O consumo per capita de
vinho no Brasil continua muito baixo, mesmo se incluídos os números decorrentes
do descaminho através das fronteiras mais meridionais do país e da
comercialização da produção não oficializada de muitos pequenos e médios produtores.
Uma tentativa de explicar o
consumo per capita estacionário no patamar ridículo dos 2 litros é que, embora
venha aumentando o consumo de vinho por uma porção da sociedade de maior poder
aquisitivo, a base da população geral cresce numa maior proporção, anulando qualquer
toque de incremento do índice.
Outra justificativa aceitável
é que estamos de certa forma alinhados ao fenômeno mundial, no qual se observa
uma redução do consumo per capita por conta da maior seletividade dos vinhos
consumidos. Neste sentido, os vinhos
comuns (de híbridas americanas) mostram regressão quando estacionados há anos
no nível de comercialização de 220 milhões de litros anuais.
Isso demonstra que, embora
esteja aumentando os novos apreciadores, outros estão fugindo deste padrão baixo
de produto e, no conjunto, estão bebendo vinhos de viníferas que, mais caros, fazem
a contenção da quantidade de consumo.
Enquanto isso, nossos
maiores fornecedores de vinho, a
Argentina e o Chile, igualmente têm experimentado uma redução do consumo por conta
da troca por vinhos de maior qualidade, ou seja, tomam menos quantidade de
rótulos melhores. Para onde vão indo as sobras de seus vinhos de viníferas de
baixa qualidade ?
Uma parte está presente na
enxurrada de zurrapas de baixos preços que têm invadido o Brasil. Esses
produtos não contribuem em nada para a evolução de conhecimento enológico do
brasileiro. O mérito inegável é o de que podem atrair o enófilo brasileiro para
vinhos de viníferas, mesmo que sejam, às vezes, criollos sem alma e sem qualidade. O vinho fino importado ainda
lidera este tipo de mercado no país.
O único consolo vem dos
vinhos espumantes brasileiros que vêem enfrentando os importados com clara
superioridade pela sua reconhecida qualidade. Desde muito os espumantes
brasileiros desenharam uma ascensão permanente, com uma participação no mercado
nacional oscilando em torno de 64%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário