terça-feira, 10 de agosto de 2010

VERTICAL SANTA EMA CATALINA NO FASANO



Andrés Sanhueza R. - Chief Winemaker da Viña Santa Ema

No dia 9 de agosto último, no restaurante Fasano, São Paulo, a Viña Santa Ema realizou uma degustação vertical do seu rótulo ícone Catalina Gran Reserva Premium, um corte de características bordalesas.

A degustação foi conduzida pelo enólogo chefe da Santa Ema, Andrés Sanhueza, que, à medida que as safras foram degustadas, explicou as particularidades de cada uma: 1998, 2001, 2003, 2005, 2006 e 2007.



O serviço de vinho foi coordenado pelo Manoel Beato, simplesmente o maior sommelier brasileiro.

Os vinhedos da Santa Ema são antigos: os de Cabernet Sauvignon e de Merlot têm 40 anos, os de Cabernet Franc têm 35 anos e o de Carmenère, mais novo, 15 anos.

Como trabalho de enologia, cada variedade é vinificada e passa 10 meses em barricas de carvalho francês, período no qual se faz um acompanhamento da evolução individual. As evoluções dos vinhos são avaliadas e interferem na hora de se estabelecer a composição varietal do corte. Uma vez cortado, o viho passa mais 4 meses em barricas de carvalho francês, também de primeiro uso.

O Catalina 1998 tem composição diferente dos demais, porque fez parte de uma seqüência de aplicação de um corte bem bordalês, com 70% de Cabernet Sauvignon, 15% de Merlot e 15%¨de Cabernet Franc. Com uma cor ainda bem marcante, reflexos levemente atijolados, apresenta um nariz muito elegante em uma mescla de café, caixa de charutos e ameixa preta. Na boca um toque mineral trazido do solo, café e ameixa, taninos redondos e acidez muito agradável. Corpo médio e retrogosto muito bom.



Catalina Gran Reserva Premium 1998 - campeão da noite - rótulo assinado pelo Enólogo.

O Catalina 2001 tem composição dentro de uma nova proposta enológica que substituiu o Merlot pelo Carmenère, cuja colheita mais tarde, permite alcançar uvas de grande qualidade e vinho de grande expressão. Assim, o corte passou à seguinte composição média: 75% de Cabernet Sauvignon, 18% de Carmenère e 7% de Cabernet Franc. Cor intensa, nariz apimentado, com tons de erva doce, ameixa preta e azeitona verde. Boca mais taninosa, embora bem agradável, com predominância de ameixa preta e pimenta negra, acidez muito equilibrada, corpo médio e final de boca longo e muito bom.

O Catalina 2003, com aproximadamente a mesma composição do 2001, mostrava-se bem colorido. O nariz foi abafado por um tom de madeira do tipo armário fechado que não se mostrou atraente. Na boca, além da aspereza, o toque de armário de madeira fechou sobre as frutas pretas e o apimentado que tentavam submergir. Taninos não totalmente amadurecidos.

O Catalina 2005, mesmo corte, cor mais forte, nariz complexo com sutis toque cítricos, erva-doce, cassis e ameixa preta. Na boca era sensível uma adstringência mais presente, embora muito interessante e apropriada, muito redondo com um frutado de cereja e ameixa preta, acidez correta e final de boca muitíssimo agradável.

O Catalina 2006, mesmo corte, cor escura, nariz mesclando cassis e pimenta negra, toque de grafite. Na boca um leve amargor como ponto de desconforto. Tânico e de acidez equilibrada.

O Catalina 2007, mesmo corte, cor escura, nariz de frutas pretas maduras, toque apimentado. Na boca, mais ameixa preta, leve pimentão verde, taninos incisivos porém agradáveis, acidez viva e apropriada para a idade. Persistente.

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