quarta-feira, 17 de novembro de 2010

URUGUAI - OS VINHOS FALANDO CADA VEZ MAIS ALTO

Na primeira vez que estive visitando a vitivinicultura uruguaia tinha como objetivo conhecer mais sobre a história da Tannat e degustar todos os níveis de vinhos desta casta, que é emblemática daquele país.

Verifiquei que a própria história do vinho uruguaio não é tão antiga quanto a dos argentinos, chilenos, bolivianos e peruanos. Na passagem do século XIX para o XX começaram a surgir as primeiras empresas vitivinícolas importantes.

Mesmo assim, a indústria vinícola uruguaia ficou isolada, protegida pelo mercado fechado às importações, atendendo a um público menor exigente.


UM DOS MELHORES CHARDONNAYS DO NOVO MUNDO.

Quando se projetou a abertura do Uruguai, teve-se o cuidado de avaliar a capacidade de concorrência dos vinhos usuguaios diante dos importados. Foi um grande susto e o governo tratou de trazer, em 1988, uma dupla de especialistas californianos para uma avaliação e indicação de saídas para a sobrevivência da vitivinicultuta nacional.


FORÇA JOVEM DA VITIVINICULTURA URUGUAIA.

A degustação da maioria dos vinhos uruguaios deixou os especialistas sobressaltados - tudo era mal vinificado e os vinhos de castas tradicionais não teriam chance diante do chilenos, argentinos e assim por diante. Tendo esgotado os rótulos mais expressivos sem sucesso, alguém lembrou do vinho de Tannat embalado em garrafão, em varietal ou cortado com vinho de Isabel. Tomou-se uma amostra de Tannat e os americanos ficaram entusiasmados - até agora vocês vinificam mal, porém, este vinho merece um apurado trabalho vitivinícola!

Foi a conta certa para que o Uruguai em pouco tempo estivesse elaborando Tannat cada vez melhores. Outras castas foram beneficiadas nesse processo.



Em 2003, lancei o vinho uruguaio no Brasil, o que gerou em seguida a visita de outros jornalistas brasileiros para aquele país. Foi tudo bem, a não ser que, estando visitando uma vinícola orgânica, a La Cruz, os visitantes capitaneados pelo saudoso Saul Galvão foram surpreendidos por uma forte ventania que, apanhando os resíduos de uma pilha de esterco de galinha, fez com que eles literalmente engulissem cocô dos galináceos.

A revolta foi geral. Mas sabe quem salvou a situação?

Os bons vinhos urugauios, é claro!

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