Certamente, o consumidor  brasileiro saberá distinguir os bons Lambruscos dos Lambruscos medíocres baratos ou falsos Lambruscos, migrando para o novo padrão desse espumante.   

domingo, 10 de julho de 2011

VINOS DE URUGUAY - JOYAS DEL CONOSUR

O Uruguai foi parte do Brasil nos tempos coloniais e isso explica o retardamento de se estabelecer a vitivinicultura naquelas plagas platinas. Os espanhóis fizeram um arrastão vinícola desde a porta de entrada no México e caminharam costa pacífica abaixo, espalhando vinhedos, disseminando a cultura do vinho, o que culminaria na belíssima província de Mendoza.

Embora com sua grande produção inicial de vinhos acídulos as terras mendocinas só vieram a conhecer a atividade vinícola emgrande escala após dois eventos importantíssimos: a fazenda experimental Quinta Normal de Agricultura e a inauguração da estrada de ferro para Buenos Aires, em 1885. Mais ou menos nessa época os imigrantes italianos inauguravam a vitivinicultura brasileira baseada nos vinhos inferiores de híbridas anericanas!



Somente em 1726, com a chegada dos primeiros imigrantes espanhóis ao Uruguai que foram plantadas as primeiras videiras e elaborados os vinhos pioneiros para consumo no restrito âmbito familiar. A partir daí o vinho de viníferas incorporou-se decididamente nos hábitos uruguaios.

A partir de 1828, quando foi finalizada a guerra de emancipação e consolidou-se o Estado Oriental del Uruguay que tiveram início oo primeiros passos para o desenvolvimento da vitivinicultura nacional.

Nos idos de 1870  ocorrem efetivamente ações para a produção comercial de vinhos, sobressaindo-se os trabalhos de duas importantes personalidades.

No sul, Francisco Vidiella introduziu a variedade francesa Folle Noire, chamada inicialmente de Peñarol e, no final, de Vidiella. Na sua granja foi festejada a primeira fiesta nacional de la vendimia.

Ao norte, no departamento de Salto, em terras próximas a Uruguaiana, Pascual Harriague formou seus vinhedos de Tannat, que logo se estenderam por outras terras, recebendo a denominação de Harriague.

Em 1893, os vinhedos uruguaios ultrapassavam a casa dos mil hectares que foram seriamente afetados no começo dos anos 1900, atacados tardiamente pela filoxera. As mudanças foram radicais e os vinhedos, em sua maioria, foram replantados com videiras enxertadas. Próximo a Colônia, na bodega Cuna de Piedra, pude sorver Tannat de videiras mais do que centenárias, conservadas em pés francos.

Neste início de século aportaram levas de imigrantes italianos que deram novo impulso à vitivinicultura, elevando a área ocupada por vinhedos para a casa dos 16.000 hectares. Porém, na segunda metade desse século, aconteceu uma gradual redução para alcançar qualidade mundial para os vinhos. Na década de 1980, a área plantada se resumiu a cerca de 10.000 hectares, com os vinhedos de maior qualidade cultivando castas nobres para vinho.


Nesse período também acontecia a transição política do Uruguai que estava prestes a abrir seu mercado para o mundo, elimindo o protecionismo para seus produtos, o que sinalizava claramente para o fato de que o vinho uruguaio não iria ter condições de competir com o importado.

Em 1987 foi criado o INAVI – Instituto Nacional de Vitivinicultura, para trabalhar o desenvolvimento do vinho uruguaio na direção da qualidade mundial. No ano seguinte, amparado pelo governo foi iniciado um estudo amplo das potencialidades da vinicultura uruguaia que, para maior efetividade, contou com a contratação de especialistas norte-americanos da Califórnia.

Depois de um longo período degustando todos os vinhos finos uruguaios os consultores chegaram à conclusão que os vinhos de castas finas tradicionais não tinham diferenciais de tipicidade, não apresentavam qualidade suficiente e não exibiam preços adequados para enfrentar a concorrência internacional.

Os consultores só não haviam degustado o Tannat porque este era um vinho rústico. elaborado muitas vezes cortado com Isabel e comercializado em garrafões.

Mas o impasse estava formado. Os americanos interpretaram que os vinhos uruguaios não iriam dar sustentação ao segmento e queriam saber se não havia mais nenhum vinho para ser provado. Como última tentativa, Juan José Arocena, executivo da Vinos de la Cruz, escolheu um garrafão varietal puro de Tannat, preencheu umas garrafas normais e, mesmo sem convicção, entregou aos americanos.

Estava descoberto o Tannat uruguaio em 1989!

O Tannat degustado estava tão mal vinificado quanto os demais vinhos. Acontece que os americanos identificaram no Tannat traços característicos e personalidade que poderiam ser potencializados através de uma vinificação competente.

Daí para a frente desenvolveu-se um programa a vinificação correta do Tannat que, não só foi apresentando melhorias na qualidade do vinho, mas foi se revelando ao mundo como a versão uruguaia da variedade. A década de 1990 marcou a grande evolução do vinho uruguaio, não só de Tannat mas de muitas outras castas clássicas da vitivinicultura mundial.

Em 2002, após visita ao Uruguai, lancei os vinhos uruguaios na mídia brasileira por meio de uma série de artigos. De lá para cá, a indústria vinícola uruguaia só cresceu e atualmente exibe uma grande diversidade de bodegas. uma respeitável carta de vinhos finos de alta qualidade e uma invejável imagem internacional.

Os vinhos uruguaios, de história e sucesso bem recentes, bem que poderiam ser copiados pela vitivinicultura brasileira para fugir da imensa quantidade de vinhos inferiores de híbridas americanas e crescer em produção de vinhos finos para atender uma fatia maior do próprio mercado brasileiro.




quarta-feira, 6 de julho de 2011

VINHOS BRASILEIROS DE ALTITUDE: QUE TAL UM SANJO?

O frio do inverno já bateu à porta e, sem esperar abrir, já entrou no nosso dia-a-dia. Não temos outra coisa melhor a fazer do que tomar uma taça de vinho tinto para confortavelmente nos aquecer.

Em grande estilo, podemos tomar um dos rótulos da Sanjo, vinhos que vêm diretamente da região que registra as menores temperaturas do país, nos arredores da cidade catrinense de São Joaquim.

No terroir de São Joaquim, em plena Serra Catarinense, as temperaturas de inverno chegam a ultrapassar a casa dos -8°C, e tem uma média superior a 700 horas de frio de inverno (temperaturas abaixo de 7.3°C). O solo é pedregoso criando condições de penetração e fixação das raízes na busca seletiva de nutrientes, assim como contribuindo na atmosfera subterrânea para formação de bolsões de ar e na transmissão de calor. A grande amplitude térmica é mais uma condição que proporciona energia solar durante os dias e necessário descanso refrigerado das videiras durante as noites.

A Vinícola Sanjo oferece rótulos em três níveis de estilo de vinho tinto que, coincidentemente, vêm de uvas colhidas em três diferentes níveis de altitude a fim de aproveitar as condições que o aumento de altura oferece, numa escalada entre 1.100 e 1.400 metros. Na faixa inferior se explora as vindimas menos tardias, na intermediária as vindimas medianamente tardias e, obvimente, na mais alta as mais tardias.

O que isso representa para o vinho no cálice?

Das partes mais baixas as uvas com a madurez completa normal, tem concentração de açúcares e de polifenóis que as qualificam para resultar um vinho jovial, expressão da fruta, sem passagem pela madeira. Esse vinho é engarrafado sob o rótulo Nobrese Cabernet Sauvignon Tinto, de coloração vermelho vivo, com aroma frutado com suaves notas de cereja e amora, leves toques de baunilha . Na boca a fruta madura aparece mesclada com uma agradável sensação de jovialidade, taninos maduros sobre boa estrutura, equilibrado e de final persistente.

Dos vinhedos de altitude intermediária saem as uvas para produção do Núbio Cabernet Sauvignon Tinto, um vinho de coloração vermelho violáceo, com aroma mais complexo, destaque para as frutas vermelhas maduras, sobre tons francos de café e tostado. Neste vinho, 50% de seu conteúdo, amadurece em barris de carvalho francês novo. Ao paladar possui taninos de boa concentração que denotam caráter e estrutura, ataque com um agradável frutado ao final. 

Completando, dos vinhedos de cima colhem-se as uvas para a elaboração do Maestrale Cabernet Sauvignon, vinho tinto ícone da Sanjo, representando bem as características de um vinho de altitude, com uvas selecionadas na colheita. Passam por fermentação tradicional dos grandes tintos, com amadurecimento feito em barris de carvalho francês durante doze meses e, depois de engarrafado, segue o seu ciclo de maturação nas caves até tornar-se macio e aveludado.

De coloração vermelho rubi, com aromas de frutas, pimentas negras, especiarias e baunilha, o Maestrale tinto é um vinho redondo e maduro, de taninos macios e final agradável. O Maestrale Cabernet Sauvignon Tinto é um dos tintos a fazer parte da carta oficial de vinhos do Palácio do Planalto.

terça-feira, 5 de julho de 2011

VINHOS DO BRASIL - EVOLUÇÃO E SENTIDO (6 de 10)

(6/10) EVOLUÇÃO INICIAL DO VINHO BRASILEIRO

O cenário da década de 1930 deu continuidade aos embates acalorados entre a Sociedade Vinícola Riograndense e o grupo de Cooerativas Vinícolas, especialmente pelas condições privilegiadas que os órgãos governamentais premiavam a primeira, nas mãos de importantes figuras do cenário economico gaúcho. A Viação Férrea dificultava os embarques das Cooperativas e os laboratórios oficiais penalizavam sistematicamente seus produtos.  

O espúrio Syndicato acabou sendo transformado no Instituto Rio Grandense do Vinho, marcando uma conciliação de partes inconciliáveis do negócio gaúcho do vinho.

As movimentações do mercado consumidor fez com que se assistisse ao desenvolvimento das vinícolas de empresários que se desligaram do Syndicato e da remanescente gigante Sociedade Vinícola Riograndense, tanto quanto à explosão das cooperativas vinícolas reunindo os pequenos produtores e comerciantes.

A Sociedade Vinícola inova na sua Granja União, em Flores da Cunha, de onde sairam os primeiros grandes varietais brasileiros de viníferas. Os demais atores do cenário vitivinícola abraçaram efetivamente as híbridas americanas e desenharam o perfil do vinho nacional como uma bebida rústica e de baixa qualidade.




As décadas de 1930 e 1940 foram de franco desenvolvimento e as vinícolas puderam contar com o transporte ferroviário de seus vinhos.



Podemos dizer que à entrada da década de 1950 podia-se observar um conjunto de entidades fortes e consolidadas, formando a imagem do vinho brasileiro, cujo aior volume saia do Rio Grande do Sul.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

VINHOS ALEMÃES: NOVIDADES DEGUSTADAS NO AGUZZO

Na última quarta-feira do mês de junho, Fabiana Cherubim, da Frau Cherubim Consultoria, que trabalha na consolidação no Brasil do projeto Vinhos Alemães de Baden-Württemberg, coordenou almoço no restaurante paulistano Aguzzo, para degustação e harmonização de cinco rótulos da vinícola Genossenschaftskellerei Heilbronn, Erenbach, Württemberg.

No evento estavam, além da Fabiana, Leandro Chicarelli, da Importadora Winery, que está comercializando os vinhos no Brasil, o conhecido sommelier Luis Antonio Perrud Amaral, e Sergio Ingles de Sousa.

A seqüência de serviço foi:

1. Rivaner 2009, 12% de álcool, varietal desta casta branca, cuja formação ainda se discute se é Riesling+Sylvaner ou Riesling+Madlaine Royal, agradou com seus sutis aromas florais, frutas delicadas como o jambo, preenche a boca com o frescor de discreta acidez e longa sensação de boca limpa. Preço sugerido: R$ 40,00.



2. Villa Sulmana Gewürztraminer 2009, varietal de uma das castas mais antigas do mundo ocidental, bem perfumado nos tons próprios da variedade, versão seca e elegante, boca amanteigada, frutada sobre especiarias, acidez harmonizando o amplo perfumado, corpo e estrutura envolventes. Preço sugerido: R$ 80,00.

3. Dornfelder 2008, 12.5%, casta tinta autóctone e muito típica do sul alemão, vinhos de cor carregada e intensa, aromas de frutas vermelhas maduras (cereja), bolo de frutas e café recém passado, encorpado e sedoso na boca onde se aprecia os toques de taninos maduros, acidez presente e álcool discreto. Final de boca longo e agradável. Preço sugerido: R$ 40,00.


4. Villa Sulmana Corte Cabernet Dorsa, Cabernet Mitos e Cabernet Sauvignon 2009, 13%, mescla de versões de Cabernet da região com o Cabernet Sauvignon vindo do Medoc. Aromas de frutas negras como cassis e groselha, toques achocolatados, alcatrão, boca bem preenchida por um vinho encorpado rico em extratos, aveludado e equilibrado. Muito bom e persistente. Preço sugerido: R$ 80,00.


5. Gewürztraminer 2009, 12%, sutilmente adocicado, uma explosão aromática de lixia, jambo, rosas em plena maturidade e tons de cravo, boca macia e aveludada, boa acidez e persistência. Preço sugerido: R$ 40,00.


Além das interessantes características gustativas, esses vinhos marcam positivamente pela nova rotulação alemã, mais simplificada, muito objetiva e de fácil compreensão.

(Winery, Leandro, 11 - 3345 1950)



sábado, 2 de julho de 2011

ICEWINE PERICÓ - A PÉROLA DO VINHO DO FRIO

Embora haja notícias de elaboração de vinho a partir de uvas congeladas nos tempos de Roma, o mais provável é que os primeiros vinhos do gelo pós-romanos foram feitos na região alemã da Francônia (Franken), em 1794. Outros registros apontam para os arredores da cidade de Bingen, Rheinhessen, Alemanha, onde a vindima de 1839 foi transformada em Eiswein em fevereiro de 1830.

Nessa época vinhos doces de colheita tardia eram bem conceituados e gozavam de prestígio entre os néctares de qualidade daquele país. A escalada de melhoria dos vinhos dessa natureza, que havia começado em 1775 com o SpätleseIt do Castelo Johannisberg, Rheingau, foi se completando com o Auslese, Beerenauslese, Trockenbeerenauslese e, mais recentemente, o Eiswein

No longo período entre os anos de 1800 e 1960, a produção do Eiswein foi se tornando uma prática mais corrente, não raro decorrência acidental de problemas climáticos. Neste ano, o desenvolvimento da prensa pneumática que teve excelente perfórmance com as uvas congeladas, inaugurou o gradual aumento da produção de Eiswein.

Para a elaboração de vinhos do gelo, ice wine, Eiswein ou vin de glace, é preciso que as uvas bem maduras sofram um drástico congelamento que, segundo a legislação alemã é de –7°C ou menor, e para a legislação canadense é de –8°C ou menor.

Como pode ser entendido, o clima, além de frio, deve possibilitar que as uvas fiquem nas videiras por muitos meses antes da colheita nas condições requeridas. Se o congelamento não acontece no devido momento, os bagos de uva podem sofrer podridão tornando-se inúteis para qualquer prática enológica. Se o congelamento é muito forte, digamos, para além dos –14°C, as prensas podem sofrer danificação.

As uvas muito maduras congeladas geram um mosto com alto teor de açúcar e isto impõe um longo tempo à fermentação que pode perdurar por meses.

Nós brasileiros podemos nos orgulhar pois já estamos produzindo Eiswein através da vinícola Pericó, São Joaquim, Santa Catarina, empresa comandada pelo perfeccionista empresário, meu amigo Wandér Weege.

As condições necessárias para se produzir o Icewine não ocorrem todos os anos em São Joaquim, mas nesse 2011, com as temperaturas bem abaixo de zero na madrugada de 28 de junho de 2011, a Vinícola Pericó iniciou o processo de elaboração da safra 2011 do Pericó Icewine. As uvas Cabernet Sauvignon, perfeitamente maduras, estavam congeladas naturalmente a -9º C, quando a colheita foi cuidadosamente realizada.

Este é o 2º ano em que a Vinícola Pericó registra em seus vinhedos o fenômeno da natureza mais esperado do inverno: o gelo, em condições perfeitas para a produção desse vinho raro. Em 4 e 12 de junho de 2009, com os termômetros marcando -7,5º C, esse sonho se tornou realidade pela primeira vez. O 1º Icewine foi produzido no Brasil em uma ação ousada e pioneira da Vinícola Pericó e lançado em uma data especial, 10/10/10, às 10h10min10seg.


A Vinícola Pericó apresentará, em 2012, a 2ª safra do Icewine genuinamente brasileiro, com qualidade equivalente aos tradicionais Icewines produzidos na Áustria, Alemanha, Itália e Canadá, principalmente.

Enquanto na maioria dos países produtores de Icewine, como Alemanha, Áustria e Canadá, as uvas são das variedades brancas, na Pericó a eleita foi a Cabernet Sauvignon, escolhida por ser a de colheita mais tardia. É também a única capaz de sustentar seu lento amadurecimento nas parreiras até a chegada das temperaturas negativas do inverno na altitude de São Joaquim (SC), onde se situa a Vinícola Pericó.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

VINHOS ARGENTINOS – O FENÔMENO ALTOS LAS HORMIGAS

Quando visitei o noroeste argentino, desde Salta até Cafayate, fiquei entusiasmado com as potencialidades vinícolas das fraldas dos Andes, com seus terrenos pedregosos, mesclados com calcário e argila, e embalados pelos benefícios da altitude. O clima seco pode sustentar uma vitivinicultura minimamente intervencionista, mais natural e ecológica, que se concretiza com as várias vinícolas biodinâmicas ou orgânicas já operando como a Colomé, a Nanni e outras.

A minha grande e agradável surpresa com a apresentação da Altos las Hormigas se deve à filosofia dessa bodega que persegue a efetiva qualidade premium em um terroir, antepondo-se à banalização atual dos vinhos que tende a nivelar uma qualidade que pode até agradar ao gosto comum, mas que fica devendo muito em consistência.


Um grupo de empresários italianos de grande expressão naquele país, focado em identificar um terroir e a sua melhor interpretação vinícola, ficou impressionado com o potencial da Malbec na região de Mendoza, Argentina, e investiu numa pesquisa detalhada das melhores partes daquela província para produzir Malbec realmente distintivos.

Um ator importante desse espetáculo foi Pedro Parra, um dos maiores especialistas em terroir do mundo, que mergulhou efetivamente nos terrenos, rios, declives e solos, trazendo à luz interessantíssimas conclusões.

O resultado foi imediato e os primeiros tintos de estrutura e profundidade, com acidez harmonizada aos taninos elegantes, consagraram os rótulos Altos Las Hormigas Malbec.

No dia 29 de junho passado, a Mistral trouxe um dos sócios fundadores da Altos Las Hormigas. o especialista em vinificação, Alberto Antonini e o “señor de los terruños” Pedro Parra, para contar os sucessos do Projeto Terroir para um grupo de formadores de opinião.


EMPRESÁRIO ALBERTO ANTONINI, UM DOS GRANDES MENTORES DO PROJETO

Para ilustrar toda explanação sobre a evolução do Projeto Terroir foram degustados cinco vinhos:

1. Colonia Las Lebres Bonarda 2009 – cor viva, aromas de frutas vermelhas como a pitanga, toques florais delicados de violetas sobre notas vegetais da begônia, corpo médio na boca, que recebe o ataque de taninos bem comportados e acidez saliente. Boa boca e persistente. Excelente custo-benefício. Preço: US$ 16.90

2. Altos Las Hormigas Malbec 2010 – Lujan de Cuyo e Valle de Uco – pioneiro argentino que se tornou um clássico, cor viva, aromas frutados a ameixa preta sobre tons florais da violeta, toques de baunilha com leve apimentado, corpo médio, frutado na boca, tanino gentil e macio. Final persistente. Preço: US$ 24.50,


3. Altos Las Hormigas Malbec Terroir 2009 – Valle de Uco – cor viva, ameixa preta madura, toques achocolatados sobre tons de tabaco, boca agradável com bom preenchimento, frutas e baunilha sobre taninos levemente adocicados. Final de boca agradável e longo. Preço: US$ 39.90.


4. Viña Hormigas Reserva Malbec 2006 – cor viva, toques de alcatrão, baunilha, especiarias, dando fundo a um frutado vigoroso de cereja e ameixa branca, com sutis toques de jabuticaba, boca generosa, textura aveludada, taninos fortes e acidez bem presentes, final de boca pleno e persistente. Preço: US$ 52.50.



5. Altos Las Hormigas Malbec Single Vineyard 2006 – parcela de vinhedo identificada no Valle do Uco, no antigo leito de um rio em Vista Flores, na altitude de 1250 metros, cor viva, explosão floral de violetas, toques mentolados, tabaco, casca de jabuticaba e tons achocolatados e de especiarias aportados pela passagem por barricas novas de carvalho francês, boca muito bem preenchida, corpo mastigável, taninos incisivos, acidez presente em equilíbrio com o álcool. Vinho muito bom, agradável e de final de boca longo,. Recomendação: comprar e guardar uns anos. Preço: US$ 179,00.

Apresentação e painel que me levaram a pensar que realmente tivemos "vinos hormigables"!