domingo, 30 de setembro de 2012

BEBA COM MODERAÇÃO


No nosso dia-a-dia estamos sempre sendo “aconselhados” para que não caiamos em erros perigosos ... Antes de entrar no elevador verifique se o mesmo se encontra no andar! ou “ameaçados” para que nem tentemos coisas... Sorria! Você está sendo filmado (traduzindo: Te cuida ô Mané, estamos de olho em você!) .

O grande problema “deles”, ou seja, aqueles que, acima de qualquer suspeita, nos comandam e nos controlam, quer por ameaças, quer diretamente por uma carga tributária leonina, olham de cima de seus pedestais carcomidos pela corrupção, e nos misturam como um todo que é nivelado por baixo.

Em uma primeira aula de marketing nos Estados Unidos em finais de 1969 (Puxa, o Mané é velhinho mesmo!), recebi um conceito que jamais vai caducar, desde que vivamos em regimes democráticos: não se deve misturar as pessoas sob um rótulo específico para realizar um trabalho coletivo.

As bebidas alcoólicas estão na berlinda. Por ignorância todas elas estão misturadas como se formassem um coletivo homogêneo com mesmas características, ações e resultados. Assim, cerveja, vinho, cachaça, wisky, vodka, aquavit, gin... são todas iguais perante a lei! Lei escrita, talvez, por falsos puritanos.

Em países de cultura mais avançada o vinho é considerado alimento. Noutros o vinho tem sido usado como arma contra o alcoolismo! Como se vê, elas não são iguais na realidade e as leis deveriam retratar esta realidade.

Logicamente que naquelas priscas eras não existia trânsito mas a história ainda vale. A humanidade conheceu modificações contundentes a partir das visitas das frotas gregas pelo Mediterrâneo e pela espada das legiões romanas pela Europa afora, mas nada, nada foi tão decisivo quanto o cristianismo.

O cristianismo, na medida em que foi se alastrando pelo mundo, teve que levar para junto dos monastérios, mosteiros e igrejas o plantio da videira a fim de garantir o vinho necessário à realização das missas.

 Um simbolismo muito antigo entre povos de crenças várias era enxergar no vinho o sangue da divindade que se cultuava.

Jesus Cristo, revolucionário e manipulador de multidões, não deixou este detalhe passar e realizou um primeiro milagre ao transformar água em vinho em bodas que aconteciam em Canaã, na Galiléia.

As jarras estavam ali perfiladas para serem usadas nos ritos de purificação dos judeus e Jesus ordenou que fossem preenchidas com água e trazidas ao responsável pelo serviço das mesas. Depois disso, as jarras foram verificadas pelo "sommelier"  que provou a água transformada em vinho, embasbacado aprovou e liberou para que fosse servido.

Assim, o sangue da uva ou vinho, assumiu um papel essencial na divulgação do cristianismo. Não tenho notícias se Cristo pedia para sua tropa; "Bebam com moderação!". Essa é coisa da atualidade, uma distorção para a época de consumo récorde de crack e de cocaína!. 

  

terça-feira, 25 de setembro de 2012

ESPUMANTE BRASILEIRO - TEM HISTÓRIAS PARA CONTAR

As tão festejadas estrelas dos espumantes brasileiros iniciaram sua trajetória bem antes da oficialização da Champagne como produtora única e oficial do espumante champagne. Porisso, em épocas passadas, ainda se admitia a rotulação de espumantes brasileiros como champagne.
 
Em Carlos Barbosa, cidade da Serra Gaúcha, a vinícola Alfredo Dillenburg vinha conquistando espaços importantes no mercado da época, com sua linha composta dos rótulos Rheno, Medoc e Champagne, que brilharam na Grande Exposição de Garibaldi de outubro de 1914.
 
Natural de Trento (Tirol), o agrimensor Emanuelle Peterlongo Filho chegou à região de Garibaldi com sua mulher Regina, para realizar medições de terras na região e, particularmente, para  estabelecer o traçado da atual cidade de Garibaldi. Permaneceu no Brasil e tornou-se conhecido. Foi nomeado coletor estadual de Garibaldi, dado seu grande talento e capacidade de trabalho. Era especial apreciador de vinhos brancos e aficionado dos espumantes. Em caráter damador, paralelamente às atividades da vinícola Dillenburg, iniciou um tímida produção em sua casa, com a ajuda do religioso francês Irmão Pacômio, de quem recebeu conhecimentos sobre a elaboração dos espumantes, aprimorando-os com o tempo
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Em 1913, ainda em caráter doméstico, numa casa de madeira que mandara construir, iniciou de fato a produção de um espumante, pelo processo Asti, obtido a partir da uva Moscato de Canelli, ali cultivada. Foi um sucesso e, na I Exposição de Uvas de Garibaldi, em 1913 conquistou medalha de ouro. 
 
Emanuelle Peterlongo Filho destacou-se pelo incentivo do plantio de castas finas destinadas a vinhos brancos. Em seguida, introduziu a produção de espumantes com fermentação na própria garrafa, saindo-se como pioneiro no processo champenoise no País.
 
Um ano depois da primeira medalha, alcançou mais duas, desta vez de prata,em Garibaldi. Foi agraciado, em 1925, com medalha de ouro na Esposizione del Lavoro Italiano (Porto Alegre). Cinco anos depois, em 1930, recebeu medalha de ouro em Antuérpia, Holanda...marcos de uma trajetória de crescimento e de sucesso nas décadas que se seguiram.
 
 Na década de 1950 aconteceria um fato inusitado na vitivinicultura brasileira. A Georges Aubert, produtora francesa dos espumantes Clairette de Die, vin mousseux naturel, AOC’s Aurel e Saillams, com mais de 75 anos de tradição, enfrentava problemas políticos após o encerramento da Segunda Grande Guerra e tinha planos de deixar a França.
 
 Os primos René e Georges Aubert tiveram contato com Irmão Otão, marista de Garibaldi, que estava na França pesquisando o mundo vinícola. O religioso passou estratégicas informações sobre as potencialidades de Garibaldi. Era tudo o que eles queriam ouvir. Em 1950 a Georges Aubert simplesmente arrumou as malas (com todas as instalações vinícolas importantes) e  mudou-se para o Brasil.
 
Fato curioso aconteceu na chegada desses franceses na estação ferroviária de Garibaldi: ao descerem do trem tiveram um choque com a primeira visão panorâmica da pequena cidade: o alongado edifício na encosta oposta mostrava escrito em suas paredes: Champagne Peterlongo. Quase voltaram para a França!.
 
Em 1951, a Georges Aubert já trabalhava em regime normal de operação. Em 1953 foi iniciada a construção do parque industrial. Em 1956, a Georges Aubert trabalhava a todo vapor em suas instalações.
 
A pioneira brasileira Peterlongo e a primeira multinacional Georges Aubert conviveram bem, cresceram e foram os grandes produtores de espumantes brasileiros ao longo das décadas que se seguiram, marcando a consolidação da elaboração deste produto no Brasil. Ao lado desses pioneiros, outras vinícolas, como a Sociedade Riograndense, elaboraram espumantes, mas seu papel não foi tão decisivo ou abrangente, pelo volume produzido.
 
 Em 1973, a indústria vinícola brasileira de espumante daria um grande salto com a constituição da Provifin, atual Chandon, que passou a plantar vinhedos próprios em 1975, trazendo do Chile o jovem engenheiro agrônomo Mário Geisse. A Chandon somou ao parque brasileiro instalações, tecnologia e filosofia de elaboração de espumantes finos de qualidade internacional.
 
Em 1976, outro acontecimento iria marcar uma nova era da indústria de espumantes brasileiros. Neste ano, Mario Geisse que vinha trabalhando para a Chandon, iniciou, na Linha Amadeu o cultivo das uvas européias finas para espumantes, a Pinot Noir e a Chardonnay.
 
 
Com a implantação da Cave de Amadeu, Mário Geisse exerceu o papel de difusor das práticas de elaboração de espumantes finos, produziu para muitas marcas famosas e tornou-se o vitorioso criador de ícones como Cave de Amadeu e Cave Geisse, muitas vezes premiados nos grandes concursos internacionais. Sem medo de cometer injustiças, Mário Geisse foi o grande pai dos espumantes brasileiros de alta qualidade.
 
Um brinde ao espumante brasileiro!

 

 

CURSO DE BARISTA - ESTUDE EM ESCOLA AUSTRALIANA


 
A escola Impact English College, localizada em Melbourne, em parceria com a agência Austrália Brasil, está com inscrições abertas para curso de barista. As aulas são voltadas a pessoas que desejam se especializar em cafés de alta qualidade, para trabalhar no seu país ou no exterior, e mesclam atividades práticas, em restaurantes e cafeterias, com aulas teóricas, que ensinam desde vocabulário até hospitalidade com os clientes.
 
O curso tem duração de cinco semanas, com datas para início do programa em 10 e 24 de setembro, 15 e 29 de outubro ou 19 de novembro. Para se inscrever, é necessário comprovar por teste um nível de inglês intermediário. O investimento (incluindo curso e material) é de AU$ 2170.
 
As inscrições podem ser feitas na agência Austrália Brasil pelos telefones (11) 4506.2999, (51) 2108.7171 ou (21) 2512.7022. Mais informações no site www.australiabrasil.com.br


Informações para a imprensa: Moglia Comunicação - (51) 3029.3249
Sabrina Silveira
sabrina@moglia.com.br - fone: (51) 9660 4212
 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

WINES OF BRASIL - ROTEIRO DE DEGUSTAÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS

Os vinhos brasileiros realizaram uma programação de nove dias apresentando-se em cinco grandes cidades norte-americanas: Miami (11/09), Washington (12/09), Nova Iorque (13/09), São Francisco (18/09) e Chicago (19/09).
 
Em cada uma das cidades foram realizadas degustações temáticas conduzidas pelo Master Sommelier Evan Goldstein, discorrendo sobre a história e as novidades dos rótulos brasileiros. A promoção fez parte do projeto Wines of Brasil, realizado pelo Ibravin e pela Apex-Brasil. Os eventos puderam ser acompanhados pelas redes sociais nas quais se fez a cobertura online da viagem e ações especiais voltadas ao mercado norte-americano.

As degustações receberam especialistas e profissionais do setor, multiplicadores da informação e formadores de opinião pública. Os participantes estão atentos à evidência que tem assumido os produtos brasileiros, fenômeno esse que vai crescer ainda mais com a proximidade de eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016, conforme comenta Maurício Roloff, do Wines of Brasil.
 
Ao todo, 13 produtos foram expostos ao mercado norte-americano nesta viagem: Casa Perini Prosecco, Casa Valduga 130 Brut, Cave Geisse Terroir Brut Rosé 2008, Aurora Carnaval Moscato, Lidio Carraro Dádivas Chardonnay 2012, Pizzato Reserva Egiodola 2007, Lidio Carraro Elos Touriga Nacional/Tannat 2008, Casa Valduga Gran Raízes 2009, Miolo Terroir Merlot 2009, Don Guerino Gran Reserva Ancelotta 2007, Salton Talento 2006, Pizzato Reserva Alicante Bouschet 2005 e Miolo Quinta do Seival Castas Portuguesas 2008. Eles representam bem a diversidade de estilos da vinicultura brasileira, com destaque para os espumantes e os tintos feitos de variedades menos tradicionais (ou exóticas, como Ancelotta, Alicante Bouschet e Egiodola).

Os consumidores finais não ficaram de fora desse roteiro, participando ativamente via redes sociais. A viagem coincidiu com duas ativações que o projeto Wines of Brasil promoveu na internet. A primeira foi feita sob medida para as degustações. Chamada de “2012 North American Tour”, a ação perguntou aos usuários da página do Wines of Brasil no Facebook (facebook.com/brazilianwines) quais pontos turísticos das cidades visitadas deveriam passar por uma “brasilização”. A partir das respostas, foram feitas divertidas montagens fotográficas que colocam os rótulos brasileiros em alguns dos mais conhecidos cartões-postais dos Estados Unidos. 

Além disso, os participantes das degustações foram estimulados a compartilhar suas impressões sobre os vinhos na mesma página da web. Os que aceitaram o desafio foram premiados com camisetas verde-amarelas feitas especialmente para a série de encontros.
 
A segunda iniciativa da Wines of Brasil na web ainda em agosto. Em parceria com o site Snooth.com, maior rede social norte-americana dedicada ao mundo do vinho, foi elaborado um quiz sobre a vitivinicultura nacional. O jogo faz parte da seção Wine Rack, uma das mais acessadas do Snooth.com. Aqueles que respondem as perguntas corretamente são premiados com uma medalha que atesta o conhecimento do usuário. No dia 11 de outubro, 30 usuários que conquistaram suas medalhas terão a chance de participar de uma degustação exclusiva de vinhos brasileiros em Nova York, conduzida por Gregory Dal Piaz, editor-chefe do Snooth.com.

domingo, 23 de setembro de 2012

WINE WEEKEND - SBVAV-RIO EM VISCONDE DE MAUÁ


Os companheiros cariocas, ativos enófilos, não estão deixando por menos. Eventos de degustação de vinhos especiais, degustação de queijos e sessões de enogastronomia, vão acontecer dessa vez na aprazível cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro, a famosa Visconde de Mauá. Vale a pena aderir a esse evento! Confira abaixo!


Sbavianas (os),

 
Um final de semana para estar entre amigos ...

19 de Outubro (sexta feira)

Check in livre de horário

A partir de 19h00 – Queijos e vinhos no restaurante.

20 de Outubro (sábado)

Café da manhã estilo brunch com produção própria de queijos, leite, iogurte,

coalhada e pães.

Tarde livre

21h00 – Jantar Social (Não inclui vinho) com Amuse-Bouche, Entrada, 1º prato,

Prato principal e Sobremesa.

21 de Outubro (domingo)

Café da manhã estilo brunch com produção própria de queijos, leite, iogurte,

coalhada e pães.

Check out livre de horário

Valores do pacote acima com a taxa de serviço:

Suíte: R$ 857,00

Chalé Luxo: R$ 1,071.00

Chalé Super Luxo: R$ 1,142.00

Todas as acomodações (10) são para duas pessoas. Condições de pagamento: 50% na reserva diretamente com a SBAV-Rio e o restante mais o consumo (frigobar,adega,etc) fora do pacote serão cobrados na saída (check out). Aceitam Visa, Amex, Mastercard ou Diners. Pousada Terras Altas - www.pousadaterrasaltas.com.br

Reservas e informações de 13h00 ás 19h00: (21) 2537 2474 ou

secretaria@sbav-rio.com.br

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

D.O. VALE DOS VINHEDOS - PRIMEIRA DENOMINAÇÃO DE ORIGEM BRASILEIRA


Esta D.O. decorre da oficialização prévia da Indicação de Procedência (IP) - Vale dos Vinhedos. Pela importância do evento para o cenário vitivinícola brasileiro e para reflexão dos consumidores, transcrevo a seguir as regras que vão disciplinar a produção de uvas e a elaboração dos vinhos que poderão ser rotulados D.O. Vale dos Vinhedos. 

 
A DENOMINAÇÃO DE ORIGEM VALE DOS VINHEDOS

O Vale dos Vinhedos é a primeira região com Denominação de Origem (DO) de vinhos no país. Sua norma estabelece que toda a produção de uvas e o processamento da bebida seja realizada na região delimitada do Vale dos Vinhedos. A DO também apresenta regras de cultivo e de processamento mais restritas que as estabelecidas para a Indicação de Procedência (IP), em vigor até a obtenção do registro da DO. 

Produção vitícola:

- Videiras : conduzidas em espaldeira.
- Uvas:  totalmente produzidas na região delimitada pela IG 
- Irrigação e cultivo protegido: não são autorizados
- Colheita: realizada manualmente.
 
Cultivares autorizadas:

- Tintas: Merlot (cultivar emblemática) e Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat (variedades complementares)

- Brancas: Chardonnay (cultivar principal) e Riesling Itálico (variedade complementar).

- Para espumantes (brancos e rosados): Chardonnay e/ou PinotNoir (variedades principais) e Riesling Itálico (variedade auxiliar). 

Limites de produtividade:

- Para uvas tintas para vinhos tranquilos: 10 toneladas/ha ou 2,5 kg de uva por planta.

- Para uvas brancas para vinhos tranquilos: 10 toneladas/ha ou 3 kg de uva por planta.

- Para uvas utilizadas na elaboração de espumantes: 12 toneladas/ha ou 4 kg de uva por planta. 

Produtos autorizados:

Vinhos tintos

- Varietal Merlot: Mínimo de 85% da variedade.

- Assemblage Tinto: Mínimo de 60% de Merlot, podendo ser complementado pelas demais variedades autorizadas.

- A comercialização somente pode ser realizada após um período de 12 meses de envelhecimento. 

Vinhos Brancos

- VarietalChardonnay: Mínimo de 85% da variedade.

- Assemblage Branco: Mínimo de 60% de Chardonnay, podendo ser complementado por Riesling Itálico.

- A comercialização somente poderá ser realizada após um período de seis meses de envelhecimento. 

Espumantes

- Base Espumante: Mínimo de 60% de Chardonnay e/ou PinotNoir, podendo ser complementado por RieslingItálico

- Elaboração somente pelo Método Tradicional

- O processo deverá durar no mínimo nove meses 

Graduação alcoólica:

- Tintos: mínimo de 12%, em volume

- Brancos: mínimo de 11%, em volume

- Base espumante: máximo de 11,5%, em volume 

Outras normas:

- O espumante deve ser elaborado somente pelo “Método Tradicional”, com segunda fermentação em garrafa, que deve constar no rótulo principal, nas classificações nature, extra-brut e brut.

- A chaptalização e a concentração dos mostos não são permitidas. Em anos excepcionais o Conselho Regulador da Aprovale poderá permitir o enriquecimento em até um grau.

- Pode haver a passagem dos vinhos por barris de carvalho, não sendo autorizados “chips”e lascas ou pedaços de madeira. 

Processo de rastreabilidade:

A Aprovale possui um Conselho Regulador responsável pelo regulamento de uso da Indicação Geográfica do Vale dos Vinhedos. Cabe a este conselho fazer o controle e fiscalização dos padrões exigidos pela normativa da atual IP e da DO. O Conselho Regulador mantém cadastro atualizado das vinícolas solicitantes da certificação e utiliza informações do Cadastro Vitícola do Ministério da Agricultura, coordenado pela Embrapa Uva e Vinho, para determinar a origem da matéria-prima.

Para controle da certificação são utilizadas as declarações de colheita de uva e de produtos elaborados, a partir das quais retira as amostras para análises físico-químicas, organolépticas e testemunhais. Estas amostras são lacradas e codificadas. Essa sistemática permite a rastreabilidade dos produtos.
 

Padrões de identidade:

Os produtos somente recebem o certificado após comprovada a origem da matéria-prima. 100% da uva deve ser procedente da área demarcada. Também precisam ser aprovados nas análises físico-químicas e na avaliação sensorial (degustação às cegas), realizada pelo Comitê de Degustação, composto por técnicos da Embrapa, técnicos de associados da Aprovale e da Associação Brasileira de Enologia. 

Rotulagem:

- Os produtos engarrafados da D.O são identificados no rótulo principal e no contrarrótulo.

- Os vinhos tranqüilos podem identificar a safra e a variedades.

- Os espumantes devem utilizar a expressão “Método Tradicional”.

- Para o contrarrótulo, além das informações estabelecidas pela legislação brasileira, os espumantes podem identificar as variedades utilizadas, o tempo de contato com as borras e o ano de “dégorgement”.

- É obrigatório o uso da numeração de controle sequencial.

 

WINES OF BRASIL - UMA SEMANA NA CHINA


Os vinhos brasileiros voltaram a se apresentar no mega-mercado da China para repetir rodadas de degustações e encontros de negócios, em quatro importantes cidades chinesas. Sete vinícolas do projeto Wines of Brasil, realizado entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), realizam uma semana enológica verde-amarela (de 7 a 14 de setembro) em Pequim, Xangai, Guangzhou e Hong Kong, com a participação das seguintes empresas: Aurora, Casa Valduga, Garibaldi, Lido Carraro, Miolo, Salton e Vinibrasil. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) apoia o roteiro, por meio das Embaixadas e Consulados em cada cidade.
 
O primeiro evento ocorreu em Pequim, na última sexta-feira (7), com um público formado por jornalistas, importadores, distribuidores, sommeliers, proprietários de restaurantes e lojas de bebidas, além de consumidores. Nesta segunda-feira (10) foi a vez de Xangai receber a comitiva do Wines of Brasil. Na quarta-feira (12), as sete vinícolas chegam a Guangzhou e na sexta-feira (14) a Hong Kong, a apresentação dos rótulos brasileiros será feita pela Master of Wine Debra Meiburg, a crítica de vinhos mais influente da China.


Histórico

Este ano de 29 a 31 de maio os vinhos brasileiros participaram, pela primeira vez, da edição asiática daquela que é considerada a mais importante feira do segmento no mundo - a Vinexpo Asia-Pacífico 2012. A principal atividade paralela à feira promovida pelo projeto Wines of Brasil ocorreu no dia 30, em Hong Kong, quando oito vinícolas  participaram da Master Class, uma palestra conduzida com degustação de vinhos. Outra participação dos vinhos brasileiros ocorreu dia 29 de maio, na recepção de  mais de cem convidados entre jornalistas, formadores de opinião e especialistas, quando foram recebidos pelas vinícolas brasileiras para uma degustação. Sweis empresas estiveram presentes por meio de seus agentes ou importadores - Aurora, Casa Valduga, Garibaldi, Lidio Carraro, Miolo e Vinibrasil. Na próxima Vinexpo na China o Wines of Brasil deve ter estande próprio.




terça-feira, 18 de setembro de 2012

ANUÁRIO VINHOS DO BRASIL 2013 - IBRAVIN + BACO MULTIMÍDIA

 
 A Baco Multimídia, em parceria com o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), lança no mercado a edição 2013 do Anuário Vinhos do Brasil. Depois do sucesso da edição 2012, será dada continuidade ao trabalho de apresentação do universo do vinho brasileiro e suas regiões. Segundo o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Raimundo Paviani, “a primeira edição do Anuário Vinhos do Brasil possibilitou reunir em uma única publicação bilíngue informações sobre a produção de vinhos, o mercado, as inovações e as perspectivas do setor, sendo um importante instrumento de apresentação institucional e promocional do setor vitivinícola”. O anuário é muito útil para o projeto Wines of Brasil, realizado entre o Instituro Brasileiro do Vinho (IBRAVIN) e a Agência Brasileira de Promoção de Exoportações e Investimentos  (APEX-BRASIL) que promove o vinho brasileiro engarrafado pelo mundo. 
 
 
A edição 2013 do Anuário abordará a constante evolução do vinho nacional, que amplia suas fronteiras para o exterior com notável reconhecimento, muitas vezes traduzidos em prêmios. Rico em dicas e serviços para o leitor, e totalmente traduzido para o inglês, o anuário é uma grande ferramenta de trabalho, referência para o trade e consumidor final. “É um grande raio-x da vitivinicultura brasileira”, aponta o gerente de Marketing do Ibravin, Diego Bertolini.
 

Ao passar pelas páginas da publicação, o leitor navegará pelas mais importantes regiões vinícolas brasileiras, por meio de um descritivo de cada uma delas, como Serra Gaúcha, Serra do Sudeste, Campos de Cima da Serra, Campanha, Planalto Catarinense, Vale do São Francisco, Paraná, São Paulo e as novas fronteiras Minas Gerais e Goiás, com informações sobre as castas mais plantadas, rótulos, rotas do vinho, além do enoturismo e gastronomia, mostrando o que cada região tem de melhor a oferecer. “O anuário traz um exclusivo panorama do mercado vitivinicultor brasileiro, com números atualizados e com a consolidação de dados e resultados dos estados produtores, fotos, infográficos, tendências e padrões de consumo”, diz jornalista e expert Marcelo Copello, diretor editorial da publicação.
 

Uma estratégica e diferenciada de distribuição fará com que o anuário chegue ao maior numero possível de formadores de opinião, seja no Brasil ou exterior. Na edição 2012 a publicação marcou presença em vários eventos e degustações internacionais, sendo ainda distribuída em mais de cem postos oficiais do país, por meio de parceria com Ministério das Relações Exteriores (MRE).
 

Segundo a gerente do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan, 2013 será um ano de muitas portas abertas para o setor vitivinícola brasileiro. “A Copa do Mundo tem despertado a atenção dos grandes compradores para os nossos vinhos e, como consequência, esperamos ganhar visibilidade e reconhecimento em importantes mercados como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra”, explica. “Nesse sentido, o Anuário Vinhos do Brasil será uma importante ferramenta para disseminar o que a nossa industria está fazendo para se preparar para estes mega eventos”.
 

domingo, 16 de setembro de 2012

ESPUMANTES PERINI - RITMO DO EVENTO DE MODA EM BRASILIA

 

Dois rótulos da Vinícola Perini foram selecionados pela designer Núria Oda para acompanhar a apresentação da nova coleção da loja no Sudoeste de Brasília – área nobre da Capital Federal. A Noite Espumante, nesta última sexta-feira (14), a partir das 18h, teve serviço dos consagrados Casa Perini Brut Prosecco e Perini Brut Champenoise.

Núria é designer formada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Turim, Itália. A loja surge como um empreendimento recente, que começa a despontar entre o público feminino seleto de Brasília e cujas novidades podem ser conferidas em facebook.com/multimarcasnuriaoda.

Já a parceria aberta com a Perini deve estender-se para novos eventos no futuro, conforme revela o representante da vinícola do Vale Trentino, na Serra Gaúcha, para a Capital Federal, Rogério Antônio Santos:

“A linha de espumantes da Perini tem os produtos certos para o público que a marca quer atingir. O Champenoise é um rótulo diferenciado, nobre, e, aqui em Brasília, o Prosecco tem um desempenho de mercado fenomenal”.

Sobre a Perini

A Perini foi a primeira vinícola brasileira a implantar a rastreabilidade completa dos seus vinhos, a partir da safra de 2010. A tecnologia garante que todas as etapas de elaboração dos produtos – desde a videira até a distribuição no mercado – passem por um rígido acompanhamento dos enólogos, técnicos e gestores da vinícola. “A rastreabilidade completa dos nossos produtos traz tranquilidade e segurança para o consumidor”, afirma o diretor-presidente Benildo Perini.

Instalada no Vale Trentino, em Farroupilha, na Serra Gaúcha, a Perini tem 5 mil clientes no Brasil para seus 90 itens de produtos derivados da uva. Seus principais mercados são Rio Grande do Sul, Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

CHÂTEAU ARMÉNIE ANTIQUE - RÉCOLTE 4.100 a.C.

Há milhões de anos passados, quando a Terra passava por grandes transformações em sua superfície, o Polo Norte, que era uma região muito úmida, coberta por densa mata, entrou num processo de resfriamento intenso e sua vegetação original passou a migrar em busca de áreas quentes. Nesse grupo de vegetais estavam as ampelídeas, tataravós das videiras atuais.

Na sua longa migração,uma família de videiras (tataravós das viníferas) saltou para a Islândia, para a Grã Bretanha, para a França e, numa contínua busca de proteção, acabou se escondendoo das grandes intempéries planetárias, no Refúgio Armânio, região balisada pelos montes Cáucaso, Taurus e Ararat. Ai sobreviveram e se aclimataram as avós das viníferas que desde há muito ofereceram uvas graúdas, vistosas e muioto apetitosas.

Essas uvas, nas encostas do monte Ararat, apeteceram a turma do Noé quando por lá desembarcaram da famosa Arca há mais de 6.800 anos. Conta a lenda repleta de fantasias forçadas que Noé fez vinho, bebeu e perdeu a compostura. Numa interpretação mais realista, Noé com sua pequena Arca e alguns pares de animais mais dóceis, parou nas proximidades do monte e conheceu o vinho que a população da região elaborava. Esta é uma discussão que somente deve ser levada adiante com taças bem servidas de um bom vinho!  

Uma equipe de arqueólogos da Universidade da CalifórniaLos Angeles (UCLA) descobriu em uma gruta na Armênia, não muito distante do monte Ararat, mais próxima da divisa com o Irã, restos de uma instalação que materializam uma umagem arqueológica completa do processo de vinificação. 

 
Foto tirada do Diário do Comércio de 12 de janeiro de 2011, mostra a mais antiga adega conhecida
 
 
Com a descoberta da adega de vinificação mais antiga conhecida até o momento, foi possível conhecer as fases implantadas de esmagamento de uvas, fermentação e recipientes de guarda. Chamou a atenção que entre os resíduos havia sementes de uva, restos de esmagamento, restos de peças cerâmicas e caneca (Folha de São Paulo, 12 de janeiro de 2011
 
Dos resíduos orgânicos foram obtidos átomos de carbono suficientes para estimar a idade do achado em torno de 6.100 anos!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

CURSO DE SOMMELIER INTERNACIONAL - FISAR - UCS



A Universidade de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul, na sua excelente Escola de Gastronomia estará promovendo de 19 a 24 de novembro de 2012,  a vigésima-quinta turma do Curso Sommelier Internacional FISAR (Itália), para formação básica. Abaixo as informações completas para os interessados:
 
Inscrições
 
Até 14 de novembro de 2012


Aulas


De 19 a 24 de novembro de 2012 (segunda-feira a sábado)
Carga horária de 55 horas.


Sommelier Internacional (imersão completa de 6 dias)


O Curso Básico de Sommelier Internacional tem duração de 6 dias (imersão completa de manhã e à tarde). No final, o aluno presta um exame escrito e prático.
Se aprovado, o mesmo receberá o Certificado Básico de Sommelier Internacional.
Tornar-se Sommelier Internacional permite iniciar um programa de formação que levará o mesmo à qualificação de Sommelier Profissional (300 horas de aula).

Coordenação
Mauro Cingolani

Ministr
ante
Prof. Dr. Roberto Rabachino - Italia

Ministrante Técnico-Científico
Dr. Edgar Scortegagna - Brasil
Eng. Roberta Boscato - Brasil


 
Público-alvo

Enoapaixonados que querem ser profissionais. Profissionais que querem certificar a própria profissão.

Objetivo
Formar profissionais no mundo da Sommellerie Internacional

Certificação

Certificado de qualificação profissional FISAR-Piemonte (Federação Italiana Sommelier) com UCS conforme a Lei italiana

Local

Escola de Gastronomia - Universidade de Caxias do Sul - Av. da Vindima, 1000 - Flores da Cunha - RS

Info

http://www.ucs.br/site/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/capacitacao/cursos/07
 
 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

NÃO MAIS PASSAR A MÃO NA BUNDINHA DELAS


Nos dias atuais, qualquer atividade socialmente correta tem que refletir a questão de sustentabilidade do planeta, tema que vem tomando lugar nas políticas de algumas vinícolas mais avançadas dos principais países produtores do mundo.

Nessa trajetória inevitável, começam a aparecer no cenário vitivinícola algumas empresas trabalhando com integração aos princípios do desenvolvimento sustentável, seguindo práticas agrícolas e industriais que minimizem as  perdas de recursos ambientais, fala-se em evitar perdas da biodiversidade e na eliminação de intervenções agressivas como o emprego de agrotóxicos e fertilizantes químicos.

Assim, embora as palavras ainda sejam complicadas para o nosso entendimento, é preciso que se adote metodologias ecologicamente corretas, socialmente justas, com diversidade cultural e, como sempre, com funcionamento economicamente viável.

Para entender essa terminologia é preciso exemplificar o que pode ser feito dentro das soluções comuns da vitivinicultura. Por exemplo, assumir uso reSponsável de rolhas, adotar cápsulas de materiais facilmente recicláveis e rótulos integralmente biodegradáveis. Alguns iniciáticos sofisticados já falam em compensação do carbono liberado para a atmosfera.

Para nós enófilos impertinentes, sempre buscando caldos da melhor qualidade, sempre ocorreram algumas ações na seleção prévia de um vinho, por exemplo, sentindo o peso da garrafa que, quanto maior, mais cara é, quanto mais cara, de uso mais seletivo. Em resumo, numa garrafa pesada nenhuma vinícola se atreveria a colocar vinhos de baixa qualidade.

Do ponto de vista do ecologicamente correto, esta garrafa pesada, rolhas grandes de cortiça natural pura e rotulação com papel de gramatura alta e gravado com tintas fortes, são indícios de maior desperdício na utilização de recursos naturais. 

Como fala o jogador de futebol, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Uma garrafa de espumante de alta pressão interna exige uma garrafa pesada pela espessura das paredes e por aquele ressalto para dentro do fundo que confere alta reesitência à garrafa. Nos vinhos tranquilos, isso não ocorre e esse tipo de utilização de garrafas pesadas só se presta a agregar valor psicológico ao vinho. O entendido vai escolher garrafas pesadas e de grande reforço no fundo.  

Nessa mesma direção, passando a mão no fundo da garrafa e sentindo-o chato, sem aquele ressalto interior mais pronunciado, desclassificamos o vinho como uma consequência da baixa qualidade da garrafa.

Como nós enófilos também teremos que nos adaptar aos tempos da sustentabilidade, como as vinícola estarão sob essa pressão, as garrafas passarão a obedecer a novas especificações. Para assumirmos nossa parte teremos que nos acostumar que mesmo as garrafas de fundo chato poderão conter, no futuro, grandes vinhos.

Assim, faça a sua parte... E pode ir parando com essa mania de ficar  passando a mão na bundinha delas.


sábado, 8 de setembro de 2012

VINHO BRASILEIRO - FRACA LUZ NO FIM DO TÚNEL

 
O vinho fino brasileiro vai gradativamente assumindo seu lugar no mercado, não obstante a incapacidade governamental de administrar um segmento tão importante nas sociedades desenvolvidas. Os governos, estaduais e federal, não tem noção de que suas taxações absurdas, misturando vinho com destilados, prejudicam o pequeno produtor e as vinícolas brasileiras. Indiretamente, os consumidores brasileiros pagam uma conta alta e injusta.
Está em andamento uma campanha a fim de que sejam estabelecidas oficialmente SALVAGUARDAS AO VINHO BRASILEIRO, uma excrescência que, além de não proporcionar vinhos brasileiros a menor custo, penalizam mais uma vez o consumidor com limitações por conta de cotas de entrada dos vinhos importados. 
Como sempre, a visão míope dos envolvidos vai levar que se atire na caça e mate o cachorro!
Em várias oportunidades já declarei na imprensa que aqueles que estão perdendo tempo por uma causa incoerente, deveriam unir esforços para pressionar a área pólítica a reclassificatr o vinho como alimento e, assim, desonerar os consumidores das altas taxas. Outras ações de alta coerência seriam a obrigatoriedade de inclusão de suco natural de uva em sucos e outras essências cataliogadas como "de uva".
Agora vem uma primeira luz de esperança para que as uvas americanas, consideradas as melhores para sucos e intrgáveis ciomo vinho, sejam direcionadas para atender ao aumento de demanda que deverá acontecer com a aprovação de inclusão do suco de uva na merenda escolar, em primeira instância pela Comissão de Educação e Cultura. Agora o projeto segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados e, após, para o Senado.
Essa primeira aprovação, por unanimidade, aconteceu nesta semana, na Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara dos Deputados, com o parecer favorável à inclusão obrigatória de suco de uva no cardápio da merenda escolar da rede pública de educação básica em todo o país. A matéria foi aprovada na forma do substitutivo do deputado Jorginho Mello (PSDB-SC) aos Projetos de Lei 5837/09, do ex-deputado Pompeo de Mattos (PDT), e 7524/10, do deputado Afonso Hamm (PP-RS), que adequou os textos dos parlamentares gaúchos à Lei 11.947/09, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
A proposta tramita agora em caráter conclusivo, pelo qual o projeto é votado apenas pelas comissões designadas para analisá-lo, dispensada a votação do plenário, se não for contestado – devendo ser analisado somente pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara antes de ser apresentado ao Senado. Após a tramitação no Congresso, o projeto poderá ir à sanção presidencial e se transformar em lei.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

AINDA SOBRE A IDADE DO VINHO


Por definição, vinho é a bebida alcoólica resultante da fermentação do suco integral da uva (mosto), reação durante a qual os fermentos, além de outras ações, transformam os açúcares em alcoóis. Ocorre que esta fermentação alcoólica, que dá origem ao vinho, somente terá lugar se existirem, pelo menos, três condições básicas obrigatórias: um recipiente, o mosto da uva e a presença de fermentos (leveduras naturais da casca da uva, por exemplo).  

Assim pensando e obseravndo fatos na poeira da história da humanidade, vemos que sempre esteve disponível a uva com colônias de fermentos em sua casca, a descoberta do vinho pelo homem esteve dependendo e aguardando o desenvolvimento da cerâmica, que viria a disponibilizar a terceira condição com toda sorte de recipientes; canecas, jarras e ânforas de variados tamanhos.

A descoberta da cerâmica ocorreu ao longo do período de transição do Mesolítico para o Neolítico, que assistiu principalmente ao nascimento da agricultura, qualquer coisa entre os anos  8.000 a.C. e 5.000 a. C..
 
Neste afastado tempo as populações nômades, que se deslocavam continuamente em função das condições das estações do ano e da rota migratória das caças, deram início a um processo de fixação a determinados sítios, assumindo gradativamente o sedentarismo que permitiu a coleta sistemática de elementos de alimentação nos arredores, o cultivo de plantas da mata nos quintais, a domesticação de animais e o trabalho nas culturas sazonais, enfim, aconteceu o gradual advento da agricultura..

Recipientes de várias formas e volumes foram sendo fabricados em cerâmica queimada para serem utilizados na coleta e na guarda dos diferentes alimentos, inclusive, da água. Os cachos de  uva eram guardados em grandes jarros de onde os trogloditas apanhavam para comer. A cada cacho retirado correspondia uma ação de espremedura das porções inferiores, gerando mosto. Esse mosto já vinha com as leveduras naturais da casca misturadas em seu seio. Um pouco de calo e, obrigatoriamente ocorria a fermentação. Esse restolho de cachos de uva e "vinho" deve ter passado despercebido dos homens por um longo período.

Um deteminado dia, acredito piamente que na Armênia, uma mulher foi desocupar as jarras para que os homens fossem às matas coletar mais frutas, mas não se limitou a jogar o conteúdo do jarro no chão. Antes, sentiu um aroma agradável vindo da boca da jarra e se aproximou dela e, não resistindo, provou do líquido....Estava descoberto o vinho. Um chute com o meu pé esquerdo, ao redor do ano 5.000 a.C.!!!
 
Vêem ao socorro dos meus delírios enológicos, as recentes descobertas ocorridas na Armênia, por arqueólogos coordenados pelo americano da Universidade da Califórnia, George Areshian. Segundo declarações, o grupo descobru uma "primeira" vinícola, cujos restos de uvas, sementes e até uma caneca, atestam a safra 4.000 a.C.!

Bem, até que não estou delirando tanto....

terça-feira, 4 de setembro de 2012

SOBRE OS VINHOS DA MOLDAVIA


A Moldávia é um antigo produtor de vinhos, foi fornecedor exclusivo do mercado soviético e recentemente foi liberado para ampliar livremente suas exportações. Isso indica que poderemos em breve provar aqui no Brasil os vinhos que encantavam os Romanov.

Com um pequeno território que foi desmembrado da Romênia, construiu a sua história com muitos elementos ligados à vinicultura, que constitui uma secular ocupação de sua população.

Constam nos seus registros que há 2500 anos os colonizadores gregos difundiram na região a cultura vitivinícola que era atividade básica na economia da antiga Grécia. Houve não só continuidade mas, especialmente, um  grande impulso na evolução da cultura de vinhedos e no fabrico de vinhos, quando essas terras foram ocupadas pelo Império Romano. Esta importante contribuição romana pode ser confirmada na extensa terminologia que persiste até nossos dias.

As regras que disciplinam as atividade vitícolas já eram vigentes na Idade Média e sempre operaram para garantir boa qualidade dos vinhos. Por essa razão, no século 14 vendiam vinhos para a Polônia, Rússia, Turquia e Ucrânia, criando a tradição de exportador de vinhos e uvas.

Um novo estágio desta atividade começou a se desenvolver após a anexação da Moldávia à Rússia em 1812, quando a nobreza russa começou a importar videiras da França. A partir dessa providência a Moldavia consolidou-se como a maior produtora de vinhos da Rússia, com uma participação em torno com 50% da produção total. Com o advento da ação nefasta da filoxera nos vinhedos europeus,  os vinhos da Moldavia foram exportados para diversos países, incluindo a França.

As regiões produtoras foram demarcadas, os vinhos tintos da o pequeno área vinícola de Purcariana no distrito de Bender conheceu fama e reconhecimento. A visisbilidade internacional foi desperatada com o recebimento de medalha de ouro na International Parisian Exhibition em 1878.

Em 1950 teve início um programa de restauração das vinícolas começaram a ser restauradas, englobando trabalhos de reformas e ampliação nos vinhedos e adegas, inclusive com reunião de vinícolas. Destas ações resultaram produtores mais fortes e competitivos e, na atualidade, as maiores produtoras da Moldavia são as vinícolas Cricova, Milestii Mici e Branesti.

As boas consequências dessas providências deram um novo impulso de desenvolvimento nas décadas seguintes criando a falsa sensação de que seria um progresso permanente, dentro do qual  houve grande diversificação dos vinhedos e dos vinhos. A vitivinicultura da Moldavia atingiu uma área de vinhedos de 220 mil hectares e uma produção anual ao redor de 4 milhões de litros.

Na altura da década de 1980, vieram os primeiros impactos contra a produção de vinhos, em especial, com a vigência de leis de combate ao alcoolismo, que resultaram na erradicação grandes área de vinhedos que ficou praticamente reduzida a um terço do original. Outro duro golpe foi a depressão do valor comercial do vinho.  

Felizmente essa decisão oficial equivocada cedeu lugar para que, na década de 1990, a vitivinicultura da Moldavia fosse aos poucos retomando seu vigor, agora com grande foco nos aspectos de qualidade da produção, assim renascendo para uma nova fase de grande sucesso mundial.