Temos à disposição para comprar vinhos dos mais distintos níveis de preço e muitos principiantes acabam comprando baseando sua escolha no preço. Desconsideram os muitos baratos por desconfiarem do seu conteúdo que resulta em baixo custo. Não deixa de ser uma base inteligente porque o preço de venda tem que pagar a uva, a vinificação, a garrafa e seus paramentos, lucro do produtor, custo de distribuição e lucro de todos os elos dessa corrente de comercialização.
Sem ser letrado em economia qualquer pessoa deve relacionar preços muito baixos com produtos desqualificados.
No outro extremo dessa cadeia estão vinhos de valores altos ou muito altos que como meias-verdades enganam os menos avisados passam a repetir os falsos conceitos de ultra qualidade que nem sempre têm correspondência com a realidade.
A bem da verdade, estes vinhos de valores muito altos ou até absurdamente altos não conseguem ter correspondência em verdadeira grandeza entre a qualidade efetiva e o custo do vinho. Em outras palavras, uma garrafa de vinho com preço acima de um valor, por exemplo US$ 200.00, não oferece nada a mais organolepticamente falando, para cada dolar de aumento do valor.
Claro que se te servirem um Château Lafite-Rothschild 2000 – Pauillac – Bordaux – França (cerca de US$ 2.500,00), você deve tomá-lo de joelhos e vagarosamente como um ritual de reconhecimento do mito daquela vinícola francesa da região de Bordeaux, com pequena área e de qualidade excelente.
Por outro lado, se te servirem 5 taças de vinhos tintos de alta qualidade, numeradas de 1 a 5, e pedirem para você degustar às cegas e dar nota para cada um, nem sempre a classificação das suas notas (realidade) vai ordenar as amostras combinando com os preços (mito).
Foi bem o que ocorreu na famosa Cata de Berlin realizada em São Paulo, em novembro de 2005, um painel de degustação às cegas por jornalistas especializados, avaliando vinhos de grande qualidade das vinícolas chilenas, francesas e italianas.
Como parte do resultado tivemos:
6° lugar - Seña 2000 – Chile ( ~US$ 220.00)
7° lugar - Don Maximiano 2001 – Chile (~US$ 170.00)
8° lugar - Viñedo Chadwick 2001 – Chile (~US$ 300.00)
9° lugar - Château Lafite-Rothschild 2000 – Pauillac – Bordaux – França (~US$ 2.500,00)
10° lugar - Sassicaia Bolgheri DOC 2000 – Toscana – Itália (~US$ 460.00)
Como pode ser visto, se a sua classificação não seguiu a ordem decrescente dos preços dos vinhos, você não cometeu nenhum pecado, simlesmente revelou uma realidade que nem sempre concorda com o mito.
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