A fama de
melhor feira mundial para o setor do vinho se confirmou para a comitiva do Wines
of Brasil que participa pela nona vez da Prowein, realizada até hoje (26 de
março), em Dusseldorf, na Alemanha. Todas as vinícolas participantes que já
exportavam para a Europa ampliaram o número de distribuidores, e quem foi à
procura de um parceiro comercial está retornando com contatos consistentes para
distribuição. A participação brasileira na ProWein 2014 é feita em parceria com
a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex-Brasil), com apoio da Secretaria de Desenvolvimento e
Promoção do Investimento do Estado do Rio Grande do Sul (SDPI/RS).
“Este ano
percebemos que, para o trade internacional, o Brasil já não é mais desconhecido.
Estamos no centro das atenções graças ao trabalho feito até aqui e por causa dos
eventos esportivos que iremos sediar”, observa a diretora de Promoção do
Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Andreia Gentilini Milan.
Andreia
explica que nos primeiros anos, o esforço para divulgação era muito maior, as
empresas precisavam convidar quem passava na frente do estande para provar os
produtos e o Brasil era visto com curiosidade. Hoje, a maioria das vinícolas já
chega a feira com uma agenda de reuniões bastante concorrida.
Os resultados
obtidos pelos expositores atestam a percepção da executiva do Ibravin. Este ano,
a Vinícola Aurora consolidou a parceria firmada com a Mack & Schühle
AG, maior distribuidora de vinhos na Alemanha que está lançando o rótulo
Brazilian Soul em seu estande. A gerente de exportações da Aurora, Rosana Pasini
conta que esta linha de produtos foi desenvolvida para o mercado internacional,
e é resultado de um contato feito com o Wines of Brasil e de degustações
realizadas em uma edição anterior da feira.
“Não existe conhecimento sobre os
produtos brasileiros nas redes alemãs, mas existe interesse. Por isso, quando
chegamos até a Aurora, desenvolvemos um produto para que o cliente não tenha
dúvida de onde ele vem. O Brasil é um país colorido, alegre e buscamos essa
identidade nos vinhos”, relata Jan Christiaan Swanepoel, chefe de
desenvolvimento de produtos da distribuidora alemã.
A vinícola também deu
andamento às negociações com a maior rede online de venda de vinhos do Japão.
“Já tínhamos visto o Brasil em outras feiras, mas como o país irá sediar a Copa
e Olimpíadas, viemos conhecer os produtos para colocá-lo em nosso portifólio.”
explica Takashi Hara, gerente geral da Belluna.
Em se tratando
do torneio de futebol, o conceito do vinho oficial da Copa 2014 foi apresentado
em primeira mão ao mercado pela Lidio Carraro no estande do Wines of
Brasil. Apesar de os vinhos não estarem prontos, a enóloga e diretora técnica,
Monica Rossetti explica que o lançamento do projeto no evento foi estratégico:
“O que é feito na ProWein tem repercussão em todo do mundo. Como o contrato com
a Federação Internacional de Futebol (Fifa) foi fechado em fevereiro, estamos
fazendo a apresentação tanto para o mercado internacional como para o brasileiro
simultaneamente, a partir daqui”. Nomeado como Faces, a linha de produtos
licenciada para o torneio terá um vinho tinto, um branco e um rosé que deverão
ser colocados no mercado em junho, pouco antes do torneio que envolve as
confederações de futebol.
Veterana na
participação da feira, da qual participa desde 2005, a Casa
Valduga utiliza a feira alemã para atender a importadores com os quais já se
relaciona e também para ampliar suas fronteiras logísticas. A gerente de
Exportação da vinícola do Vale dos Vinhedos, Elisa Walker, informa que no
segundo dia de feira fechou um pedido de 12 mil garrafas de um único produto,
realizou reuniões com representantes comerciais de países considerados de
interesse estratégico, como Holanda e Inglaterra, e mesmo de países com os quais
ainda não tinham tido contatos, como África do Sul e Nigéria. “A participação
também é importante para recebemos feedbacks. Sempre comentam da excelente
qualidade dos nossos espumantes e da apresentação dos produtos com rótulos
c lássicos e elegantes”, complementa
Elisa.
Antes mesmo de
a ProWein iniciar o gerente de Exportação para a Europa do Grupo Miolo,
Fabiano Maciel, já contabilizava 26 reuniões agendadas para a ProWein. Durante o
evento, este número quase duplicou. Ele cita que esta situação se deve trabalho
já realizado pela vinícola e pelo Wines of Brasil, pelo momento em que o Brasil
se encontra e pela qualidade dos produtos. “Quem vem nos visitar já sabe o que
quer e vem com objetivo de fazer negócio. Pela primeira vez estamos acessando
importadores que realmente vão fazer a distribuição e forma mais ampla dos
vinhos brasileiros na Europa. Agora sim, as exportações vão ganhar corpo” avalia
Maciel.
Também
veterana de feiras internacionais a Salton chegou à ProWein 2013 com uma
gama de produtos específica para exportações. Quatro tintos, um branco e três
espumantes compõem a linha Intenso que fez sua estreia para importadores e
distribuidores na feira alemã. “Levou um ano e meio entre pesquisa e
desenvolvimento. Vimos que o mercado procura vinhos brasileiros com estilo
frutado, jovem, com pouca madeira, preço competitivo e rotulagem moderna e
atrativa” resume o coordenador de exportação davinícola, Vagner Montemaggiore.
“E o feedback que estamos recebendo tem sido surpreendente e nos ajudou a abrir
novos clientes. Sairemos daqui com pedidos fechados e novas parcerias
estabelecidas”, completa ele.
A Vinícola
Garibaldi é uma das duas empresas estreantes da comitiva brasileira e está
apresentando dois espumantes, um brut Chardonnay e um brut Rosé, como ensaio
para um participação futura mais estruturada. “Os produtos estão sendo bastante
elogiados. Recebemos a visita de um grupo de estudantes de enologia que disseram
que nosso espumante foi o melhor que degustaram na feira. Também recebemos
conselhos a respeito de aprimoramento de layout dos nossos rótulos”, relata a
recepcionista da empresa Flor Maria Santos Silva.
A Domno do
Brasil é a outra vinícola que está pela primeira vez na ProWein e deve
retornar ao Brasil com o objetivo cumprido. “Não tínhamos distribuidor na
Europa e já conseguimos alinhavar com algumas empresas o início de nossas
exportações”, revela o diretor administrativo Jones Valduga. Ele conta que a
experiência também é positiva pelo retorno dos visitantes. Ele destaca o fato de
o Brasil já ser reconhecido pela qualidade de seus produtos. “As pessoas que vêm
ao estande querem degustar os espumantes, principalmente porque já ouviram falar
deles. Cinco anos atrás ninguém sabia que o Brasil produzia vinho”, observa
Valduga.
Por pertencer
à Dão Sul, grupo vitivinícola português, a ViniBrasil, localizada no Vale
do São Francisco, já possui uma rede de distribuição estruturada na Europa.
Entretanto, para Osvaldo Amado, diretor de enologia do grupo, a participação na
feira junto é considerada estratégica justamente para reforçar a divulgação da
marca Wines of Brasil e para mostrar a diversidade de produtos elaborado no
país. “Os brancos e espumantes da Serra Gaúcha já são conhecidos, mas os tintos
produzidos no Nordeste não. As pessoas vem aqui, provam e se surpreendem pelo
potencial que eles apresentam. E o mercado está sempre ávido por novidades”,
explica Amado.
“Vim para
reencontrar meus importadores, ampliar a distribuição na Europa e para
prospectar novos parceiros nos países nórdicos e baixos”. É dessa forma direta e
objetiva que o diretor Flávio Pizzato, da Pizzato Vinhas e Vinhos, encara
sua participação na ProWein, na qual marca presença há três anos. Na avaliação
do enólogo, este ano a maior conquista foi a aproximação com clientes potenciais
na Dinamarca e a inserção de seus produtos na linha regular de vendas da
Kaufhof, a maior rede varejista da Alemanha. “Assim como a Expovinis é para o
Brasil, a ProWein é para o mundo”, finaliza.
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