sexta-feira, 27 de abril de 2012

QUEM PAGA A CONTA DA SALVAGUARDA – CONCLUSÃO

Quem esteve na Expovinis nesta semana, especialmente no horário reservado aos profissionais da imprensa, de pontos de venda e de pontos de dose de vinho, pode observar que os espaços dos Vinhos do Brasil, reservados aos vinhos do Rio Grande do Sul, estavam praticamente vazios, os expositores conversando com um ou outro visitante de passagem. Ao mesmo tempo, os espaços da Acavitis, destinados aos vinhos de Santa Catarina, assim como os espaços independentes de vinícolas como Salton, Aurora, Miolo, Pizzato e algumas outras vinícolas gaúchas, estavam literalmente lotados e efetivamente concorridos.


Acari, Quinta da Neve, um dos grandes empreendedores de Santa Catarina
Isso demonstra cabalmente o estrago causado pela teimosia de órgãos burocratas em levar adiante um projeto que certamente não foi devidamente discutido com o setor e que, discutido com a imprensa e comerciantes, sofreu uma saraivada indefensável de críticas. A inconsistência foi tamanha que se disparou uma campanha, contra a qual me oponho, de boicote ao vinho nacional.
   

Nazario Santos, Quinta Santa Maria, com o seu interessante Passionado.
A conta da salvaguarda veio rápida nos espaços da Expovinis, e seus juros devem aumentar, uma vez que há uma convicção generalizada de que essa iniciativa infeliz não vai contribuir em nada com o consumo de vinho brasileiro. Pelo contrário, incentiva o contrabando, atividade na qual a excrescência do famigerado selo (outra iniciativa incoerente) não conseguiu fazer nem cócegas!

Adriano Miolo, um dos grandes líderes da modernidade gaúcha
Instituições que deveriam representar efetivamente o vinho gaúcho e que deveriam esforçar-se para representar igualmente os demais estados brasileiros produtores, estão perdidas. Infelizmente!

Como reconhecidamente um dos maiores defensoes do vinho brasileiro, diante deste quadro triste, só me resta pedir aos responsáveis por essas instituições que revejam suas posições irrealistas, e se lancem efetivamente em campanhas que venham a beneficiar o vinho brasileiro:

·         classificação das vinícolas como Simples;

·         reclassificação do vinho como agro-alimento;

·         divulgação do vinho brasileiro através de um marketing unificado e consistente

·         pressão junto ao governo para debelar e punir o contrabando de vinhos.

Caso contrário, essas instituições estão fazendo papel dos Três Patetas, com a diferença que estes nos fazem rir e elas estão nos fazendo chorar!

3 comentários:

Anônimo disse...

Isso prova que isso não tem nada a ver com boicote (ou que esse pessoal nem sabe o que está boicotando).

Quem vai ser beneficiado com a salvaguarda? Miolo, Aurora, Salton (stands lotados) ou as pequenas vinícolas que estavam no stand da Ibravin...

Maximilliano Newied disse...

Os beneficiados serão os argentinos q nada sofrerão com a Salvaguarda e tem escala para inundar o mercado brasileiro! Viva os gaúchos!

Anônimo disse...

Mais do que eles já inundam o mercado brasileiro com vinhos baratos vai ser dificil....
Além disso, se a salvaguarda for por cotas (que é o que as entidades pediram) eles também podem ser atingidos.
E, se forem atingidos, não podem reclamar muito pois toda hora eles estão impondo cotas a varios produtos brasileiros...