sexta-feira, 30 de julho de 2010

IBRAVIN - NOVA IMAGEM PARA NOVA ATITUDE



Paviani, executivo do IBRAVIN, mostra o saca-rolhas símbolo dos Vinhos do Brasil

O vinho brasileiro foi sempre mais comedido em suas campanhas de mercado. O resultado é que dos vinhos finos consumidos somente cerca de 30% são de produção nacional. Os espumantes brasileiros conseguiram uma façanha ao se impor aos importados com grande força e, o que é mais importante, conseguiram chamar a atenção dos consumidores brasileiros que passaram a consumí-los com consciência e com respeito.

O IBRAVIN sempre teve uma ação restrita aos produtores gaúchos, sem grandes envolvimentos com os vinhos elaborados nos demais estados.

Nos tempos recentes a comunidade vinícola brasileira passou a trabalhar diferente e esta postura redesenhada pode ser vista nos últimos dois eventos da Expovinis. Vinícolas brasileiras de várias regiões estavam em conjunto dando mais visibilidade ao vinho nacional. No Exterior, grandes eventos têm mostrado a imagem crescente do vinho brasileiro no cenário mundial.

Vários atores tiveram participação importante neste episódio mas cabe uma ponderável parcela aos esforços do IBRAVIN.

No dia 29 de julho último, no restaurante Dalva e Dito, São Paulo, foi realizado um encontro para lançar aquele que será o símbolo dos Vinhos do Brasil, da umião, da força e da expressão do setor. Trata-se de um estilizado saca-rolhas desenvolvido pelos artistas plásticos, os irmãos Campana.

Com finger food e vinhos brasileiros de vários produtores, Salton, Dal Pizzol, Pizzato, Casa Valduga, entre outros, a imprensa pode conhecer o saca-rolhas que simboliza nossos vinhos e a explicação dos seus autores sobre os passos da criação. Carlos Paviani, diretor executivo do IBRAVIN, em comentários, traçou a nova trajetória que descreve o vinho brasileiro internamente e no exterior.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O ESPUMANTE ECOLOGICAMENTE CORRETO DA VINÍCOLA GEISSE

Pinto Bandeira, uma região mais alta de Bento Gonçalves, representa um terroir muito especial para a produção de uvas exigentes como é o caso da Pinot Noir. O relevo do terreno apresenta-se em ladeira e, conforme o lugar, é constantemente lambido por um vento o que elimina a umidade e carrega parte dos fungos para longe dos vinhedos. Estas condições microclimáticas garantiam os espumantes distintos da Vinícola Geisse, da Cooperativa Aurora e da Valmarino, que vêm colecionando prêmios e reconhecimento internacional.

O criativo empresário Mário Geisse não se satisfazendo com os dotes conferidos pela natureza, saiu atrás de uma tecnologia revolucionária, que repete a ação evapo-transpiradora da ventilação natural, com incrementos em termos de temperatura e velocidade.

O inovador sistema de tratamento fito-sanitário de vinhedos chama-se TPC – Thermal Pest Control. O equipamento percorre quadras do vinhedo e lança uma lâmina de vento aquecido a 150°C em alta velocidade (200 km/ h), que age nas videiras eliminando umidade, fungos, bactérias e outras pestes, agindo por trabalho físico, sem intervenção de pesticidas ou agrotóxicos. Por outro lado, esta ação física cria um processo que fortalece o sistema de autodefesa das vides que tem mais condições de se defender daquele pequena porção remanescente.

A Vinícola Geisse, a primeira a iniciar o usar do sistema TPC no país há três anos, comemora os excelentes resultados das duas últimas safras, nas quais produziu espumante orgânico de alta qualidade, que somam produção ecológica, sem resíduos químicos, sem prejudicar o meio ambiente e dando sua contribuição para a sustentabilidade do planeta.

Para o engenheiro agrônomo e enólogo Mario Geisse, que divide seu trabalho entre a Vinícola Geisse e a Casa Silva, uma das principais vinícolas do Chile, os resultados foram incríveis. Como um dos primeiros a ser convidado a testar o TPC nos vinhedos do Chile, Mario foi responsável por trazer em primeira mão esta tecnologia para ser testada em seus vinhedos no Brasil. Para ele o sistema promete revolucionar a agroindústria no mundo, pois também vem demonstrando ser muito eficiente em outras culturas. "Além de gerar melhores resultados, resolve o problema das pragas de forma menos incisiva, mais prática, segura para as pessoas e principalmente para o meio ambiente. Mantém a produtividade desejada, com excelentes níveis de qualidade e com plantas mais saudáveis, que consequentemente geram frutas de melhor qualidade”, completa Mario Geisse.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

PORTUS CALE - VINHOS ÍCONES PORTUGUESES





No dia 14 de julho passado, na sede da Portus Cale, foi realizado um evento descontraído de degustação e bons papos a fim de se ter mais informações sobre alguns vinhos ícones portugueses.

Roberto Vilela, Manuel Garcia e Marcio Garcia coordenaram a recepção na qual foram servidos inicialmente vinhos italianos da Fatoria Mantellassi, um branco Lucumone (Fermentino) e um tinto Querciolaia (Alicante).

Completando o set de vinhos foram apreciados o Quinta da Bacalhôa Branco 2007 e o Quinta da Bacalhôa Tinto 2006, vinhos que dispensam apresentações por se tratar de ícones portugueses.

Chamou a atenção de todos a extensa linha de vinhos do Porto Taylor's, especialmente uma caixa com quatro garrafas de 375 ml com os Tawny 10, 20, 30 e 40 anos.


No final, um presente especial, uma garrafa de Vinho do Porto Croft Pink, da Casa Croft, uma das mais antigas casas do Vinho do Porto, fundada em 1588, e que atualmente pertenca à Taylors. Trata-se de uma inovação que acabou encontrando os coordenadores do Vinho do Porto sem regras para classificar. No final, este Porto rosado recebeu a classificação de Rubi!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

BODEGA FRANÇOIS LOURTON ARGENTINA



Com a presença de François Lourton, membro da quinta geração da família francesa de vitivinicultores de Bordeaux, a conhecida importadora Barrinhas promoveu um evento em São Paulo, no Cantaloup, dia 14 de julho passado.

François Lourton mantém a tradição familiar iniciada em 1897 e possui atualmente vinhedos e vinícolas em cinco países: França, Portugal, Espanha, Argentina e Chile.

Nesta apresentação, François se limitou a discorrer sobre a linha Lourton da Argentina, com vinhedos localizados ao sul de Mendoza, Vista Flores, Alto Valle do Uco, nas fraldas da Cordilheira dos Andes.

Os irmãos Lourton, François e Jacques, começaram suas atividades na Argentina em 1992 assessorando a Nicolas Zatena Zapata, quando compreenderam as grandes potencialidades de produção de vinho finos na região.

Depois de muita pesquisa na área de Mendoza, identificaram o Alto Valle de Uco, de terrenos com clima semi-desértico e de grandes potenciais para a viticultura. Em 1996adquiriram 200 hectares e se lançaram a um projeto que foi posto em dúvida por muitos especialistas.

Formaram 136 hectares de vinhedos em altitudes acima de 1.000 metros, com várias variedades européias: Pinot Gris, Cabernet Sauvignon, Malbec argentino, Malbec francês (Côt Cabernet), Cabernet Sauvignon, Tokay Friulano, Viognier e Sauvignon Blanc. Trabalhando com baixos rendimentos de vinhedo logo alcançaram qualidade especialmente alta.

Na degustação, François explicou a saga do Pinot Gris, trazida por confusão de denominação com a Pinot Blanc Chardonnay (Chardonnay). Foi um interessante engano que respondeu pela revelação do excelente vinho Pinot Gris Valle de Uco 09. Este vinho, Reserva Pinot Gris, acompanhou muito bem salada de folhas com queijo de cabra.

O segundo vinho, o Gran Lourton Corte Friulano 09, um blend de 70% de Tokay Friulano fermentado em barricas de carvalho francês, 20% de Pinto Gris, 8% de Chardonnay e 2% de Torrontés. O fumé da madeira recebeu toques frutados e foi uma boa associação com Blanquete de vitela ao arroz de amêndoas.

Ainda como acompanhamentos da Blanquete, tivemos o Gran Lourton Cabernet Sauvignon 07rico em especiarias, pimentão verde e frutas vermelhas, e o Piedra Negra Malbec 04, blend das castas argentina e francesa, frutas maduras, chocolate e taninos suaves, realmente um vinho superior.

No final, o ícone da vinícola, o Chacayes Unique Terroir 06, blend das Malbec (80%) com 20% de Cabernet Sauvignon, um tinto de cor mais forte, halo claro estreito da lingua, nariz lembrando pudim de leite, baunilha e frutas maduras, boca forte com taninos evidentes, acidez forte agradável, sabores de alcatrão e final de boca com leve amarrado. Um vinho com bom potencial para guarda.

Enfim, os vinhos argentinos da Lourton mostraram uma característica própria de seus varietais e cortes, todos com grande agradabilidade.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

CALITERRA: DECANTER REALIZA VERTICAL DO VINHO CENIT



No dia 13 de julho passado, a Decanter realizou na churrascaria Fogo de Chão (Moema -São Paulo), uma degustação vertical do ícone chileno CENIT, com a participação do enólogo chef da Caliterra, Sérgio Cuadra. No encerramento os presentes puderam fazer uma blending session, partindo dos varietais básicos do CENIT: Cabernet Sauvignon, Malbec, Carmenère e Petit Verdot.

A Caliterra que conhecíamos no passado era aquela vinícola com a participação do Mondavi e, porisso mesmo, focada nos grandes volumes de comercialização.

Desde que Edward Chadwick comprou toda participação do Mondavi e assumiu o controle total da empresa, voltou seus objetivos para vinhos de qualidade e estabeleceu uma hierarquia de rótulos que respondessem a essa filosofia: Reserva, a base varietal; Biosur, linha orgânica; Tributo, vinhos de single vineyards; Tributo Edição Limitada, para condições especiais de safra, e Cenit, um ícone de alta expressão. O enólogo Sérgio Cuadra foi o condutor do projeto Cenit.

Paralelamente à consolidação desta pirâmide de níveis de qualidade, a Caliterra investiu na direção da vitivinicultura atrelada à sustentabilidade do planeta, elaborando um manual com normas e procedimentos para a sustentabilidade que engloba a responsabilidade social empresarial, a agricultura orgânica, a vitivinicultura biodinâmica e o manejo integrado de pragas. Este cnjunto de práticas é aplicado na viticultura, na adega e no ambiente social, acoplado à necessária lucratividade.

Por exemplo, as garrafas mais leves visam a economia de energia, rótulos e caixas de material reciclado visam a não derrubada de árvores, e assim por diante.

Na nova fase da Caliterra, os vinhedos foram estudados com o emprego de fotografias infravermelhas que foram identificando manchas de insolação e de amadurecimento diferentes. A colheita para cada nível de vinho tem sido orientado pelas informações deste estudo.

A degustação vertical envolveu as safras de Cenit: 2005, 2006, 2007 e 2008.

O 2005 mostrou complexidade aromática na qual as frutas pretas bem maduras tinham destaque sobre um fundo com notas de café, tabaco e madeira. Boca equilibrada e ampla.

O 2006 apresentou leve evolução trazendo além do café e do tabaco, um delicioso chocolate e uma grande persistência.

O 2007 teve uma perfórmance excelente, talvez puxada pela maior participação da Cabernet Sauvignon, acrescentando aromas distintos como licor de cassis, pimenta, violeta e couro. Grande persistência.

O 2008, vinho ainda por completar o amadurecimento, desenhou um grande potencial com complexidade aromática de caixa de charutos, chocolate, café e caramelo.

O preço para os Cenit na casa do R$ 245,00 é muito razoável e oferece uma excelente relação custo x benefício.

O blending session mostrou a tendência dos participantes em evidenciar o Cabernet Sauvignon,deixando para a Petir Verdot, Malbec e Carmenère os detalhes de acabamento dos vinhos.

O almoço foi harmonizado com Sauvignon Blanc Reserva 2008, Tributo 2006 (Carmenère e Malbec) e um Tributo Edição Limitada 2006 (Cabernet Sauvignon, Shiraz e Viognier.

domingo, 11 de julho de 2010

O QUE SÃO OS VINHOS ESPECIAIS?

Normalmente falamos de vinho como um tipo de bebida como muitos estilos como, por exemplo, espumantes brut, demi sec, moscatel e assim por diante. Ou simplesmente degustamos vinhos começando pelo espumante e continuando com brancos e tintos. Para melhor juízo, temos que dividir os vinhos nos seus diferentes tipos.

Os vinhos podem ser divididos em três grandes grupos principais: tranquilos, espumantes e especiais.

Os vinhos tranquilos são aqueles que servidos na taça não sofrem nenhuma reação adicional, apresentando-se como brancos, rosés e tintos.

Os vinhos espumantes, ao serem servidos na taça, formam correntes ascendentes de bolhas (perlage) que chegam à superfície e se espraiam formando um colar junto às paredes. Este perlage pode ser mais demorado ou mais rápido, dependendo da pressão interna da garrafa, definindo espumante, frisante e frisantino.

Os vinhos especiais, comentados com menos frequência porque são tomados antes ou depois das refeições ou acompanhando finger food, petiscos ou doces, trazem sempre em sua elaboração procedimentos diferentes que resultam em características especiais.

Assim teremos como exemplos os vinhos do Porto, Madeira, Tokay, Late Harvest, Sauternes, Jerez, Banyuls, Ice Wine... e assim por diante.

Trata-se de uma extensa família de tipos e estilos que vêm de encontro a situações peculiares de prazer enogastronômico.

Próximos comentários, tratarei de comentar os principais, cada um à sua vez!

domingo, 4 de julho de 2010

ENOGASTRONOMIA NA UNIVALI - UNIV. DO VALE DO ITAJAI

Uma das mais importantes universidades brasileiras, a UNIVALI oferece dezenas de cursos de graduação, pós-graduação e douturado, inclusive na área da enogastronomia.

No conteúdo programático desta área acontece o curso de pós-graduação em gastronomia, em cujo programa está a disciplina Enogastronomia da América do Sul.



Nos dias 2 e 3 de julho corrente, dentro desta disciplina foi realizada a aula sobre a vitivinicultura do Brasil, história do vinho, degustação e harmonização enogastronômica, culminando com um laboratório de harmonização.

A aula foi ministrada por Sérgio Inglez de Sousa, a preparação culinária esteve a cargo da chef Claudia Poffo que coordenou o trabalho culinário dos alunos. A cooordenadora do curso é a Dra. Leila Costa.



Os vinhos foram cuidados por Diogo Fillus.



A harmonização enogastronômica constou do seguinte:

entrada - espeto no caldinho, em três versões muito interessantes:
espeto de queijo coalho grelhado, caldinho de milho com carne frescal
espeto de moela de pato confit, caldinho de abóbora com anis estrelado
espeto de camarão empanado com coco, caldinho de mandioca, azeite de
dende e coentro
vinho para a entrada: Chardonnay Casa Valduga com carvalho francês.

primeiro prato - codorna recheada com carne bovina, miúdos e figo seco,polenta com
castanha de baru e molho de tomate
vinhos: Merlot Pizzato, Cabernet Sauvignon Quinta da Neve e Pinot Noir Angheben

segundo prato - fatia de picanha grelhada com queijo curado, batata intera com
recheio de maionese, farofa de bacon ao molho de cerveja defumada.
vinhos: Merlot Pizzato, Cabernet Sauvignon Quinta da Neve e Pinot Noir Angheben

sobremesa - bavarrois de cupuaçu com leite de coco e calda de açúcar mascavo.
vinho: Moscatel Argenta.



Um evento deste conteúdo enriquece ainda mais o currículo do curso porque, além de abordar aspectos importantes da enografia brasileira, detalhou a atual geografia vitivinícola do Brasil, completando com comentários sobre a análise sensorial de vinhos e aspectos fundamentais da harmonização enogastronômica.

A UNIVALI está de parabéns pelo alto nível de qualidade dos seus cursos.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

VINHOS DE ALTITUDE DA ARGENTINA

Com a coordenação e os comentários do Diretor de Enologia, Dr. Hervé Birnie-Scott, a Terrazas de los Andes realizou degustação de vinhos e almoço harmonizado no restaurante Dalva e Dito, em São Paulo.

Hervé foi o criador do projeto Terrazas de los Andes, no início dos anos 1990, iniciativa que objetivava elaborar vinhos varietais argentinos de altíssima qualidade. Em 1997 foi lançado no mercado a primeira safra.

Os vinhos Terrazas de los Andes nascem em vinhedos de altitude nos quais se procurou exaustivamente locar cada variedade em seu nível, por exemplo, Syrah a 950 metros, Cabernet Sauvignon a 980 metros, Malbec a 1067 metros, Merlot a 1150 metros, Chardonnay a 1200 metros e Torrontés a 1800 metros.



No almoço foi possível fazer uma bela apreciação do Torrontés Reserva, do Malbec Reserva 2008, do Malbec Afincado 2006 e de duas novidades, ainda não lançadas, sob denominação de Top Malbec 1, de vinhedos mais frescos ao sul de Terrazas, e o Top Malbec 2, de vinhedos mais quentes ao norte de Terrazas.


Foi uma verdadeira aula de vinhos, qualidades e fatores determinantes, ministrada com a experiência e o grande domínio técnico do Hervé.

Muito bons os vinhos!