sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

UM VISIONÁRIO DAS ALTITUDES CATARINENSES

Nos dias correntes o vinho catarinense de altitude ganhou espaço na mídia especializada e suas vitoriosas participações em painéis e concursos estão fazendo com que ele se torne uma verdadeira grife vinícola brasileira. São os mais conhecidos, Innominabile (Villaggio Grando), Maestrale (Sanjo), Utopia (Santa Maria), Suzin, Panceri e assim por diante.

Com a revelação nacional de São Joaquim, esta polarizou a questão dos vinhos de altitude, sobressaindo-se o empreendimento revolucionário do saudoso Dilor de Freitas, a emblemática Villa Francioni. A Quinta da Neve que foi anterior percorreu um caminho mais conservador na questão dos investimentos na adega e focou a formação dos vinhedos para chegar aos vinhos de alta qualidade.

No entanto, iniciativas pioneiras já vinham acontecendo em Tangará, Campos Novos e Água Doce.

Em Campos Novos, o jurista Edson Ubaldo trabalhou pioneiramente seus vinhedos de Cabernet Sauvignon que tomamos em grupo por várias oportunidades.

Em Água Doce, nos altos de Caçador, o empresário Maurício Grando trabalhou um projeto baseado na perfeição dos detalhes vitícolas e foi aos poucos soltando edições limitadas de grandes vinhos como Chardonnay, Chardonnay Reserva, Cabernet Sauvignon, Merlot, Sauvignon Blanc e Innomimabile.

Em Tangará, o pioneiro Nilo Panceri vindo da Serra Gaúcha estabeleceu-se no vale do rio do Peixe no início da década de 1950 e desenvolvendo atividades vitivinícolas nas suas novas terras.

FOTO TESTEMUNHA DOS TEMPOS INICIAIS NO VALE DO RIO DO PEIXE

O tempo se encarregou de mostrar que as terras ribeirinhas dos vales eram freqüentemente palco de fortes geadas tardias e chuvas persistentes na maturação. Como bom viticultor foi atraído pelas terras mais altas, menos assoladas pelas geadas, e acabou se instalando nas encostas da serra do Marari, na qual descobriu um ciclo vegetativo mais lento e uma frutificação fora das chuvas de verão. Sem saber estava abrindo caminho para o futuro das altitudes catarinenses.

A vocação catarinense para vinhos de altitude finalmente se revelou nesta primeira década do novo milênio, impondo-se no cenário brasileiro como vinhos de estrutura e de predicados especiais.







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