sexta-feira, 7 de setembro de 2012

AINDA SOBRE A IDADE DO VINHO


Por definição, vinho é a bebida alcoólica resultante da fermentação do suco integral da uva (mosto), reação durante a qual os fermentos, além de outras ações, transformam os açúcares em alcoóis. Ocorre que esta fermentação alcoólica, que dá origem ao vinho, somente terá lugar se existirem, pelo menos, três condições básicas obrigatórias: um recipiente, o mosto da uva e a presença de fermentos (leveduras naturais da casca da uva, por exemplo).  

Assim pensando e obseravndo fatos na poeira da história da humanidade, vemos que sempre esteve disponível a uva com colônias de fermentos em sua casca, a descoberta do vinho pelo homem esteve dependendo e aguardando o desenvolvimento da cerâmica, que viria a disponibilizar a terceira condição com toda sorte de recipientes; canecas, jarras e ânforas de variados tamanhos.

A descoberta da cerâmica ocorreu ao longo do período de transição do Mesolítico para o Neolítico, que assistiu principalmente ao nascimento da agricultura, qualquer coisa entre os anos  8.000 a.C. e 5.000 a. C..
 
Neste afastado tempo as populações nômades, que se deslocavam continuamente em função das condições das estações do ano e da rota migratória das caças, deram início a um processo de fixação a determinados sítios, assumindo gradativamente o sedentarismo que permitiu a coleta sistemática de elementos de alimentação nos arredores, o cultivo de plantas da mata nos quintais, a domesticação de animais e o trabalho nas culturas sazonais, enfim, aconteceu o gradual advento da agricultura..

Recipientes de várias formas e volumes foram sendo fabricados em cerâmica queimada para serem utilizados na coleta e na guarda dos diferentes alimentos, inclusive, da água. Os cachos de  uva eram guardados em grandes jarros de onde os trogloditas apanhavam para comer. A cada cacho retirado correspondia uma ação de espremedura das porções inferiores, gerando mosto. Esse mosto já vinha com as leveduras naturais da casca misturadas em seu seio. Um pouco de calo e, obrigatoriamente ocorria a fermentação. Esse restolho de cachos de uva e "vinho" deve ter passado despercebido dos homens por um longo período.

Um deteminado dia, acredito piamente que na Armênia, uma mulher foi desocupar as jarras para que os homens fossem às matas coletar mais frutas, mas não se limitou a jogar o conteúdo do jarro no chão. Antes, sentiu um aroma agradável vindo da boca da jarra e se aproximou dela e, não resistindo, provou do líquido....Estava descoberto o vinho. Um chute com o meu pé esquerdo, ao redor do ano 5.000 a.C.!!!
 
Vêem ao socorro dos meus delírios enológicos, as recentes descobertas ocorridas na Armênia, por arqueólogos coordenados pelo americano da Universidade da Califórnia, George Areshian. Segundo declarações, o grupo descobru uma "primeira" vinícola, cujos restos de uvas, sementes e até uma caneca, atestam a safra 4.000 a.C.!

Bem, até que não estou delirando tanto....

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