domingo, 5 de junho de 2011

VINHOS BRASILEIROS EM NÚMEROS (APROXIMADOS!)

Há muito venho tentando obter melhores informações junto às instituições que atuam no teatro do vinho brasilero, mas o segmento brasileiro é realmente dasarticulado.

Os produtores e associação dos vinhos do Médio São Francisco vivem na pequenice de um isolamento injustificável porque o consumidor está atrás de novas opções de rótulos que tenham algum diferencial do terroir de origem. Os vinhos dessa região foram classificados por uma importante jornalista internacional como "no mínimo exóticos, qualidade que os europeus tanto procuram hoje". Mas eles não se comunicam com a mídia mais ampla e não lutam por uma visibilidade maior e muito merecida.

Os poucos produtos finos paranaenses estão em um processo de revisão de suas práticas comerciais e devem voltar com tudo brevemente,. Mas são pouquíssimos e não têm impacto nos números nacionais.

Em Santa Catarina se localiza a maior esperança brasileira de bons vinhos finos. São províncias recém descobertas, com produção efetiva que não passa dos seis anos. As instituições procuram se organizar e a Acavitis é atualmente a instituição de maior densidade e coerência no cenário nacional.

O vinho do Rio Grande do Sul, vem experimentando uma queda de volume comercialização nos últimos anos, tanto dos vinhos de mesa quanto dos vinhos finos. Em 2010 foram aproximadamente 88% de vinhos rústicos de mesa e 12% de vinhos finos.A exportação tem seus altos e baixos, mas está se consolidando em números reresentativos para o vinho brasileiro e em 1020 foram exportados ao redor 5% da produção gaúcha.

Esquecendo os vinhos de mesa, que não merecem grandes avaliações, os vinhos finos oficialmente comercializados internamente distribuem-se aproximadamente em 63% de importado e 37 % de brasileiros.

Enquanto o vinho fino gaúcho mostra sinais de fraqueza, os catarinenses mostram potência suficiente para atender de forma crescente e com qualidade mundial o aumento de consumo brasileiro.

Quem mais está nos atendendo no grupo dos importados são, em números de 2010: Chile 26,5 milhões, Argentina 16 milhões, Itália 13 milhões, Portugal 8.5 milhões e França 4,5 milhões. O volume dos vinhos importados aumenta ano a ano e já participa no atendimento da maior parte do consumo de vinhos vinhos finos pelos brasileiros e, talvez, deva aumentar essa participação.

O consumo per capita nacional é crescente e, portanto, as importações deverão ser crescentes, não obtante a excrescência do tal do selo fiscal.   

2 comentários:

Anônimo disse...

Buenas Sr Sérgio, penso q a situação do nosso consumidor de vinhos finos nacionais é puramente cultural, 1° o apelo forte das cervejas, 2° me parece que o produtor de vinhos finos não tem interesse na transformação cultural desse consumidor. Falo isso pelo fato de que estou totalmente envolvido nessa questão. Como já lhe falei em outro comentário, tenho um restaurante em Montenegro-RS cidade que fica 70 de Bento Gonçalves. Tem 2 anos que venho buscando entender o porque do gaúcho não conhecer quase nada da produção de vinhos finos daqui. Estamos ao lado dessa produção e não há nenhum tipo de apelo comercial ou de marquetim para transformar a cultura de consumo do nosso vinho.. semana retrasada comecei um trabalho de apresentar vinhos finos em bag in box para as lancherias da região, dá muito menos trabalho do que estocar e gelar uma caixa de cerveja é "harmoniza muito melhor" com qualquer gastronomia.. enfim comecei meu trabalho de formiguinha para que o pessoal conheça o que está sendo feito de vinhos finos acessíveis aqui ao lado do vale do caí..
saludos
Jose@penadelsur.com.br
ps: começamos com uma bela parceria com a Vinícola Dom Guerino de Alta Feliz, pelo simples fato de estar a 40 km da região e terem um trabalho muito bom...

Silvia Mascella Rosa disse...

Sérgio, que questão dura e difícil essa na qual vc foi tocar!
Também procuro esses números há tempos e sempre esbarro no tal 'cadastro vitícola' que seria o impedimento mor para qualquer estatística mais abrangente.
No entanto, há um 'pulgão' atrás de minha orelha me perguntando a quem 'serve' essa falta de números?
E ademais, temos muita comunicação com quem não necessita dela (pois sabe onde procurar ou não dá a mínima, só se for em benefício próprio) e pouca onde deveria estar: perto do consumidor.
Mais uma vez, excelente postagem!
Abs,
Silvia