Já escrevi várias vezes sobre os vinhos de luxo focando a questão do mito e da realidade que os envolve.
Sempre se enaltece a qualidade do inatingível Château Pétrus, o melhor bordalês do Pomerol, do Romanée Conti, o mais mitológico da Borgonha, ou do Cheval Blanc, a maior expressão de St Emilion. Indiscutivelmente, são grandes néctares da enologia mundial.
No entretanto, esses vinhos, quando colocados em degustação às cegas, não são garantia de arrebatar os primeiros lugares, embora isso não seja desmerecimento. Para a agradar a um isento apreciador de vinhos a qualidade tem que aparecer na taça, no momento e na companhia, descartando rótulos e indicações profissionaias. Ai repousa a realidade do vinho.
O valor de um vinho resulta de uma série de fatores de distintas naturezas que se somam à sua alta qualidade. O mito de todos esses vinhos de luxo repousa na forma de determinação de seus altíssimos preços.
O professor Michael Beverland, Monash University, Austrália, desenvolveu uma longa pesquisa sobre a construção de grandes marcas-ícone de vinho, procurando desenhar a natureza sistêmica dos vinhos de luxo.
Encontrou que as marcas de luxo guardam relação com seis temas-chave: integridade do produto, aprovação do consumidor, história, descobertas de valor e ações de marketing.
Por mais que se possa sistematizar o caminho para o sucesso de um determinado vinho de luxo, a história e a tradição que se entrelaçam ao longo de períodos relativamente longos, fazem que vinhos como os da Champagne, Porto, Bordeaux ou Borgonha tenham seus altos preços aceitos com maior naturalidade.
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