domingo, 29 de novembro de 2009

15 ANOS DA REDESCOBERTA DA CARMENÈRE

Jean-Michel Boursiquot e Sérgio Inglez de Sousa


Ampelógrafo francês Jean-Michel Boursiquot


Na década de 1860, os vinhedos franceses, entre outros os de Bordeaux, foram atacados pela filoxera, um inseto trazido junto com as variedades americanas e que tem o péssimo hábito de devorar raízes, matando as videiras. Quando se conseguiu recuperar os vinhedos bordaleses, a casta Carmenère remanescente foi abandonada por sua fragilidade em relação a uma doença que acometia seus cachos. Assim, foi considerada extinta.

As importações de mudas de Merlot da França para o Chile deram impulso ao plantio desta casta que, posteriormente, veio a apresentar problemas na vinificação. Os vinhos traziam um certo amargor e um vegetal exagerado (pirazina).

Em 1994, o ampelógrafo francês Jean-Michel Boursiquot, estudando parreirais de Merlot, verificou manchas de videiras nos vinhedos que atrasavam sua maturação. Estudando mais detalhadamente, verificou que, pela cor carmim da brotação e por outras características, tratava-se da casta bordalesa extinta Carmenère, que tinha vindo misturada com as mudas de Merlot.

Estava, assim, marcado o advento de uma casta emblemática da vitivinicultura chilena!

No dia 16 de novembro passado, no jantar de gala de encerramento do Primeiro Seminário Colchagua Carmenère, com a presença da Ministra da Agricultura do Chile, foi prestada, pela primeira vez, uma homenagem oficial ao ampelógrafo Boursiquot, que redescobriu a Carmenère.

A Carmenère, a Cabernet Sauvignon e a Chardonnay, formam o trio de ouro da vitivinicultura do Chile da atualidade.















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