As primeiras iniciativas vitivinicolas no Estado aconteceram
por iniciativa dos imigrantes italianos que, mesmo vindos para trabalhar outras
atividades, não se esqueceram da grande vocação do país de origem e trataram de
localizar mudas de videira. Não encontraram as viníferas de que eram
familiarizados milenarmente mas, como um remendo, trouxeram da Chácara Marengo,
São Paulo, mudas da híbrida Goethe e formaram os primeiros vinhedos da região
de Urussanga. A pouca expressividade dos seus vinhos não sustentaram uma
presença nacional.
Num movimento seguinte, ocorreria o desenvolvimento de
vitivinicultura no vale do rio do Peixe, conduzida por “italianos” gaúchos oriundos
da Serra em busca de novas terras a baixos preços. Trouxeram consigo o apego ao
vinho típico colonial, os famosos vinhos de mesa de híbridas americanas como a
Isabel e a Bordô. Esses rústicos vinhos encontraram consumidores em todo país,
especialmente no sudeste.
Em tempos recentos, no despertar do presente século, teve lugar
uma grande onda moderna para o vinho, desta vez por iniciativa de grandes empresários
muito bem sucedidos em seus outros empreendimentos, que trabalharam a elaboração
de vinhos de marcante qualidade em terras das altitudes catarinenses.
Um primeiro visionário das altitudes foi o empresário da
indústria textil, Nilo Panceri, que chegou no vale do rio do Peixe e logo
partiu para a busca de terras mais altas
da região. Seu filho, Celso Panceri,
continuou escalando o projeto escalando encostas com seus vinhedos para mais dos
mil metros de altitude.
Em outra região, a parceria de dois outros empresários
Francisco Brito e Acari Amorim desembocou no pioneirismo de São Joaquim, terras
de frio acima de 1.200 m, montando a vinícola Quinta da Neve. A partir deste
fato, o saudoso empresário da indústria cerâmica (Cecrisa) Dilor de Freitas erigiu
a Villa Francioni.
A febre por bons vinhos tomou conta da expansão vitivinícola
da cidade nas iniciativas de outros empreendedores importantes como, Nazário
Santos e empresários paulistas (Quinta Santa Maria), os japoneses da cooperativa
agrícola Sanjo (Sanjo), o maior empresário individual de maçã do país, Hiragami
(Hiragami), um dos grandes líderes
nacionais da indústria de malhas Wandér Weege (Pericó), Everson Suzin (Suzin) e
Bonnucci (Villaggio Bonnucci).
Ainda pelo planalto catarinense aora impuseram sua persistência
pela alta qualidade dos vinhos, o pioneiro do oeste, Maurício Grando, e na continuidade,
Elizabeth Binoto (Santo Emílio), família De Nardi (Santa Augusta) e Walter
Kranz (Kranz), e assim por diante
Essa corrente vinícola marcada pela perseguição de alta qualidade caracterizou os integrantes da
associação dos produtores catarinense de vinhos de altitude, Acavitis, que, dispondo
de inegáveis vantagens para a produção de vinhos finos diferenciados, ganharam
reconhecimento do consumidor brasileiro mais sofisticado.
Desta maneira, o parque vitivinícola brasileiro de alta
qualidade está definitivamente ampliado com, além das regiões gaúchas da Serra
do Sudeste e Campanha, dos vinhos
produzidos nas altitudes catarinenses.
Nenhum comentário:
Postar um comentário