A família das Vitáceas, das avós das atuais videiras, compreende
dez gêneros de plantas trepadeiras tropicais dentre os quais pode ser destacado
o género Vitis Tourn., que inclui os subgéneros Muscadinia e Euvitis. As Vitáceas têm origem num passado
muito anterior ao do Homem, citações dão conta da sua existência desde a parte
final da Era Mesozóica, adentrando a Era Cenozóica, qualquer coisa distante da
atualidade em cerca de 100 milhões de anos.
A Era Cenozóica compreendeu dois períodos , Terciário e
Quaternário.
Essa hipótese de evolução tem por
base que nesses tempos o clima mostrava alterações importantes com calor
intenso no equador e frio extremo nos pólos, incluindo variações de intensidade
de acordo com estações do ano.
A vida terrestre, marítima e aérea surge lentamente como um intenso fenômeno.
O processo foi condicionado por acontecimentos em âmbito
planetário, relacionados com a acomodação das placas da crosta terrestre que
foram moldando inicialmente a geografia através dos tempos, com a formação das
cadeias de montanhas, que formaram barreiras naturais com influência na
distribuição do clima e suas flutuações, desenvolvendo condições para o
aparecimento da vida, animal e vegetal.
Quando o Homem apareceu sobre a
Terra no período Quaternário, rústico e quase animal, a videira já existia com
milhões de anos de antecedência, desde o início do período Terciário,
prosperando nos bosques e matas cerradas, na forma de longas trepadeiras
apoiadas sobre as árvores na busca do sol.
Estudos científicos a partir da
análise de fósseis apontam como berço original das Vitáceas a região
setentrional do planeta, atualmente representada pelas frações do grande
continente ancestral chamado Oloártica,
incluindo Alaska, Canadá, Groenlândia, Islândia e outras partes
próximas.
No período Quaternário ocorreram
glaciações nesta parte do planeta e as videiras primitivas foram se deslocando
para as partes meridionais, mais quentes, protegendo-se em três principais
refúgios: migrando costa leste americana abaixo (berço norte-americano), alcançando
a Ásia via Alaska (berço sino-asiático) ou bordando costas mediterrâneas até a
Armênia (berço armênico).
Assim a sobrevivência de muitas
espécies nestas diferentes áreas protegidas veio, mais tarde, alimentar a
difusão das distintas famílias de videiras pelos refúgios de aclimatação norte-americanas,
européias e asiáticas, berços que garantiram a viticultura em tempos recentes.
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