Com
volume em torno de 630 milhões de quilos, a safra de uva no Rio Grande do Sul
este ano deve apresentar uma ligeira diminuição em quantidade. Já em termos
qualitativos, até o momento as uvas têm apresentado excelentes condições de
sanidade e desenvolvimento. Como a perspectiva de chuva para o verão é de
precipitação inferior à média registrada no Rio Grande do Sul, este
prognóstico deve se estender ao restante do período de colheita.
A reunião para
avaliação da safra 2013 foi realizada na tarde desta segunda-feira, dia 21 de
janeiro, na sede Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e contou com a presença
de representantes de entidades do setor como a Comissão Interestadual da Uva, da
União Brasileira da Vitivinicultura (Uvibra), da Associação Gaúcha de
Vinicultura (Agavi), da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do
Sul (Fecovinho), da Associação Brasileira de Enologia (ABE), além de titulares
de pastas do Governo Federal como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Tanto
representantes dos produtores rurais como das indústrias concordaram que as
preocupações sobre uma possível dificuldade na colocação da uva não devem se
confirmar devido à redução do volume em torno de 10% sobre o ano anterior. Ainda
assim, os representantes do Governo Federal presentes na reunião garantiram que,
caso se façam necessários, os instrumentos para apoiar o escoamento da safra
serão acionados. Foram realizadas inúmeras reuniões desde o ano passado para
evitar e desfazer esse sentimento de frustração e especulação que ronda o
setor. Acredito que teremos tranquilidade na safra deste ano, observou o
diretor de Política Agrícola e Informações (Dipai) da Conab, Silvio Isopo Porto.
Em
relação ao preço mínimo da uva, a Conab optou por manter em R$ 0,57 por quilo
estabelecendo um percentual maior de ágio na tabela utilizada para pagamento ao
produtor. Para cada grau que supere a base de referência, o produtor receberá
7,5% a mais ao invés dos 5% aplicados no ano passado. O mesmo percentual vale
como deságio, para a produção entregue com níveis de açúcar inferiores aos 15
graus babo na uva Isabel, utilizados como base na tabela. Para 2014 a Conab
sinaliza com uma valorização ainda maior, de 10%. Para termos um vinho,
espumante ou suco de qualidade, a matéria-prima tem que fazer jus. Por isso
demos este passo extremamente importante para a melhoria da qualidade da
produção, observou o diretor da Conab.
Está
agendada para o dia 29 deste mês uma nova reunião para acompanhamento do
andamento da safra novamente com a presença de representantes dos diferentes
elos da cadeia produtiva.
Comportamento
da safra
A
estiagem que afetou parte do Rio Grande do Sul no ano passado deverá provocar
uma pequena redução na produção de variedades viníferas como a Chardonnay e
Pinot Noir, e em variedades americanas como Concord e Bordô. Entretanto, a
Isabel, que tem grande representatividade na colheita gaúcha, deve registrar
volume igual ou ligeiramente superior à safra de 2012, quando foram colhidos 696
milhões de quilos de uva no Estado.
Em
relação à qualidade, as vinícolas da Serra Gaúcha estão comemorando a sanidade e
graduação de açúcar observadas nas variedades viníferas colhidas até o momento.
Não houve registros significativos desfavoráveis em relação ao clima e o ciclo
produtivo da uva está bastante satisfatório, observa o diretor técnico do
Ibravin, Leocir Botega.
Uma
particularidade da vindima 2013 é a antecipação de seu início entre 10 e 15 dias
devido às altas temperaturas registradas na fase de maturação das uvas. Segundo
Botega, em algumas regiões a colheita adiantou-se quase 20 dias. Esta mudança no
cronograma da colheita não traz prejuízo à qualidade. Pelo contrário, as uvas
destinadas à elaboração de vinhos brancos e espumantes deverão resultar em
produtos de excelência em qualidade.
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