segunda-feira, 10 de setembro de 2012

NÃO MAIS PASSAR A MÃO NA BUNDINHA DELAS


Nos dias atuais, qualquer atividade socialmente correta tem que refletir a questão de sustentabilidade do planeta, tema que vem tomando lugar nas políticas de algumas vinícolas mais avançadas dos principais países produtores do mundo.

Nessa trajetória inevitável, começam a aparecer no cenário vitivinícola algumas empresas trabalhando com integração aos princípios do desenvolvimento sustentável, seguindo práticas agrícolas e industriais que minimizem as  perdas de recursos ambientais, fala-se em evitar perdas da biodiversidade e na eliminação de intervenções agressivas como o emprego de agrotóxicos e fertilizantes químicos.

Assim, embora as palavras ainda sejam complicadas para o nosso entendimento, é preciso que se adote metodologias ecologicamente corretas, socialmente justas, com diversidade cultural e, como sempre, com funcionamento economicamente viável.

Para entender essa terminologia é preciso exemplificar o que pode ser feito dentro das soluções comuns da vitivinicultura. Por exemplo, assumir uso reSponsável de rolhas, adotar cápsulas de materiais facilmente recicláveis e rótulos integralmente biodegradáveis. Alguns iniciáticos sofisticados já falam em compensação do carbono liberado para a atmosfera.

Para nós enófilos impertinentes, sempre buscando caldos da melhor qualidade, sempre ocorreram algumas ações na seleção prévia de um vinho, por exemplo, sentindo o peso da garrafa que, quanto maior, mais cara é, quanto mais cara, de uso mais seletivo. Em resumo, numa garrafa pesada nenhuma vinícola se atreveria a colocar vinhos de baixa qualidade.

Do ponto de vista do ecologicamente correto, esta garrafa pesada, rolhas grandes de cortiça natural pura e rotulação com papel de gramatura alta e gravado com tintas fortes, são indícios de maior desperdício na utilização de recursos naturais. 

Como fala o jogador de futebol, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Uma garrafa de espumante de alta pressão interna exige uma garrafa pesada pela espessura das paredes e por aquele ressalto para dentro do fundo que confere alta reesitência à garrafa. Nos vinhos tranquilos, isso não ocorre e esse tipo de utilização de garrafas pesadas só se presta a agregar valor psicológico ao vinho. O entendido vai escolher garrafas pesadas e de grande reforço no fundo.  

Nessa mesma direção, passando a mão no fundo da garrafa e sentindo-o chato, sem aquele ressalto interior mais pronunciado, desclassificamos o vinho como uma consequência da baixa qualidade da garrafa.

Como nós enófilos também teremos que nos adaptar aos tempos da sustentabilidade, como as vinícola estarão sob essa pressão, as garrafas passarão a obedecer a novas especificações. Para assumirmos nossa parte teremos que nos acostumar que mesmo as garrafas de fundo chato poderão conter, no futuro, grandes vinhos.

Assim, faça a sua parte... E pode ir parando com essa mania de ficar  passando a mão na bundinha delas.


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