Neste ano a Cooperativa Vinícola Garibaldi completa 80 anos de existência e conta com uma longa lista de realizações para se orgulhar, entre tantas, a sua efetiva participação na formação histórica da vitivinicultura gaúcha e brasileira. A aquisição dos direitos de produção e comercialização da marca de vinho mais histórica brasileira, Granja União, constituiu-se num símbolo comemorativo e um marco para uma nova etapa de grandes progressos.
O Granja União foi o primeiro vinho varietal de castas viníferas engarrafado no Brasil, elaborado pela Companhia Vinícola Riograndensea partir de 1931. Foi uma espécie de semente para as mudanças no mercado e na concepção de vinhos no país, mesmo que a produção de vinhos finos tenha se iniciado muito modestamente. Anos depois tornou-se o principal concorrente dos produtos da Garibaldi. A marca Granja União foi a responsável pela definição das variedades viníferas mais conhecidas na Serra Gaúcha há até pouco tempo. Durante muitos anos, quando se falava em Riesling ou Cabernet, automaticamente se associava ao nome Granja União.
Com o encerramento das atividades da Vinícola Riograndense, proprietária da Granja União, na década de 1990 esta marca passou para as mãos da Vinícola Cordelier, do empresário Lidio Ziero, situada no Vale dos Vinhedos (RS).
“Vamos incrementar nosso portfólio de vinhos finos tendo a Granja União como um dos carros-chefes”, afirmaou o presidente Oscar Ló, sem revelar os números envolvidos na negociação. A marca é lembrada pelo seu tradicional slogan: “Não arrisque. Na dúvida, escolha um Granja União”. Oscar Ló projeta dobrar a venda de vinhos finos da Garibaldi já em 2011, graças à participação dos rótulos Granja União.
No ano passado, a cooperativa comercializou 280 mil garrafas de vinhos finos, um acréscimo de 45% sobre 2009. “Este ano, só de Granja União queremos vender 300 mil garrafas”, calcula. O presidente ressaltou que a Garibaldi manteve os rótulos e as características dos vinhos Granja União, elaborados a partir das uvas Riesling Itálico, Malvasia de Cândia, Merlot, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Tannat.
Oscar Ló e seus diretores foram enfáticos: “Teremos crescimento de 17%, em 2011, e projetamos crescimento de 30% para 2012”. No ano em que comemora 80 anos de existência, a Garibaldi investe R$ 2,5 milhões que se somam aos R$ 10 milhões aplicados nos três últimos anos para atingir um faturamento de R$ 52,65 milhões em 2011.
Apenas em 2010 foram aplicados R$ 6,5 milhões em uma nova e moderna planta de suco de uva, aumentando a capacidade produtiva de 1,5 milhão de litros para 8 milhões de litros. Foi reformado um pavilhão e adquiridos equipamentos de última geração que mudarão completamente o processo de produção do suco de uva. Para este ano, devem ser elaborados 3 milhões de litros de suco de uva pela Garibaldi. O restante será ocupado com a produção de vinho. Novos tanques para a elaboração de espumantes igualmente foram instalados em 2010.
Este ano, a Garibaldi aplicará R$ 2,5 milhões em investimentos no seu parque industrial, que hoje ostenta a 7ª posição no ranking dos maiores produtores de vinhos finos do Brasil. O recurso será aplicado em uma nova linha de engarrafamento para vinhos e sucos, além da compra de novas autoclaves para fermentação de espumantes pelo método Charmat.
Há apenas cinco anos elaborando espumantes, a Garibaldi é hoje a quarta maior produtora de borbulhas do País, com inúmeras premiações nacionais e internacionais aos seus produtos. Destaque para o espumante Garibaldi Moscatel, o mais premiado do Brasil.
A cooperativa, criada em 22 de janeiro de 1931 com 73 fundadores, tem hoje 350 associados de 12 municípios da região. Estes produtores garantiram a entrega de 16 milhões de quilos de uva na safra 2011. O volume recorde é 30% maior do que os 12,3 milhões de quilos colhidos no ano passado.
Entre associados, funcionários e seus familiares, 5 mil pessoas dependem diretamente da Cooperativa Vinícola Garibaldi, que está situada a 120 Km de Porto Alegre, na maior região produtora de vinhos do País. Suas instalações são dentro da cidade de Garibaldi, o que pressupõe alguma mudança, pois não há mais condições de crescimento. Sobre isso, porém, os diretores não falam talvez guardando alguma surpresa para o futuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário