Esquecendo o preço do vinho na loja, um vinho de boa relação custo-benefício é, antes de mais nada, uma questão de estado de espírito. O estado de espírito tem muito a ver com o momento e suas circunstâncias. Simplificando a questão, um vinho de boa relação custo-benefício é aquele que cabe no seu bolso, com maior ou menor folga e que se encaixa na sensação de muita agradabilidade a uma determinada situação em que você está bebendo.
Numa conversa descontraída de buteco, terraço ou piscina, um vinho mais básico, bom de boca, deve ser o escolhido. Numa refeição trivial, em casa com a família ou em um restaurante com amigos, um vinho básico mais potente, mais gastronômico, é uma boa pedida. Quando se têm refeições especiais com pratos mais potentes e mais elaborados, o bom vinho tem preço obviamente mais elevado pelos cuidados requeridos na sua elaboração desde os vinhedos até a cantina de vinificação.
Partindo de um nacional, o Salton Volpi Merlot é um básico de boa relação custo-benefício. Da mesma Salton, o Desejos (Merlot) está para as refeições especiais com uma excelente relação. Nas refeições triviais, o francês Arrogant Frog oferece excelente relação. Um português do Douro, elaborado pela Casa Ferreirinha, o Vinha Grande, tem potência para altas gastronomias. Finalizando, o Château Cheval Blanc, um excelente vinho, não tem boa relação custo-benefício por ser muito caro (preço do mito) porque, talvez, você não vá escolhê-lo numa prova às cegas porque irá obter maior agradabilidade com vinhos de mesmo nível de qualidade, bem menos caros!
Mas como reconhecer o vinho de boa relação custo-benefícioo? O vinho não admite amor platônico. Se você temuma loja e quer vender um vinho, gaste menos argumentos e faça mais degustações dirigidas. Para você dar sua opinião de aprovação ou desaprovação de qualquer vinho, você tem que experimentá-lo. O que o Robert Parker classifica não serve para você. Você tem saliva com determinadas características físico-químicas que vão harmonizar o vinho da sua forma pessoal.
Enfim, para reconhecer um vinho de boa relação custo-benefício você deve considerar a abertura que você está dando para saída de grana do bolso e, experimentá-lo pessoalmente. Só assim você vai concluir pela agradabilidade do vinho em relação às suas expectativas. Nunca vá atrás de conversas complicadas de enopentelhos!
De que países vêm vinhos de boa realçao custo-benefício? É uma interessante questão. Vou começar pelo avesso. No Brasil este aspecto fica prejudicado porque o draconiano vício do governo brasileiro em taxar abusivamente os vinhos (próximo de 50%), eleva artificialmente o custo; cenário similar ocorre com os vinhos americanos, taxados ao redor de 5%, mas que têm como filosofia cobrar altos preços a partir das vinícolas. Um licoroso de Niágara, na vinícola da região dos Finger Lakes custava US$ 17.00. Um similar nacional, o Licoroso Palmeiras de São Roque, padrão de qualidade similar, nas mesmas condições de venda, custa no máximo US$ 2.00!
Mas para ajudar na sua decisão recorra aos bons vinhos italianos, portugueses, franceses, espanhóis, chilenos e argentinos, como exemplos.
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