Sustentabilidade é a palavra forte do momento: ar e água poluídos, buraco negro, desertificação, extinção vegetal e animal... A sociedade timidamente começa a acordar para o problema e ações isoladas estão sendo tomadas.
As vinícolas de alguns países estão trabalhando nessa direção, racionalizando os materiais empregados no envase do vinho: garrafas mais leves, rolhas ecológicas, rotulação reciclável, caixas e assim por diante.
A cortiça natural, empregada no fechamento de garrafas de vinho desde o século 17, representa um ponto crítico na questão. A rolha responde pela sofisticação do serviço, impondo elegância aos rituais de abertura dos grandes vinhos.
A face negativa das rolhas são as doenças que podem se desenvolver na cortiça com os fungos, principalmente o TCA - tricloroanisole, que ocorre em cerca de 5% das garrafas de vinho, aportando-lhes aromas deformados conhecidos como bouchonné.
Se tomarmos como mero exemplo a produção mundial de garrafas de vinho de 2008, que totalizou algo em torno de 32 bilhões de unidades, a perda por doença de rolha poderia potencialmente atingir a astronômica cifra de 1,6 bilhões de garrafas!!!
Pela expressiva quantidade, iniciativas estão sendo tomadas para separar o vinho da rolha. Uma solução foi desenvolvida pela empresa australiana Procork, que consta de cinco camadas de membranas distintas colocadas no topo interior da rolha para impedir a passagem de qualquer contaminante para o vinho. Este dispositivo garante a manutenção da tradição da rolha e a decorrente operação de extração.
Por um lado, isso tem desvantagens, pois a monumental quantidade de rolhas requeridas para o fechamento dessa infinidade de garrafas exigiria, no mínimo, uma exploração predatória da corticeira ou sobreiro (Quercus Suber) existente em alguns países mediterrâneos. Portugal, maior produtor mundial, explora a grande quantidade de sobreiros do Alentejo e contribui com 51% da produção de rolhas de cortiça.
A cortiça é extraída da casca quando a árvore atinge cerca de 25 anos de idade, e após essa primeira extração, somente a cada 9 anos. Esse detalhe acende um sinal de alerta sobre a impossibilidade das florestas de sobreiros acompanharem o crescimento da demanda mundial de vinhos.
Devido à crescente escassez da cortiça e dos custos resultantes da oferta reduzida, além das perdas por TCA, as rolhas de material sintético vêm encontrado crescente aplicação. O mito de que as rolhas sintéticas não fazem a devida micro-oxigenação foi de certa forma derrubado por testes que mostraram índice de transferência de oxigênio, correspondente a 1/3 do que ocorre com as rolhas de cortiça, além de não haver ocorrência de transmissão de gostos ou aromas estranhos.
A rolha sintética atende ao fechamento de cerca de 90% dos vinhos produzidos para consumo dentro do período de 2 a 5 anos após o engarrafamento. A rolha sintética trouxe especial benefício aos vinhos brancos, nos quais reduziu o volume de devoluções devido à alterações organolépticas decorrentes das rolhas de cortiça.
Outra solução que se insere na questão da sustentabilidade é o sistema de fechamento por cork screw. Esse dispositivo consiste numa tampa metálica rosqueada na ponta do pescoço da garrafa. Esta solução não é novidade porque foi muito empregada no auge de consumo de vinhos das décadas de 1970-80. O cork screw original nada tem em comum com o atual, conhecido como fechamento Stelvin, de projeto mais refinado e de construção mais precisa. Existem dois modelos, o comum e o de luxo, que têm sido empregados para fechar garrafas de vinho para consumo de dois a três anos após o engarrafamento, ou até vinhos de alta gama.
O Cork Screw participa na redução do consumo compulsório de rolhas de cortiça e oferece excelente vedação para conservação dos aromas dos brancos, além de dispensar saca-rolhas para a sua abertura.
No conjunto dos vinhos produzidos anualmente, a questão da sustentabilidade do planeta, aliada ao emprego de rolhas adequadas, deve ser abordada levando em conta a classificação dos vinhos e orientando cada grupo para um tipo de fechamento. Vinhos de alta gama, produções limitadas e de alto custo unitário continuarão a ser fechados com rolhas de cortiça de alta qualidade. A grande maioria dos vinhos poderá receber o fechamento com rolhas aglomeradas, rolhas plásticas e cork screw.
O futuro se encarregará de mostrar as melhores soluções!
As vinícolas de alguns países estão trabalhando nessa direção, racionalizando os materiais empregados no envase do vinho: garrafas mais leves, rolhas ecológicas, rotulação reciclável, caixas e assim por diante.
A cortiça natural, empregada no fechamento de garrafas de vinho desde o século 17, representa um ponto crítico na questão. A rolha responde pela sofisticação do serviço, impondo elegância aos rituais de abertura dos grandes vinhos.
A face negativa das rolhas são as doenças que podem se desenvolver na cortiça com os fungos, principalmente o TCA - tricloroanisole, que ocorre em cerca de 5% das garrafas de vinho, aportando-lhes aromas deformados conhecidos como bouchonné.
Se tomarmos como mero exemplo a produção mundial de garrafas de vinho de 2008, que totalizou algo em torno de 32 bilhões de unidades, a perda por doença de rolha poderia potencialmente atingir a astronômica cifra de 1,6 bilhões de garrafas!!!
Pela expressiva quantidade, iniciativas estão sendo tomadas para separar o vinho da rolha. Uma solução foi desenvolvida pela empresa australiana Procork, que consta de cinco camadas de membranas distintas colocadas no topo interior da rolha para impedir a passagem de qualquer contaminante para o vinho. Este dispositivo garante a manutenção da tradição da rolha e a decorrente operação de extração.
Por um lado, isso tem desvantagens, pois a monumental quantidade de rolhas requeridas para o fechamento dessa infinidade de garrafas exigiria, no mínimo, uma exploração predatória da corticeira ou sobreiro (Quercus Suber) existente em alguns países mediterrâneos. Portugal, maior produtor mundial, explora a grande quantidade de sobreiros do Alentejo e contribui com 51% da produção de rolhas de cortiça.
A cortiça é extraída da casca quando a árvore atinge cerca de 25 anos de idade, e após essa primeira extração, somente a cada 9 anos. Esse detalhe acende um sinal de alerta sobre a impossibilidade das florestas de sobreiros acompanharem o crescimento da demanda mundial de vinhos.
Devido à crescente escassez da cortiça e dos custos resultantes da oferta reduzida, além das perdas por TCA, as rolhas de material sintético vêm encontrado crescente aplicação. O mito de que as rolhas sintéticas não fazem a devida micro-oxigenação foi de certa forma derrubado por testes que mostraram índice de transferência de oxigênio, correspondente a 1/3 do que ocorre com as rolhas de cortiça, além de não haver ocorrência de transmissão de gostos ou aromas estranhos.
A rolha sintética atende ao fechamento de cerca de 90% dos vinhos produzidos para consumo dentro do período de 2 a 5 anos após o engarrafamento. A rolha sintética trouxe especial benefício aos vinhos brancos, nos quais reduziu o volume de devoluções devido à alterações organolépticas decorrentes das rolhas de cortiça.
Outra solução que se insere na questão da sustentabilidade é o sistema de fechamento por cork screw. Esse dispositivo consiste numa tampa metálica rosqueada na ponta do pescoço da garrafa. Esta solução não é novidade porque foi muito empregada no auge de consumo de vinhos das décadas de 1970-80. O cork screw original nada tem em comum com o atual, conhecido como fechamento Stelvin, de projeto mais refinado e de construção mais precisa. Existem dois modelos, o comum e o de luxo, que têm sido empregados para fechar garrafas de vinho para consumo de dois a três anos após o engarrafamento, ou até vinhos de alta gama.
O Cork Screw participa na redução do consumo compulsório de rolhas de cortiça e oferece excelente vedação para conservação dos aromas dos brancos, além de dispensar saca-rolhas para a sua abertura.
No conjunto dos vinhos produzidos anualmente, a questão da sustentabilidade do planeta, aliada ao emprego de rolhas adequadas, deve ser abordada levando em conta a classificação dos vinhos e orientando cada grupo para um tipo de fechamento. Vinhos de alta gama, produções limitadas e de alto custo unitário continuarão a ser fechados com rolhas de cortiça de alta qualidade. A grande maioria dos vinhos poderá receber o fechamento com rolhas aglomeradas, rolhas plásticas e cork screw.
O futuro se encarregará de mostrar as melhores soluções!
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