terça-feira, 15 de janeiro de 2013

DESTACANDO OS BONS VINHOS DE SANTA CATARINA


As primeiras iniciativas vitivinicolas no Estado aconteceram por iniciativa dos imigrantes italianos que, mesmo vindos para trabalhar outras atividades, não se esqueceram da grande vocação do país de origem e trataram de localizar mudas de videira. Não encontraram as viníferas de que eram familiarizados milenarmente mas, como um remendo, trouxeram da Chácara Marengo, São Paulo, mudas da híbrida Goethe e formaram os primeiros vinhedos da região de Urussanga. A pouca expressividade dos seus vinhos não sustentaram uma presença nacional.

Num movimento seguinte, ocorreria o desenvolvimento de vitivinicultura no vale do rio do Peixe, conduzida por “italianos” gaúchos oriundos da Serra em busca de novas terras a baixos preços. Trouxeram consigo o apego ao vinho típico colonial, os famosos vinhos de mesa de híbridas americanas como a Isabel e a Bordô. Esses rústicos vinhos encontraram consumidores em todo país, especialmente no sudeste. 

Em tempos recentos, no despertar do presente século, teve lugar uma grande onda moderna para o vinho, desta vez por iniciativa de grandes empresários muito bem sucedidos em seus outros empreendimentos, que trabalharam a elaboração de vinhos de marcante qualidade em terras das altitudes catarinenses.

Um primeiro visionário das altitudes foi o empresário da indústria textil, Nilo Panceri, que chegou no vale do rio do Peixe e logo partiu para a  busca de terras mais altas  da região. Seu filho, Celso Panceri, continuou escalando o projeto escalando encostas com seus vinhedos para mais dos mil metros de altitude.

Em outra região, a parceria de dois outros empresários Francisco Brito e Acari Amorim desembocou no pioneirismo de São Joaquim, terras de frio acima de 1.200 m, montando a vinícola Quinta da Neve. A partir deste fato, o saudoso empresário da indústria cerâmica (Cecrisa) Dilor de Freitas erigiu a Villa Francioni.

A febre por bons vinhos tomou conta da expansão vitivinícola da cidade nas iniciativas de outros empreendedores importantes como, Nazário Santos e empresários paulistas (Quinta Santa Maria), os japoneses da cooperativa agrícola Sanjo (Sanjo), o maior empresário individual de maçã do país, Hiragami (Hiragami),  um dos grandes líderes nacionais da indústria de malhas Wandér Weege (Pericó), Everson Suzin (Suzin) e Bonnucci (Villaggio Bonnucci).

Ainda pelo planalto catarinense aora impuseram sua persistência pela alta qualidade dos vinhos, o pioneiro do oeste, Maurício Grando, e na continuidade, Elizabeth Binoto (Santo Emílio), família De Nardi (Santa Augusta) e Walter Kranz (Kranz), e assim por diante

Essa corrente vinícola marcada pela perseguição de alta  qualidade caracterizou os integrantes da associação dos produtores catarinense de vinhos de altitude, Acavitis, que, dispondo de inegáveis vantagens para a produção de vinhos finos diferenciados, ganharam reconhecimento do consumidor brasileiro mais sofisticado.

Desta maneira, o parque vitivinícola brasileiro de alta qualidade está definitivamente ampliado com, além das regiões gaúchas da Serra do Sudeste e Campanha,  dos vinhos produzidos nas altitudes catarinenses.

Nenhum comentário: