terça-feira, 30 de novembro de 2010

WINES OF JAPAN - IS IT TRUE?

O Japão tem participação na história universal do vinho porque foi na sua parte norte que avós das atuais videiras, aquelas das famílias afeitas ao clima frio se instalaram. São as videiras sino-asiáticas. Mas isso se refere às videiras de dezenas de milhões de anos passados.

Numa visão mais moderna, já na era cristã, há anotações dando conta do plantio de videiras em Katsunuma, Yamanashi. Ao longo dos 700, o vinho deve ter tido seu início a partir desses vinhedos. Esta localidade voltaria à cena em 1875, como produtora de vinhos japoneses, baseada em castas americanas.

Com a ocorrência da Filoxera, o encepamento remanescente de viníferas se ressentiu.

Coincidentemente, a demanda do mercado local por vinhos japoneses foi caindo a ponto de que somente pouca atividade vitivinícola resistiu.

Após a Segunda Guerra Mundial e suas conseqüências gerais, o consumo de vinho iniciou uma recuperação importante o que influenciou na retomada da sua fabricação.
Esses vinhos procuravam atender à preferência pelo sabor adocicado do público japonês.


Vinho rosé corrente vendido nos supermercados no Japão.

Há aproximadamente 40 anos a qualidade de elaboração de vinho no Japão passou a apresentar incremento através do trabalho de especialistas e pesquisadores do grande centro de Hokaido, dando ênfase às uvas autoctones e a adaptação do cultivo para vencer a umidade local.

Atualmente é possível apreciar vinhos japoneses de muitas variedades, européias e japonesas, das grandes regiões produtoras de Hokaido e Yamanashi.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

IBRAVIN - VÔOS DO VINHO BRASILEIRO PELO MUNDO

A parceria do IBRAVIN - Instituto Brasileiro do Vinho (RS) com a APEX_Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos havia disparado um projeto Wines from Brazil para promoção de exportações de vinhos brasileiros.

Depois criou-se a imagem mercadológica de um saca-rolhas de aço inoxidável, desenhado pelos artistas irmãos Campana e fabricado pela Tramontina. Aliás, a Tramontina fabricou há mais ou menos de 50 anos o primeiro saca-rolhas brasileiro.

Várias viagens de divulgação foram feitas para o exterior com o Ibravin acompanhado de vinícolas que aderiram ao projeto.

A questão evoluiu e o ataque não poderia ser focado tão somente no mercado externo. Daí veio a idéia de se ter uma única identidade do vinho brasileiro tanto para o mercado externo como para o interno.

O projeto ganha maior envergadura mercadológica e passa de Wines from Brazil para Wines of Brasil, com a mesma imagem do saca-rolhas estilizado.

Atualmente são 38 vinícolas associadas ao projeto sendo 28 da Serra Gaúcha, 1 da Campanha Gaúcha, 1 dos Campos de Cima da Serra, 6 de Santa Catarina e 2 do Nordeste.

Com este corpo crescente de associados, o IBRAVIN deve incrementar o conhecimento do vinho brasileiro pelos brasileiros, e num máximo de 5 anos consolidar a identidade do vinho brasileiro no exterior.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

VINHOS DE ALTITUDE BRASILEIROS FAZEM A FESTA!

Amanhã será um grande dia para a ACAVITIS - Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude, que vai anunciar a seleção de vinhos da safra de 2010, inclusive com o selo de qualidade Acavitis.

O evento oficial no qual se entregam os certificados de representatividade Acavitis para os vinhos finos de altitude produzidos na Serra Catarinense, será realizado em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, no Hotel Vinalies SPA do Vinho, a partir das 20 horas.


Da esquerda para a direita: Suzin, Brito, Sérgio Inglez e Bassetti.

Esta seleção foi obtida através da avaliação sensorial para qualificação dos vinhos que está se encerrando hoje na Embrapa, organizada pela Acavitis, com mais de 100 amostras que estão sendo avaliadas pelo Conselho Regulador e Grupo de Degustação nomeados pela diretoria da entidade.

“A programação em Bento Gonçalves (RS) é importante para qualificar os nossos vinhos, dar continuidade ao processo de consolidação da marca coletiva Acavitis e certificação aos rótulos que serão representados pela associação”, destaca o diretor-presidente da Acavitis, José Eduardo Bassetti.

O selo serve como padrão de qualidade e um incentivo para se elevar a produção de vinhos finos de altitude concentrados nas regiões de abrangência da Acavitis – São Joaquim, Caçador e Campos Novos na Serra Catarinense. Os vinhos certificados serão a referência confiável para o consumidor final que poderá degustar de rótulos de excelência oficializada.

“Este é um importante passo para a vitivinicultura catarinense, no qual estamos implantando processos e normas de produção, fixados e avaliados por uma equipe de profissionais especializados no assunto”, acrescenta Bassetti.

Os vinhos finos catarinenses certificados irão integrar o grupo de rótulos que serão a representação do que melhor há dos produtores da Acavitis.

Esta avaliação sensorial vale somente para vinhos de safra até 2010. Os qualificados com o selo vão participar junto à Acavitis de todos os eventos de projeção nacional e internacional, como a Expovinis 2011. A terceira análise sensorial está marcada para março do ano que vem, atendendo os rótulos desta última safra.

ACAVITIS – A Associção Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude, hoje possui 28 associados instalados nas regiões de São Joaquim, Campos Novos e Caçador.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

TAYLOR'S LANÇA UM PORTO RARIDADE

No mês de dezembro que se aproxima, a Taylor's colocará à venda um dos vinhos mais velhos e raros do mundo, tanto para a alegria de colecionadores, como para deleite de apreciadores de Vinho do Porto do mundo todo.

Rotulado como Taylor’s SCION, trata-se de um Vinho do Porto pré-filoxa produzido em meados dos anos 1.800, antes da devastação provocada nos vinhedos europeus pela filoxera. As uvas são viníferas originais e genuíbas, cultivadas em pés francos, ou seja, castas portuguesas das raízes às uvas, pés que após a praga foram enxertados sobre cavalos de videiras americanas.

Esta raridade de uvas somente é encontrada em alguns lugares do mundo. Na Argentina, em Colomé, degustei um corte de castas brancas, capitaneado pela Sémillon, de uma videira franca de 150 anos!

Bem, com o fenômeno de se ter todas as castas colhidas de pés francos, outros fatos incríveis envolvem este notável vinho de raridade e importância histórica. São incríveis dois fatos: um deles, o Taylor's SCION passou 155 anos em envelhecimento em casco, o outro, o vinho está em perfeitas condições. A equipe de provadores do Robert Parker atribuiu 100 pontos ao SCION o que atesta bem a qualidade deste vinho.

Foi em 2008 que David Guimaraens, enólogo da Taylor’s, provou este vinho que repousava num armazém de uma família do Douro que o mantinha como reserva privada, com uma única falta, um casco que dizem ter sido adquirido por Winston Churchill.

Em 2009, o único descendente direto da família morreu sem deixar filhos, tendo os herdeiros decidido vender o vinho. A Taylor's adquiriu amostras dos dois cascos e constatou que as quinze décadas de envelhecimento em madeira tinham-no concentrado e conferido uma complexidade mágica.

Diante de tal raridade, a Taylor’s foi obrigada a se decidir entre reservá-lo para abrilhantar os lotes de vinhos mais velhos da casa ou engarrafá-lo em separado, oferecendo ao mundo um Porto de 155 anos, nunca antes engarrafado.

A Taylor's optou pela segunda opção, engarrafando um número exclusivo de garrafas que, como não podia deixar de ser, serão vendidas numa embalagem especialmente luxuosa a preços bem extravagantes. No total foram produzidas 1000 garrafas, todas vendidas, sendo algumas poucas reservadas para o Brasil.



Taylor’s SCION é apresentado numa embalagem especial que recorda o período em que este Porto de 155 anos foi feito. Inspirado numa caixa de instrumentos do século XIX, a embalagem tem detalhes artísticos que muito enobrecem o produto. O decanter de cristal que contém o SCION apresenta desenho exclusivo e foi soprado manualmente.

Na tampa da caixa encontra-se um exmplar de uma edição limitada do livro que conta a história do SCION e da sua fantástica viagem através do tempo.

A palavra SCION tem dois significados: descendente ou herdeiro de uma família nobre, e garfo (galho de uma planta)especialmente utilizado para a enxertia.

De cor mogno profundo apresenta uma auréola âmbar pálida com subtis reflexos azeitona. O vinho envolve o nariz com uma sublime e arrebatadora fusão de opulentos e sedutores aromas. Intenso perfume de melaço e figo envolvido por complexas notas de café torrado, folha de charuto, pimenta preta e cedro combinadas num arrebatador, mas discreto odor de madeira de carvalho.

O vinho pode ser encomendado na Portus Cale, representante exclusivo da Taylor´s no Brasil, www.portuscale.com.br. - Av. Dr. Arnaldo 1714 - tel: (11) 3675-5199 – São Paulo.

DEGUSTAÇÃO NA FLORESTA

Tenho participado de incontáveis degustações na minha vida, nas quais, além de provar, analisar e expressar-me sobre os vinhos, sou atraído pela postura de alguns companheiros. Numa dessas idas e vindas fui parar numa cidadezinha afastada e, na volta, achei que era o pulo do gato desviar por uma estradinha de terra mas, no fim, tive que enfrentar uma estrada que era só costela de cão. Cheguei exausto, dormi agitado, tive sonhos intensos. Dentre esses sonhos, um foi tão incrível que vou reproduzi-lo aqui.

Era uma degustação em Porto de Galinhas, numa confraria de animais. Eu estava um verdadeiro peixe fora d´água, ruminando a idéia de que tinha feito a viagem do sapo. O cheiro de zoológico atrapalhava um pouco a percepção dos aromas, mas resolvi que ia abaixar a crista e enfrentar tudo sem grilo.

Na avaliação sensorial, a cena foi roubada pelo Pavão que, de rabo em leque, fazia evoluções com a taça em verdadeiros contorcionismos e, com olhar de conteúdo, desfilava frases de grande efeito. Ao lado, o Ratinho, silencioso e sorrateiro, fazia seu trabalho de leva-e-traz nos bastidores, sem se comprometer, mas influenciando os menos convictos. Destoando dele, o palrador Papagaio, tido como o maior bom de bico, deitava tremenda falação, repetitiva e interminável, a qualquer amostra servida, deixando todos querendo impacientemente “tirá-lo da tomada”. Ele nem ligava, surdo como um lagarto.

Presidindo o painel, o Leão, incomodado por um olho de peixe, cantava de galo, urrando sua pretensa superioridade, mas descuidava-se, pagando os maiores micos, saindo-se como uma verdadeira anta, o que deixava o pessoal uma arara.

Os vinhos foram servidos às cegas e em seqüência aleatória, em ritmo compassado e disciplinado, comandado pela obstinada Mula. A confraria desta vez tinha contado com todos, que fizeram uma vaquinha para a compra dos vinhos. Alguns deles foram uma verdadeira galinha-morta, um ou outro revelando-se um típico abraço de urso.

A primeira amostra, um tinto de guarda evoluído, foi recebida com barulho e um anormal estardalhaço por um jovem Cachorro que, empurrando a taça de lado, decretou categoricamente que o vinho estava bouchonnée. O Tigre, que até então morcegava, inconformado com sua posição de vice, irônico e agressivo, ridicularizou o Cachorro que, segundo ele, “não passava de um frangote que vive sempre cheirando coisa bem pior no dia-a-dia”.

A Girafa, do outro lado, lançou um olhar de desprezo, a que todos assistiram em suspense, esperando sábias palavras, em vão, porque ela desviou a atenção para outras bandas, sem dizer nem que sim, nem que não, num olhar de quem parecia achar que a vaca ia pro brejo.

A Zebra, famosa pelas posições dúbias, relinchou alto para encerrar a questão, escoiceou o ar e, entre sonoras flatulências, decretou: “cancela esta amostra e vamos para vinhos minimamente potáveis!” O Peru, vermelho, ranzinza e implicante, repreendeu a festiva Zebra: “você não passa de um burro indeciso que, não sabendo se ia ficar branco ou preto, ficou zebrado! Abaixa este rabo ou vá poluir outras paragens!”

O Leão, jogando a juba de lado, lascou: “quando estudei francês no zoológico de Lion, entendi que bouchon é engarrafamento no trânsito... ou rolha de garrafa. Como vinho não é estrada, só pode ser de rolha que vocês estão falando...vamos em frente, para não cometer nenhuma rata, porque toda garrafa de vinho vem arrolhada...isto é, vem bouchonnée!

A sábia Coruja, sempre com uma pulga atrás da orelha, vinha prestando muita atenção para evitar que o presidente falasse burradas ainda maiores. Toureou a situação e, pombas! botou ordem na casa decretando válida a amostra e lembrando que cada um anotasse suas impressões nas fichas individuais.

Não demorou muito para aparecer uma amostra muito interessante e o Elefante, usando de sua indiscutível vantagem física, quis marcar sua presença. Fazendo biquinho, segurando a taça com a tromba, em várias posições contra um facho de luz, decretou “interessante cor rubi com reflexos violáceos...vinho jovem, acidez saliente...”

A Cobra até que tentou envenenar a cena, empurrando o Rato para as bandas do Elefante. Não valeu o jogo rasteiro diante da fixação do paquiderme que, aspirando em vários ângulos, determinou: “...focinho típico, insinuando aromas de cassis, não totalmente madura, com seus toques mais vegetais...”

O Macaco, que arrastava uma asa para a Cobra, interrompeu o discurso do Elefante e vociferou, exibindo-se: “Toma cuidado Grandão. O cassis colhido verdolengo em setembro, nas encostas de Dijon pode mais é trazer aromas de maria-fedida com marcante traço animal das axilas suarentas de quem enfrentou a subida daquelas encostas !!!”.

A gazela, esguia e elegante em seu vestido salmão, virou-se para o lado e cochichou com o Pica-pau: “Até parece que estas cavalgaduras já andaram pelo Côte d’Or ... Ora, ora, no máximo, é aroma de cassis caçado no gargalo do licor da Dubar...ah ah ah”. Em seguida lançou um olhar superior para o bicho-preguiça, ainda concentrado na primeira amostra...

A Hiena não parou de dar gargalhadas de tudo e de todos, afinal era uma festa na floresta e ela, que só se regalava com vinho e com outras coisas uma vez por ano, logicamente nem havia pensado em harmonização com vários tipos de fezes. A risada debochada não agradou aos grandões e deu-se início a uma grande confusão que resultou num verdadeiro estouro da boiada. Eu achei que já estava com um urubu no ombro, pois senti um agressivo abraço de tamanduá.

De sobressalto, acordei. Aliviado, tentei recordar as cenas animalescas mas foi em vão, só apareciam claramente os meus companheiros de degustação fazendo das suas micagens.

Misturando as posturas dos bichos com cenas comuns nos painéis humanos, fiquei meio atrapalhado, apanhei lápis e papel, anotei os principais animais, fui ao centro fiz uma fezinha no jogo de bicho! Agora é esperar pela sorte!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

NEW ZEALAND: HIGH QUALITY WINES

If one just takes a look on its history he will conclude that New Zealand is a newcomer in the world of good wines.

O vinho neozelandês deu seus primeiros passos pela ação do Reverendo Samuel Morsden, que plantou as primeiras videiras em seu quintal, na localidade de Kerikeri, por volta de 1819. Mas o primeiro vinhedo neozelandês propriamente dito, foi formado por James Busby, em 1836 nas proximidades de Waitangi, do qual produziu vinho para consumo pelas tropas britânicas lá estacionadas.

A partir de 1876, a doença do oídio atacou os vinhedos e causou grandes prejuízos, sendo complementados pela devastação implacável imposta pela filoxera, em 1895.

A resposta do setor foi inusitada: ao invés de seguir a solução internacional de se enxertar as clássicas européias sobre cavalos americanos, os viticultores locais decidiram pelo cultivo direto das híbridas americanas, com ênfase para a Isabel, que lá se chama Albany Surprise. A americana Isabel chegou a ser a variedade mais plantada da Nova Zelândia.



Outra "praga" que acometeu o vinho neozelandês foi imposta pela atuação dos falsos moralistas, que conseguiram tornar oficial, entre 1910 e 1919, uma legislação com sérias restrições ao consumo de bebidas alcoólicas no país. Essa situação somente atenuou-se pela pressão dos soldados neozelandeses que prestavam serviços militares e cujos votos desencadearam uma revisão da lei.

Entre 1945 e 1960, os vinhos neozelandeses sofreram forte concorrência da importação, especialmente da Austrália que, em contrapartida, desencadeou o florescimento de um significativo mercado interno.

Desta maneira, a partir de 1960, a vitivinicultura neozelandeza voltou-se para o mercado interno e partiu para uma radical substituição das híbridas americanas por viníferas clássicas européias, num processo efetivo de melhoria do encepamento nacional. No bojo desta releitura vitivinícola, foi implantado um consistente programa de prevenção da filoxera em todas as regiões vinícolas do país.

A determinação nacional pela evolução da composição varietal dos vinhedos fica bem clara se analisados os dados: em 1960, dos 360 hectares de vinhedos plantados, 59% era de castas americanas e, em 1980, com expansão da viticultura para cerca de 5.000 hectares, a composição exibia 91% de viníferas clássicas. Dez anos antes, em 1970, a composição varietal dos vinhedos exibia 40% de castas americanas e o restante de Muller Thurgau transformados em vinho fortificado.



A partir da década de 1980, a composição varietal recebe aportes de novas castas como Cabernet Sauvignon, Riesling Renano, Sauvignon Blanc, Chardonnay, Shiraz, Pinot Noir e outras, iniciando efetivamente uma vinicultura voltada para a qualidade.

O Wine Institute of New Zealand, embora formado em 1975, partiu para uma atuação rigorosa em 1983, proibindo a prática corrente da diluição de vinhos.

No início dos anos 1990, com a utilização de instalações baseadas em aço inoxidável, sem utilização de barricas de carvalho, a Nova Zelândia emergiu no primeiro mundo do vinho, com propostas realmente interessantes.



Com cerca de 40 anos de efetiva ação na elaboração de vinhos finos de viníferas, a vitivinicultura neozalandesa é uma estreante nesse universo. No entanto, sua evolução foi meteórica e está presente no mundo todo com excelentes vinhos.

Its a must to taste Pinot Noir (Central Otago), Cabernet Sauvignon (Malborough), Sauvignon Blanc (Gisborne) e Chardonnay (Auckland).

terça-feira, 23 de novembro de 2010

IRMÃOS MOLON E SINUELO - NOMES DE DESTAQUE DO VINHO BRASILEIRO

A Sinuelo é Irmãos Molon, patrimônios comerciais da família Molon, sediada em São Marcos, RS, e que está completando 40 anos de atividades em Santa Catarina.

Mas as raízes disso tudo começou em Otávio Rocha, distrito de Flores da Cunha, onde uma das grandes figuras históricas do vinho brasileiro, João Slaviero, operava a vinícola que levava o seu nome, na famosa Granja São Mateus.

Dinâmico, lider político e empreendedor, abonou os seus descendentes com este importante cerne de empresário, em especial, seus sobrinhos Molon.

Era 1955 quando Pedro Molon, o mais velho de uma família de 11 irmãos, na busca de seu lugar ao sol, deixou a casa paterna no Travessão Carvalho, do município de Flores da Cunha, atraído pela construção da BR-116, ligação importantíssima do Rio Grande do Sul com o Sudeste brasileiro.

Para chegar lá dirigiu-se para a cidade vizinha, São Marcos, que era cortada pela BR-116.

A partir do ano de 1958, em São Marcos, Pedro começou a colocar vinhos à venda, numa barraquinha no pátio de um posto de gasolina. Seus produtos eram os vinhos Slaviero, produzidos pela vinícola do tio João Slaviero. Pedro, como ambulante carreteiro, corria a praça vendendo o produto em carreta puxada por mulas.

Como iniciado em mecânica, decide trabalhar pegando estrada como caminhoneiro. Para continuidade do comércio fixo, chamou os irmãos que tinham ficado na colônia.

Em 1963, com a chegada de mais um irmão, Euclides, Pedro instala o comércio de vinhos em área própria onde a empresa foi crescendo e lá está até hoje, denominando a empresa com a razão social Irmãos Molon.




Os outros irmãos, Félix, Abrelino e Ulisses juntam-se a Pedro e Euclides em 1966, ano em que passam a engarrafar vinhos, sob a marca Sinuelo. Até o final da década, por conta do grande movimento na BR 116, a única ligação asfaltada entre o Rio Grande do Sul e o resto do país até então, trabalhava-se no local 24 horas por dia, sete dias por semana, permanentemente. Quer dizer, quase sempre: em 1967, por conta da queda da ponte da BR 116 sobre o rio Pelotas, foram três meses de movimento interrompido na rodovia.

Mais adiante em 1970, ficaram preocupados com a noticia de que uma grande fluxo de trânsito na região seria em parte dispersado para passar pela BR-101, em construção.

Sem perda de tempo, instalaram em Araquari, no Litoral Norte de Santa Catarina, um ponto de vendas de vinhos, no quilômetro 71 da rodovia federal. Em 1991, viria outra unidade em Araquari, mas na BR-280, no quilômetro 23.



A unidade na BR-101 conta, desde 2000, com o parque temático Memorial do Descobrimento, com 56 mil metros quadrados. Uma réplica fiel da nau Espera, da frota de Pedro Álvares Cabral, e a extensa vegetação nativa, incluindo pau-brasil, são seus principais atrativos.

O crescimento do negócio de vinho da Irmãos Molon foi geométrico e hoje podem comemorar os 40 anos catarinenses e o expressivo sucesso do Grupo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

DEGUSTAÇÃO VISUAL - PRIMEIRO PASSO DA FORMAÇÃO DA COR

Nos concursos oficiais, nas degustações de revistas ou associações e mesmo nas sessões mais livres, via de regra, damos pouca atenção aos aspectos visuais. É até compreensível, porque nestes painéis só se colocam vinhos em boas condições.

Mas, nem por isso a avaliação visual deve ser olhada como de menor importância.

A visão é o nosso controle de segurança. Caso o aspecto visual não nos ofereça confiança, não seguimos em frente, inclusive na degustação de um vinho.

A cor do vinho é um registro fiel do seu estado. A visão consegue captar pela cor o perfil do vinho: tipo, a idade, sanidade e qualidade.

Os vinhos tintos têm cores dos vinhos que variam desde os fatores presentes no vinhedo até as condições sob as quais a garrafa foi conservada até a abertura para serviço.

No vinhedo ocorrem a variada existência dos pigmentos da casca da uva que depende da variedade, dos tratos culturais do viticultor, do terroir e do processo de maturação antes da colheita.

Como não somos e nem queremos ser enólogos, vamos falar dos pigmentos sem frescuras para quem realmente aprecia o vinho, os enófilos.

A cor original do vinho decorre de pigmentos do tipo antocianos, antociano-tanínicos e taninos. Para simplificar mais ainda, antocianos com seu vermelho rubi e taninos com seu vermelho escuro. Os reflexos violáceos presentes nos vinhos novos anunciam uma acidez mais acentuada.

Esta cor inicial será mais clara para vinhos de Pinot Noir, escuras para Cabernet Sauvignon, muito escuras para a Tannat e quase negra para algumas castas portuguesas.
Não estou considerando como vinho bem colorido a malandragem enológica de acrescentar enoantociano comprado na farmácia da esquina para corrigir (enganar o consumidor) a falta de cor de uma uva de baixa qualidade.

Ainda na videira, os cachos de uva necessitam de uma certa dose de insolação que o viticultor ajuda ao desfolhar da cortina vegetal as folhas que sombreiam excessivamente.

O terroir participa com a constituição do solo, o relevo do terreno, a orientação do vinhedo para a rota diária do sol, temperaturas altas de dia, temperaturas baixas de noite, ventilação e ausência de chuvas no período da maturação e na época da colheita.

A colheita pode ser realizada na quase madurez para os espumantes, na madurez para os vinhos normais, na super-madurez para vinhos especiais e com a uva congelada para os ice wines.

Após a colheita, com a uva na adega, começam as influências de outros fatores relacionados com a vinificação, que serão comentados no SEGUNDO PASSO DA FORMAÇÃO DA COR!








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domingo, 21 de novembro de 2010

E DEUS CRIOU O VINHO!

Estava Deus, alegre, feliz e satisfeito, no final do expediente do sexto dia da grande obra da criação do Universo quando, um sentimento incômodo o deixou em sobressalto. Não sabia a causa mas deveria ter se esquecido de alguma coisa importante.

Consultou seus rascunhos, seus memoriais descritivos e nada que revelasse a falta cometida!

De repente, num lampejo de criatividade pensou - Puxa! Depois de um trabalho insano para pensar e criar cada detalhe deste Universo, agora quase chegando o sétimo dia, o dia do descanso, não tinha preparado um elemento para comemorar o término da grande obra!

Convocou os arcanjos mais ativos para uma reunião de emergência e se entregaram a uma longa discussão em torno do assunto. Em meio ao brain-storming ficou claro que faltava o veículo da alegria para as comemorações humanas.

Na sua sabida onisciência captou as opiniões e lascou - O veículo da alegria dos homens, o molho especial das comemorações, será uma bebida especial, será o vinho!

A parte final da reunião foi para estabelecer as especificações do vinho e os meios para implementá-lo na Terra. A seguir, os laboratórios celestiais sintetizaram a bebida que foi degustada e aprovada.

Consolide-se o projeto, decretou Deus.

No sétimo dia, refestelado na sua nuvem predileta, Deus se deu ao luxo do comemorar e, depois, entregar-se ao descanso merecido.

De gole em gole, foi se apreciando o vinho, num controle de sua finalidade e foi se sentindo mais tranqüilo e, como última ação, juntou um punhado de sementes de videiras e atirou firmamento abaixo, sobre a parte norte da Terra. Missão cumprida!

Isto feito pendeu a cabeça para o lado e pregou num sono profundo.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

URUGUAI - OS VINHOS FALANDO CADA VEZ MAIS ALTO

Na primeira vez que estive visitando a vitivinicultura uruguaia tinha como objetivo conhecer mais sobre a história da Tannat e degustar todos os níveis de vinhos desta casta, que é emblemática daquele país.

Verifiquei que a própria história do vinho uruguaio não é tão antiga quanto a dos argentinos, chilenos, bolivianos e peruanos. Na passagem do século XIX para o XX começaram a surgir as primeiras empresas vitivinícolas importantes.

Mesmo assim, a indústria vinícola uruguaia ficou isolada, protegida pelo mercado fechado às importações, atendendo a um público menor exigente.


UM DOS MELHORES CHARDONNAYS DO NOVO MUNDO.

Quando se projetou a abertura do Uruguai, teve-se o cuidado de avaliar a capacidade de concorrência dos vinhos usuguaios diante dos importados. Foi um grande susto e o governo tratou de trazer, em 1988, uma dupla de especialistas californianos para uma avaliação e indicação de saídas para a sobrevivência da vitivinicultuta nacional.


FORÇA JOVEM DA VITIVINICULTURA URUGUAIA.

A degustação da maioria dos vinhos uruguaios deixou os especialistas sobressaltados - tudo era mal vinificado e os vinhos de castas tradicionais não teriam chance diante do chilenos, argentinos e assim por diante. Tendo esgotado os rótulos mais expressivos sem sucesso, alguém lembrou do vinho de Tannat embalado em garrafão, em varietal ou cortado com vinho de Isabel. Tomou-se uma amostra de Tannat e os americanos ficaram entusiasmados - até agora vocês vinificam mal, porém, este vinho merece um apurado trabalho vitivinícola!

Foi a conta certa para que o Uruguai em pouco tempo estivesse elaborando Tannat cada vez melhores. Outras castas foram beneficiadas nesse processo.



Em 2003, lancei o vinho uruguaio no Brasil, o que gerou em seguida a visita de outros jornalistas brasileiros para aquele país. Foi tudo bem, a não ser que, estando visitando uma vinícola orgânica, a La Cruz, os visitantes capitaneados pelo saudoso Saul Galvão foram surpreendidos por uma forte ventania que, apanhando os resíduos de uma pilha de esterco de galinha, fez com que eles literalmente engulissem cocô dos galináceos.

A revolta foi geral. Mas sabe quem salvou a situação?

Os bons vinhos urugauios, é claro!

VINHOS VERDES - A ERA MADURA DA MODERNIDADE

O vinho verde é um velho conhecido dos apreciadores de vinho no mundo todo. Aprendemos a gostar de sua natureza franca, que oferece tipicidade própria de um vinho leve e aromático, condimentado com incisivo toque acídulo e uma natureza discretamente frisantina, que marcavam sua presença inconfundível ao pinicar nossa boca.

O vinho não tem predominantemente a cor verde. Sua característica tradicional de vinho para ser tomado dentro de um prazo curto após a elaboração poderia até sugerir tratar-se de vinho verde em contraposição ao vinho maduro. Esta versão não é apoiada pelos minhotos. A terra dos vinhos verdes é a região do Minho e do Entre Douro, na parte noroeste de Portugal. Vista do alto mostra um enorme manto de vegetação verde que escorrega desde as encostas das serras mais a leste, espraia-se pelos vales interiores, prolonga-se pelas planícies, estendendo-se por fim até as margens do Atlântico. Dizem alguns que desta monocromia verde veio o nome do vinho.

O vinho verde que muito se consumiu nos verões quentes brasileiros na década de 1970, era via de regra um Casal Garcia, um Calamares ou um Gatão, branco e frisantino, vez por outra tinto. O vinho verde tinto permaneceu regalo de certas áreas minhotas. Mas as coisas vem mudando radicalmente nos anos recentes.



Dentre as 65 castas tradicionais, vêm ocorrendo estudos de seleção de castas e trabalhos de especialistas para conferir um perfil moderno aos vinhos verdes, destacando-se o desenvolvimento clonal das brancas Loureiro e Trajadura, e das tintas Borraçal e Vinhão.

No seio das mais de cem mil pequenas propriedades vinícolas, a modernidade vem avançando e as formas de condução das videiras se alterando para garantir níveis maiores de qualidade. Com uvas superiores, a vinicultura minhota tem trabalhado para manter os predicados da fruta através da alteração de aspectos tradicionais de processamento.

Um dos pontos-chave foi a exclusão da fermentação malolática na garrafa tornando os vinhos verdes tranqüilos que, apesar disso, mantêm o caráter picante na boca por conta da acidez saliente que caracteriza as uvas daqueles terroirs. Para os rótulos mais populares pode ser acrescentado gás carbônico para gerar aquele aspecto de frisantino.

A troca dos lagares rústicos por instalações em aço inoxidável, com controle de temperatura de fermentação abaixo de 20°C, alonga o tempo desta fase por até quatro semanas, promovendo extração lenta e mais intensa dos aromáticos, protegidos depois pela prevenção da fermentação malolática. O resultado final são vinhos verdes frescos e com forte presença dos aromas originais da fruta. Coroando os esforços, vem a maior estrutura decorrente de teores alcoólicos mais elevados, com o quê podem ser guardados por até nove anos, a depender do vinho.

Dentro desta nova roupagem dos vinhos verdes, devem ser apreciados, no mínimo, Santa Eulália – Azal e Arinto (Casa de Santa Eulália), 11.5%; Condes de Barcelos – Trajadura, Arinto e Loureiro (Adega Barcelos), 11%; Casal do Paço Padreiro – Loureiro (Afros), 11%; Deu la Deu – Alvarinho (Adega Monção), 11%; Quinta da Aveleda – Arinto, Trajadura e Loureiro (Aveleda), 11.5% e um Follies – Trajadura e Loureiro (Aveleda), 11.5%.

Vinho verde moderno é, portanto, um vinho encorpado e caracteristicamente picante. Vale a pena degustar os vinhos verdes que amadureceram para a modernidade!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

DON MELCHOR – O JOGO DOS SETE ACERTOS

Este emblemático vinho da Concha y Toro provém de 114 hectares de vinhedos de Puente Alto, Valle do Alto Maipo, nas fraldas da Cordilheira dos Andes, onde concorrem condições especiais que influenciam no amadurecimento mais completo das uvas tintas.

Os vinhedos compreendem videiras de Cabernet Sauvignon reunidas em 6 parcelas de diferentes estruturas de solo, que somam 107 hectares e outro, de Cabernet Franc, agregado numa única parcela de 7 hectares. A idade média desses cultivares ultrapassa os 20 anos e, assim bem adultos, oferecem uvas com predicados mais evidentes e complexos.

Cada parcela recebe tratos culturais específicos, atentando-se para que as fileiras de videiras ou, individualmente, a videira, cresça e frutifique em equilíbrio com sua própria fisiologia vegetal.

O clima tem sua influência pelos dias quentes de verão que terminam em noites frias, ainda mais refrescadas pelos ventos gelados que baixam dos Andes, resultando em grande amplitude térmica, tudo o que se necessita para a concentração dos polifenóis das uvas.

A colheita de cada parcela obedece à degustação das uvas no vinhedo e aos resultados de análise de laboratório, dando conta do estado de madurez dos polifenóis e a concentração de açúcares na polpa. As uvas são colhidas manualmente no frescor da madrugada para evitar qualquer interferência do forte calor do dia. Após colhidas são acondicionadas em pequenas caixas de 10 quilos, e rapidamente transportadas, para se dar início à vinificação.

As uvas sofrem seleção na entrada da adega: as aprovadas são colocadas em pequenos tanques de aço inoxidável, onde são fermentadas sob condições controladas de temperatura e trabalhadas com remontagens visando a extração dos elementos nobres da casca; aquelas que não tiveram aprovação não entrarão na composição do Don Melchor. Exemplares de 2005, por exemplo, não contêm uvas da parcela 2.

Com vinhos que traduzem as qualidades peculiares de cada parcela, o enólogo Enrique Tirado, seguindo provas criteriosas, procura construir a qualidade de um assemblage cuja composição varia ao redor de 92% das parcelas de Cabernet Sauvignon e 8% da parcela de Cabernet Franc. Trata-se de um trabalho que se repete todo ano e trabalha para se chegar aos sete acertos, o que garante o alto padrão do rótulo Don Melchor.

Deste jogo anual de sete acertos resulta o sempre muito expressivo Don Melchor.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

FROM RUSSIA WITH LOVE...AND WINE

Quando as videiras viníferas, após cem milhões de anos de migração a partir da região polar norte, aportaram no refúgio armenio, ali encontraram o terroir ideal para seu desenvolvimento.

O refugio armênio é uma região formada por terras turcas, armênias, geórgias e plagas circunvizinhas até o Mar de Azov, em cujas florestas cresceram muitas videiras viníferas que pela exuberância tornaram-se alimento sazonal dos povos locais.

Com o abandono do nomadismo, a região se tornou berço de origem do vinho de viníferas.

Se uma mulher armenia descobriu acidentalmente o vinho ao lavar jarros de coleta de uva na floresta, deve-se ao povo geórgio a formação do primeiro vinhedo de viníferas do mundo! Isto talvez lá pelos 6 mil anos antes de Cristo!

Armênios, Cananeus, fenícios, gregos, romanos...numa seqüência milenar, levaram a videra e o vinho para o mundo. Centenas de variedades distintas surgiram pela aclimatação a cada país gerando castas francesas, italianas, gregas, espanholas, portuguesas e alemãs. Obviamente que nunca se deu atenção às que ficaram pelos distintos terroirs do berço original.

As diferentes videiras originais foram sendo cultivadas a partir da Georgia, para baixo e para cima, passando pelo Mar de Azov, alcançando a Moldovia e a Ucrania, formando as principais regiões vitivinícolas da Russia.

Das variedades mais cultivadas e de maior relevo nesta parte do mundo, duas se destacam: a branca Rkatsiteli e a tinta Saperavi.

Rkatsiteli, desconhecida do consumidor ocidental, cobre a terceira área plantada do mundo. Seu vinho é muito delicado, acidez saliente e de complexidade comparável à Riesling. Se você não pode ir à Russia, vá aos Finger Lakes nos Estados Unidos e aprecie o Rkatsiteli do Dr. Konstantin!

Saperavi, com grande concentração de taninos e antocianinas, resulta vinho tinto de cor escura profunda, alto teor de álcool, elementos que suportam um longo envelhecimento.

A Russia ocupa lugar de destaque entre os países produtores de vinho, mas o que mais chama a atenção é para o futuro brilhante que deverão ter seus vinhos quando alcançarem o mercado ocidental.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

JARDIM DO VINHO HARMONIZA NO NORTH GRILL

Aconteceu no North Grill, Shopping Frei Caneca, São Paulo, dia 11 de novembro, um almoço harmonizado com vinhos alemães de nova geração, produzidos na região de Baden-Württemberg e que merecem muita atenção do apreciador.



Dir. Geral Antonio Carlos Carrelha (esquerda) e o Dir. Comercial
Bordini, da Jardim do Vinho

A direção da Jardim do Vinho fez questão de trabalhar uma harmonização que não fosse como as tradicionais para os vinhos também tradicionais da Alemanha.

Um rosé da série Saint Michel, produzido pela Cleebronn & Güglinger, Württemberg, rotulado Lemberger Weissherbst, 2009, preparado a 8°C, esteve perfeito com pães e patês. Este vinho, um varietal da casta Lemberger, es banjando aromas de morango com um sutil apimentado, boca gorda, fresca e equilibrada, não teve dificuldades para também casar-se perfeitamente com as porções de calabresa frita ao vinagrete de tomate.

O Filet Mignon, corte espesso, ao ponto, com arroz e batatas sotés, teve um casamentio interessante com o Emotion, Spätburgunder (Pinot Noir) 2007, produzido pela Cleebronn & Güglinger, Württemberg. Como todo Pinot Noir, trata-se de um vinho delicado porém incisivo e fez boa parceria com o prato.

O mesmo prato teve harmonização com o Herzog Christoph Lemberger 2008, da casta tinta típica alemã Lemberger, produzido pela Cleebronn & Güglinger, Württemberg, que realmente mostrou-se com ajuste perfeito em todos os detalhes.

Interessados procurar: www.jardimdovinho.com.br / acarrelha@jardimdovinho.com.br

QUINTA DA BACALHOA BY PORTUS CALE

A Portus Cale recebeu a imprensa em coquetel e degustação de vinhos da Bacalhoa Wine,
no dia 10 de novembro passado, no Restaurante Trindade, São Paulo.



Palavras do Comendador Joe Berardo, proprietário da Bacalhôa Wine e Roberto Vilela, sócio da Portus Cale.

No coquetel foram servidos ótimos vinhos para o verão que está chegando.

Em primeiro lugar espumantes Loridos: Rosé 2008 - fermentado a baixas temperaturas e, com isso exibindo finos aromas; Chardonnay 2005 - fino e longo perlage, aromas minerais, agradáveis e persistentes; e Vintage 2006 - perlage fino e persistente, cresce no centro da boca, frutado a peras, maçãs verdes e frutas secas.

A degustação seguiu um roteiro muito interessante: Catarina 2008 - branco de Fernão Pires, Chardonnay e Arinto, nariz floral e mineral, boca frutada a abacaxi e pêssego; Cova da Ursa 2008 - Chardonnay, nariz frutado a abacaxi, notas tostadas e toques de baunilha, boca também frutada, delicada nos toques de madeira, acidez muito boa; Quinta dos Loridos Alvarinho 2007 - aromas cítricos delicados, abacaxi e casca de limão, boca de boa presença, mineral, fresca e final longo; Palácio da Bacalhoa 2005 - Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot - nariz com frutas maduras sobre toques de café e caixa de charutos, boca de grande estrutura e agradabilidade;
Quinta da Bacalhoa Tinto 2007 - Cabernet Sauvignon e Merlot - nariz com frutas maduras sobre toques de especiarias, boca plena, taninos elegantes, frescor agradável. Muita comnplexidade.

Interessados devem procurar: Portus Cale - www.portuscale.com - tel. 11 - 3675 5199.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O VINHO E A SENSUALIDADE HUMANA (1)

A degustação de um vinho vai muito além do ato de sorver gordas talagadas coroando-as com um estridente estalar de língua. Apreciar implica entrega e deleite. Beber apressadamente só faz rebaixar o apreciador à condição de mero aprendiz de amante, sem noção dos prazeres ocultos sob pequenas nuanças. Degustar é um ritual praticado sob a empatia gole-a-gole, num crescendo sutil que estimula nossa sensibilidade, incitando-nos a alçar vôos imaginação afora, onde o vinho permeia a própria sensualidade humana.

Há muito pretenso conhecedor de vinho pecando pela, digamos, ejaculação precoce. Quantas vezes um troglodita não apanha uma garrafa onde o vinho evoluiu em ritmo lento de reações da química fina, quase repouso interno e, sem o menor cuidado, a manuseia com movimentos bruscos, culminando por arrancar-lhe a rolha num descuidado golpe seco final. Um verdadeiro estupro ! Em seguida, sem a menor sensibilidade, despeja o vinho num recipiente qualquer e sorve-o num glu-glu automático, como se fosse uma bebida sem alma. Se, em lugar da garrafa de vinho fosse uma mulher, este egoísta seria um cavalgador solitário que não prestaria atenção à sua companheira que, coitada, não teria a menor chance de chegar lá...

Embora a sensualidade original tenha supostamente se perdido na fábula da maçã proibida e nos conselhos rasteiros da serpente, nada nos tira a certeza de que tudo começou num dia como outro qualquer, na chatice do primeiro condomínio fechado da humanidade, o Paraíso.

Ali, Adão e Eva, embalados numa conversa-vai-conversa-vem, inventaram de tirar a limpo suas diferenças físicas. Corações disparados, adrenalina à toda, ocultaram-se entre as ramagens de uma paradisíaca videira, tornando-a o primeiro motel da Terra. Estava inaugurada a sexualidade humana! Momentos após, saíram disfarçando, folha de parreira cobrindo a genitália e assobiando aquela música do Jota Quest... ”fácil, extremamente fácil...”.

Por esta natural entrega aos prazeres da carne, o casal original foi botado para correr...correr mundo afora e, como resultado, somos bilhões de seres humanos sobre a face do planeta embalados pelo pecado original.

Muitas vindimas mais tarde, as exuberantes uvas das encostas do Monte Ararat foram transformadas em vinho por Noé, empolgado que estava pelo sucesso de sua arca, após um cruzeiro que tinha a nobre missão de salvar do dilúvio casais sexualmente ativos para a perpetuação das espécies. Como comemoração do grande feito, transformou as uvas em vinho, tomou um porre bíblico e, empolgado, saiu nu da barraca mostrando todas as suas vergonhas. Era o vinho trazendo liberação do comportamento humano.

Em conexão com estes antecedentes, a mitologia grega vinculou o vinho à sensibilidade humana, de pronto oficializando uma descrição que, com boa dose de imprecisão cronológica, explicava a sua descoberta. Consta que a revelação do vinho coube ao deus Dionisio, protetor do vinho e da viticultura, o mesmo Bacco dos romanos. Ele vivia no Olimpo, mas passeava freqüentemente pelas planícies gregas para atividades populares, acompanhado de faunos e musas.

Certo dia, brincando de pega-pega, no meio dos parreirais ás margens de um lago, mordiscavam cachos de uvas, lançando alguns deles nas águas do lago. Este embalo deve ter se avançado no tempo até que todos, exauridos, estiraram-se na relva e adormeceram. Mais tarde, acordaram sedentos e correram para a margem do lago em busca de água. Esta, repleta de cachos de uva madura, formava com eles um composto novo, uma mistura que fermentou e se alcoolizou. A bebida, além de saciar a sede, levou-os a sentir um êxtase inebriante de alegria e excitação.

Experimentaram de corpo e alma as qualidades afrodisíacas daquele vinho que, para todo o sempre, foi eleito o mensageiro do prazer e da alegria, consumo obrigatório em reuniões festivas.

Esta tradição grega desembocou na invenção dos primeiros recipientes para tomar vinho. Contam as más línguas que a forma destes primeiros cálices foi influenciada pelo costume da época de se derramar o vinho no colo da companheira e sorvê-lo pouco abaixo de seus seios. A partir dai, os primeiros cálices tomaram a forma dos seios de uma mulher de beleza exemplar na Antiga Grécia – Helena de Tróia. A conformação rasa e bordos sutilmente alargados, eternizaram a delicadeza daqueles seios formosos.

O vinho e a sensualidade seguiram sempre unidos, como no intrincado jogo amoroso , no qual existe sempre um ritual a ser cumprido a dois. Um dos momentos mais importantes do relacionamento homem-mulher está justamente no despertar do interesse, nos olhares furtivos, roubados ao controle das outras pessoas, num jogo malicioso que desemboca numa crescente atração. É justamente assim que começa a degustação de vinhos: um flerte inicial de avaliação visual. Com o cálice de vinho à frente, mergulhamos num jogo sensorial de descobertas de cor, brilho, matizes, detalhes que vão enchendo os olhos, a boca com uma gulosa saliva premonitória.

Numa fase de maior intimidade, o nariz prevê delícias, aproxima-nos daquilo cuja profundidade queremos alcançar. Que homem não se sentiu atraído, envolvido pelo mistério das insinuações de um cheiro feminino, do aroma de um vinho? Algumas pessoas têm sua sensibilidade atraída pelo aroma adocicado, outras pelo perfume de flor, outros pelo cheiro de fruta... Podemos até, ousando, afirmar que o nariz é sensual.

Os mil e um aromas, identificados nos porões de nossas lembranças evocam relações secretas que correspondem a esse buquê. Um gole pausado e generoso traz finalmente o esperado gozo, que inunda nosso corpo com um prazeroso calor.

Com o vinho, homem ou mulher podem caminhar na trilha da fruição. Homem, mulher e vinho fecham o ciclo do prazer.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ICEWINE - DETALHES FAZEM A DIFERENÇA

Você visita uma vinícola produtora de icewine, experimenta uns cálices, conversa por algum tempo, compra uma garrafinha e sái com a impressão que já é professor! Passei por essa situação muitas vezes e em vários países: Nova Zelândia, Luxemburgo, Áustria, Alemanha, Canadá e Argentina. Com o tempo verifiquei que o Icewine é um néctar que exige muitos cuidados e atenção a detalhes importantes.

Superficialmente, ocorre a falsa idéia de que a elaboração deste tipo de vinho é algo simples, bastando trabalhar com uvas congeladas. Mas isso não é verdade porque muitos detalhes técnicos devem ser observados para se obter um vinho do gelo de qualidade.

Como em todo vinho, um aspecto fundamental está na preparação dos vinhedos. A altura das videiras numa espécie de cerca viva (espaldeira) deve formar uma cortina vegetal até cerca de 1,80 m, para garantir quantidade de folhas para captar insolação.



Condução das parreiras na vinícola brasileira Pericó - São Joaquim - SC.

Quando se posiciona o galho horizontal que define a linha de produção de cachos de uva, estes devem ficar a pouco mais de meio metro acima do solo: folhas para cima, cachos para baixo. As folhas que cobrem os cachos são totalmente eliminadas para garantir a exposição dos bagos aos raios solares e às temperaturas quentes do dia.

A produtividade deve ser limitada a uma frutificação sempre abaixo de dez cachos por videira. Isto se garante com raleio (eliminação) drástico de cachos que vai resultar na produção máxima da videira em um quilo.

As uvas são deixadas nas videiras até a ocorrência de baixíssimas temperaturas, que ocorrem em janeiro e fevereiro no Hemisfério Norte, e em julho e agosto no Sul.

As bagas no avanço do supermadurecimento vão sofrendo gradual desidratação ao longo das sucessivas mudanças de temperatura, sofrendo a alternâncias de congelamento e descongelamento.

A condição essencial para a obtenção do vinho do gelo de qualidade é o nível da baixa temperatura no vinhedo durante a colheita.

Essa temperatura, a partir de -7°C para baixo, vai acarretar a concentração do extrato, maior peso do corpo e muita complexidade do aroma do vinho.

A localização do vinhedo, sua latitude e a sua altitude, resultam na ampliação do tempo de insolação diária e no abaixamento forte das temperaturas noturnas, gerando que seja grande a amplitude térmica - diferença entre as temperaturas de dia e de noite.

O descanso noturno e o alongamento do ciclo de maturação faz com que se desenvolvam alta concentração de elementos aromáticos ativos, em função da maturação dos elementos fenólicos em ritmo bem lento.

Quando a temperatura no vinhedo cai para –7°C ou -8°C, temperatura oficialmente determinada pela legislação do país produtor, a colheita pode ser executada. A concentração de açúcar das uvas e o teor de acidez residual fica relacionada com a temperatura durante a colheita, fatores que determinam a qualidade do vinho.



Colheita na vinícolaalemã Heuchelberg.

As uvas colhidas congeladas são prensadas imediatamente, sob frio extremo, freqüentemente no meio do vinhedo ou em instalações sem calafetação, de forma que não ocorra o descongelamento.

Nas bagas de uva, a água se congela totalmente enquanto que o mosto doce permanece um líquido concentrado, durante a prensagem, assim possibilitando recolher o exíguo mosto separado do gelo. O processo resulta em implica baixíssimo rendimento.

A grande concentração de açúcar faz com que a fermentação desse mosto ocorra muito lentamente, durante meses, até que atinja o teor alcoólico de aproximadamente 10 a 12% de álcool.

O Eiswein ou Icewine é o mais famoso vinho produzido pela viticultura de clima frio, cuja qualidade guarda compromisso direto com o equilíbrio entre o alto nível de acidez e a saliente concentração de açúcar.

O vinho do gelo, preciosidade do frio, aquece nossos corpos e corações sedentos do deleite que, sabemos, vamos descobrir em seu calor.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ALENTEJANOS ESCOLHIDOS A DEDO PELA CANTU

A Cantu acaba de incorporar ao seu portifólio os rótulos alentejanos da Herdade São Miguel, do enólogo Alexandre Relvas, proprietário da Casa Agrícola Alexandre Relvas.

Adquirida em 1997, a Herdade São Miguel está localizada em Redondo e possui 175 hectares, sendo 35 hectares de vinhedos, 97 hectares de sobreiros (corticeitas) e o restante reservado para a criação e preservação de espécies autóctones portuguesas em vias de extinção ameaçados pelo avanço da mecanização agrícola, o Burro de Mirandela e o Garrano do Gerês.

A Herdade São Migueltransforma anualmente 1 milhão de quilos de uvas que são transformadas nos rótulos de suas duas linhas: Ciconia (cegonha branca portuguesa)e São Miguel dos Descobridores (tributo aos navegadores do século XV).

No dia 4 de novembro passado, a Cantu promoveu uma degustação com a presença e explicações do enólogo-proprietário, Alexandre Relvas, ocasião em que foram servidos:



Ciconia Rosé - Aragonês, Syrah e Touriga Nacional - 12.6 % - um vinho salmão claro e brilhante, nariz a flores brancas sobre toques de morango. Boca fresca e agradável.
Consumidor - R$ 29,90.
Ciconia Branco - Vinho Verde - Avesso, Azal e Loureiro - 10 % - um vinho verdeal com levíssimo dourado, aromas de flores brancas e tooques cítricos, pouca agulha, leve com persistência interessante no centro da boca. Consumidor - R$ 29,90.

Ciconia Tinto Reserva - Aragonês, Touriga Nacional e Trincadeira - 14.6 % - um vinho de cor escura, aromas complexos de cereja e framboesa, flores brancas, tons de especiarias, leve tostado sobre a maciez da baunilha. Boca equilibrada, franca, de elegante frutado sobre notas tostadas. Consumidor - R$ 73,00.

Descobridores Tinto Reserva - Alicante Bouschet, Touriga Franca e Touriga Nacional - 14.5 % - um vinho tinto negro, robusto e elegante, toques incisivos de madeira sobre frutas vermelhas e pretas (amora, groselha e cassis). Os toques tostados mesclam-se com frutas secas. Preenche muito bem o centro da boca, untuoso e mastigável. Boca agradável e persistente. Consumidor - R$ 102,00.



O Alexandre Relvas ainda preparou uma surpresa e serviu três vinhos topo de gama:

São Miguel Touriga Franca - 2009 - cor negra - aromas a especiarias e casca de laranja. Um estilo que lembra Borgonha.

Herdade São Miguel Reserva - Alicante Bouschet, Aragonês e Cabernet Sauvignon - cor negra - frutas maduras, um sutil toque mentolado, elegante tostado. Talvez o melhor vinho da noite.

Herdade Private Collection - Alicante Bouschet, Aragonês e Touriga Nacional - 2007 - cor negra - frutas maduras, flores brancas, tabaco. Um vinho vivo que preenche a boca com peso e agradabilidade. Persistente.

CANTU - 0300.210.1010 - www.cantu.com.br

terça-feira, 2 de novembro de 2010

VINHOS DE ALTURA (2) - PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

Como vimos no Vinhos de Altura (1), o ciclo de maturação desde a floração até a colheita vai se alongando na medida que se ganha altitude, lançando a fase final do amadurecimento para bem fora do verão, no outono sem as costumeiras chuvas do verão, inclusive as águas de março.

Por exemplo, nas altitudes catarinense de São Joaquim, a vinícola Sanjo explora seus vinhedos de Cabernet Sauvignon que vão de 1.100 a 1.400 metos, colhendo a partir de baixa, iniciando em abril, até a parte mais alta em meados de maio. No primeiro nível, sacam uvas com madurez normal para elaborar o Nobrese. No segundo nível, as uvas tem 15 dias a mais de maturação e são direcionadas para o Nubio Tinto (50% com passagem por carvalho francês de primeiro uso). No terceiro nível, as uvas têm mais 15 dias em relação ao nível anterior, são colhidas com as folhas já amarelando, sendo elaborado o Maestrale (com 100% de passagem por carvalho francês de primeiro uso).



Já em Mendoza, outro clima e terroir, a Terrazas de Los Andes desenvolveu a exploração das distintas altitudes adequando cada variedade a uma altitude melhor. A Cabernet Sauvignon encontra sua melhor interpretação nos vinhedos a 980 metros, a Malbec a 1.067 metros, a Chardonnay a 1.200 metros e a Torrontés a 1.800 metros. Essas que são as melhores uvas de cada variedade podem gerar vinhos varietais, reserva e o Afincado, através da redução da produtividade.



Os vinhedos mais altos do mundo estão em Colomé a 3.100 metros.

O aumento de altitude e o alongamento do ciclo de maturação tem limitações críticas porque vão jogando a parte final do amadurecimento de encontro com o inverno. Isto pode fazer com que não se complete o ciclo e as uvas não tenham polifenóis maduros para gerar bons vinhos.

Em São Joaquim a falta de maturação da Cabernet Sauvignon resulta no defeito do vinho de excesso de pimentão verde, ou seja, de pirazina. Nem todos os terrenos resultam bons vinhedos e a orientação em relação aos ventos gelados vindo do mar pode ser fatal.

Na Argentina, tanto Mendoza como Salta, este alongamento aumenta o risco de nevascas, granizo e geadas. Em alguma partes, o granizo que cái é formado por grandes pedras com alta capacidade de destruição.

Vinhos de altitude brasileiros: Villa Francioni, Sanjo, Quinta Santa Maria, Villaggio Grando, Suzin, Quinta da Neve, Villaggio Bonnucci, Panceri, Pericó e outros. Todas vinícolas estão associadas à ACAVITIS.

Vinhos de altitude argentinos: Terrazas de los Andes (LVMH), Colomé (Decanter), Bodega El Molino, San Pedro de Yacochuya e outros.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

VINHOS DE ALTURA (1) - QUE DIFERENÇAS FAZ A ALTITUDE?

A qualidade de qualquer vinho está definitivamente determinada nos vinhedos! Com uva boa pode se fazer vinho bom, com uva ruim não é possível chegar-se a vinho razoável.

A uva que vai resultar num determinado vinho tem que estar no estado de maturação correspondente ao estilo e tipo de vinho. A maturação ótima, também conhecida como maturação industrial, consiste naquela que vai prover ao vinho as especificações próprias.

No caminho para a amturação ótima a uva percorre três distintas etapas:

1° etapa - floração - trata-se do ponto inicial do cacho de uva que ocorre após o inverno e que se pronuncia pelo aparecimento de inflorescência ou cachos florais.
2° etapa - frutificação - no começo em forma de pequenas ervilhas que vão crescendo até atingirem o tamanho final.
3° etapa - pintagem - trata-se do momento em que as bagas de uva começam a pintar, isto é, mudar de cor. Vermelho escuro para as tintas, amarelo para as brancas). A partir daí ocorre a maturação.

A maturação recebe a influência das altitudes maiores através da maior insolação durante o dia, das menores temperaturas durante a noite, da não ocorrência de chuva na época da colheita e da ação de ventos persistentes que limpam os vinhedos da umidade, dos fungos e de alguns insetos.

O frio noturno faz com que a videira interrompa suas atividades e equilibre suas energias. Essa interrupção gasta tempo e o ciclo de amadurecimento é mais longo permitindo concentração de polifenóis maduros (aromas, cores e sabores) na casca e maior concentração de açúcares na polpa.

Esse conjunto de elementos é tudo o que um enólogo requer para produzir vinhos mais encorpados, complexos e que resistem à guarda.