No final da Primeira Grande Guerra a Europa sofreu retalhamentos de territórios tradicionais que geraram geografias com uma série de conflitos de interesses. Está neste capítulo a região nordeste da Hungria que, com a divisão do grande território do império austro-húngaro, teve uma pequena parcela anexada à Tchecoslováquia. Posteriormente esta nação foi desmembrada em duas repúblicas independentes, a República Esovaca e a República Checa.
(mapa extraído do blog Vino Divino Vino, de Elmano Marques)
Destes episódios tivemos que a região vinícola do Tokaji ficou com sua maior parte em território húngaro e o restante pertencente à Eslováquia. Os húngaros sempre colocaram que Tokaji é uma região produtora e estilo de vinho nacionais de seu país. Mas não tardou a emergir a luta da Eslováquia pelo direito de uso da denominação em seus vinhos doces elaborados de uvas botritizadas das castas autóctones Furmint e Harslevelu, produzidos na sua parte de Tokaji. A Hungria sempre se postou contra esta reivindicação eslovaca.
Mais recentemente, em 2006, a República Eslovaca oficializou sua posição ao pedir junto à Comissão Européia o registro da denominação eslovaca para a sua parte desta geografia caprichosa, Tokaji vinobradnicka oblast.
A Hungria reagiu contra esse registro que acabou criando uma denominação exclusivamente eslovaca, inclusive na lingua de denominação, e moveu ação no Tribunal Europeu de Justiça que valeu-se mais da geografia de origem e desconsiderou a questão da denominação tradicional em húngaro.
Assim, a Hungria e a Eslováquia são produtoras oficiais do vinho da denominação Tokaji ou Tokai.
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