Nos dias correntes o vinho catarinense de altitude ganhou espaço na mídia especializada e suas vitoriosas participações em painéis e concursos estão fazendo com que ele se torne uma verdadeira grife vinícola brasileira. São os mais conhecidos, Innominabile (Villaggio Grando), Maestrale (Sanjo), Utopia (Santa Maria), Basaltino Pinot Noir (Pericó), Santo Emílio, Suzin, Panceri e assim por diante.
Com a revelação nacional de São Joaquim, esta polarizou a questão dos vinhos de altitude, sobressaindo-se o empreendimento revolucionário do saudoso Dilor de Freitas, a emblemática Villa Francioni. A Quinta da Neve que foi anterior percorreu um caminho mais conservador na questão dos investimentos na adega e focou a formação dos vinhedos para chegar aos vinhos de alta qualidade.
No entanto, iniciativas pioneiras já vinham acontecendo em Tangará, Campos Novos e Água Doce. Em Campos Novos, o jurista Edson Ubaldo trabalhou pioneiramente seus vinhedos de Cabernet Sauvignon que apreciamos em grupo por várias oportunidades.
Em Tangará, o pioneiro Nilo Panceri vindo da Serra Gaúcha estabeleceu-se no vale do rio do Peixe no início da década de 1950 e desenvolvendo atividades vitivinícolas nas suas novas terras.
O tempo se encarregou de mostrar que as terras ribeirinhas dos vales eram freqüentemente palco de fortes geadas tardias e chuvas persistentes na maturação. Como bom viticultor foi atraído pelas terras mais altas, menos assoladas pelas geadas, e acabou se instalando nas encostas da serra do Marari, na qual descobriu um ciclo vegetativo mais lento e uma frutificação fora das chuvas de verão. Sem saber estava abrindo caminho para o futuro das altitudes catarinenses.
CELSO PANCERI - CONTINUADOR DA OBRA
Seus filhos Celso e Luis Panceri deram comtinuidade ao trabalho pioneiro de Nilo Panceri e desenvolveram os vinhedos das encostas da Serra do Marari, revelando grandes vinhos como o Pisani Panceri e os bons varietais Panceri.
Mas faltava algo. Eles tinham uma dívida histórica.
Em 2006, de vinhedos especiais da casta Teroldego saíram uvas colhidas manualmente que, selecionadas, geraram um grande vinho. Como rotulá-lo? Esse foi o reconhecimento do grande exemplo legado pelo pai. Enfim, temos o rótulo Nilo 2006, um Teroldego frutado, amável, gentil de boca e com muita tipicidade.
Tomo este néctar com os pensamentos homenageando o velho Nilo Panceri.
Minhas homengens póstumas a esse grande pioneiro empreendedor! Um vinho digno de ser degustado com prazer!
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