segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ATRÁS DAS BARBAS BRANCAS DO VINHO

Pouco se tem falado sobre a idade da bebida vinho ou estudado as suas verdadeiras origens.

Fala-se em videiras européias, as clássicas viníferas, porém estas foram a conseqüência de muitas mutações somáticas ao longo dos milênios na peregrinação desde o refúgio armênio (Geórgia e Armênia) até a Europa Ocidental.

A menção por escrito  mais antiga que se tem do vinho está na bíblia, quando Noé aportou nas encostas do monte Ararat, nas quais encontrou videiras com vistosos caixos de uva. Foi um alimento muito apreciado pelas delícias da polpa bem doce. Sobras e restos de cachos de uva deixados em um recipiente qualquer, sofreram a fermentação natural expontânea e, pronto, apareceu  um vinho original. Noé não teve dúvidas e experimentou, aprovou e se esbaldou com o vinho. As fofocas bíblicas dão conta de que após tomar "todas" Noé se despiu em público e envergonhou seus familiares. A bíblia abordou um lado negativo que não é comum no mundo do vinho. Essa referência pode ser localizada na "safra" 4.000 a.C.

As imprecisões da bíblia sugerem que deva sair à busca de evidências mais confiáveis.

O homem começou a se transformar do nomadismo para o sedentarismo a partir aproximadamente do ano  10.000 a.C.  descrevendo um lento processo de fixação a terra que talvez tenha efetivamente consolidado a agricultura por volta de 8.000 a.C. Nessas condições, o uso das ânforas desempenhou um papel primordial na coleta ou colheita, e guarda dos bens. Neste caso, com grande antecedência em relação ao farofeiro Noé, o vinho deve ter sido descoberto no fundo de uma ânfora com restos de uvas ali guardadas e nunca mais deixou de ser elaborado.

Para tornar menos factível a proeza de Noé, arqueólogos encontraram na Armênia restos de uma vinícola (a mais antiga até agora descoberta) com ruinas de recipientes de barro com capacidade maior do que 50 litros, vestígios de sementes e restos de uva esmagada, cacos de vasilhas diversas e até uma caneca. Pela análise de carbono, trata-se de instalação construída entre 4.100 e 1.000 a.C.

Vamos esperar que novas descobertas possam encontrar aquelas ânforas ancestrais com reíduos que identifiquem vinhos de safras mais antigas ainda.

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