domingo, 28 de agosto de 2011

VINÍCOLAS CATARINENSES E OS CAMINHOS DO VINHO BRASILEIRO

Num país de clima úmido como o Brasil no qual muitas de suas províncias vinícolas tem a vindima em plena época das chuvas, o que rebaixa a qualidade da uva colhida e prejudica o nível de vinho produzido, restam duas situações distintas a explorar: o Nordeste que não tem chuvas e as Altitudes que retardam a colheita para fora do clima chuvoso.

Experiências isoladas em Minas Gerais, São Paulo e Goiás se apoiam no dobra do vionhedo, ou seja, enganar o ciclo das videiras e levar a colheita para junho e julho, fugindo das chuvas de verão.

As altitudes acima dos 900 metros oferecem insolação forte de dia, aportando a energia necessária para a vegetação da videira e frio mais forte de noite, que faz cessar as atividades da planta que se recompõe para a nova estirada do dia seguinte. Em resumo, o ciclo anual vai se alongando naturalmente, levando a vindima para final de abril a final de maio, já fora do verão chuvoso.

O Estado de Santa Catarina dispõe de várias áreas de altitude que vêm sendo exploradas por empresários bem sucedidos em outros segmentos e que encaram a vitivinicultura com uma ótica mais técnica e com menos sentimentos tradicionalistas.

Com menos de dez anos de efetiva atividade estruturada, os vitivinicultores das altitudes catarinenses exibem uma organização e uma união exemplares.

Esse movimento consistente  conduzido por empresários dinâmicos e arrojados fez nascer um segmento moderno totalmente focado em vinhos de alta qualidade. Dentro desse projeto ocorreu a criação da ACAVITIS - Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude, em novembro de 2005, que tinha como objetivos controlar e garantir a qualidade dos vinhos finos catarinenses de altitude, viabilizar a qualificação e a certificação dos vinhos de seus associados, dar subsídios às políticas públicas do setor e amparar a visibilidade e a conquista de novos mercados. O primeiro ano de gestão foi conduzida por João Paulo Borges de Freitas.



Atualmente, conduzida por José Eduardo Bassetti, a associação reúne 28 empreendimentos (sendo 18 vinícolas) e cerca de 160 produtores das regiões de São Joaquim, Caçador e Campos Novos. Juntos, eles representam mais de 300 hectares em produção no Estado.


Para se tornar um associado o produtor tem que preencher, necessariamente, o conjunto de três requisitos : produzir em Santa Catarina uvas viníferas, trabalhar vinhedos em altitude acima de 900 metros e elaborar vinhos sob rigoroso controle de qualidade.


Neste corrente ano de 2011, a Acavitis anunciou a criação da Coopervitis, o seu braço comercial. que responderá por um inédito sistema de compras e vendas coletivas. A partir do mês de maio, 140 rótulos de vinhos de altitude de Santa Catarina, aprovados por um comitê profissional de degustação, poderão ser adquiridos, em todo o Brasil, sem intermediários, com entregas rápidas e bons preços. Uma grande vantagem para clientes e apreciadores de vinhos de qualidade.


A Coopervitis terá, de imediato, uma loja, na cidade de São Joaquim, em Santa Catarina, prosseguindo na ampliação da malha comercial com o estabelecimento de centros de distribuição da Acavitis (CDA) em diversos Estados. Cada CDA conforma estrutura completa para atuação que engloba setores administrativos, de armazenamento, logística, comunicação, marketing e de vendas. Esses complexos de distribuição serão complementados com o apoio de lojas virtuais e serviço de mala direta aos consumidores.

O primeiro CDA já está sendo montado no grande centro comercial paulista que é a cidade de Campinas. Outros serão instalados em Florianópolis, Curitiba e Brasília, abrindo caminho para que sejam formados outros nas demais capitais.


Num futuro próximo, haverá lojas franqueadas da Coopervitis em malha cobrindo os grandes nichos de consumo de vinho do território brasileiro. Esse sistema de franquias será lançado numa segunda etapa, provavelmente no início do próximo ano. Já há um mapeamento prévio de cidades que poderão contar com lojas franqueadas Coopervitis. Inicialmente as cidades identificadas são Curitiba, Florianópolis, Blumenau e Campinas. Coroando esse grande projeto comercial, ocorrerá a ação de exportação conjunta, através da Coopervitis.


Integrarão o portfólio da Coopervitis apenas os vinhos aprovados pelo comitê de degustação da Acavitis, formado por enólogos, sommeliers e representantes dos consumidores. Um grupo de profissionais e enófilos capazes de selecionar os vinhos de maior destaque produzidos nas altitudes de Santa Catarina.


Projeto grande e audacioso, porém digno da modernidade do mercado consumidor brasileiro de vinhos.







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