sábado, 2 de março de 2013

VINHO: AGORA UM NEGÓCIO DA CHINA?

A China, embora de dimensões consideráveis com clima continental, tem poucas manchas territoriais com capacidade de viticultura e, assim, de produzir vinhos de boa qualidade. Há anos provei um Cabernet Sauvignon 2001, Grace Vineyar, um chinês que foi surpreendente. Aquele país não é um grande concumidor de vinhos (2,2% da produção mundial) mas, pela dimensão populacional, tem-se que, segundo a Vinexpo, da França, o país deva se tornar o oitavo maior consumidor de vinho do mundo em 2012.
 
Mas nem só de consumo vai aparecer a China. Algumas iniciativas de produção vêm ganhando expressão e devem crescer no futuro. Óbvio que não estamos falando de vinhos baratos, padrão lojas R$ 1,99!!!
 
A renomada revista britânica Decanter edita o concurso internacional Decanter World Wine pode contar com um vinho chinês, o Cabernet Dry Red 2009 (Jia Bei Lan),  que surpreendeu a todos ao vencer o certame, deixando para trás  vinhos franceses de alta categoria em termos de preços.
 
O Jia Bei Lan é um corte das castas francesas Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Gernicht (Carmenère ou Cabernet Franc?), e mereceu descritivos como "suculento, gracioso e com aromas de fruta madura, pouco carnudo, com taninos firmes e excelente persistência de boca ".

O consultor chinês de vinho Demei Li, com experiência na vitivinicultura francesa, que ajudou a criar o Jia Bei Lan, considera que a China não dispõe de clima "adequado para produzir vinho". O argumento contra essa afirmação é que, pelas dimensões do país, não será impossível identificar-se províncias vinícolas adequadas.

Apesar da premiação sobre os grandes vinhos franceses, o produtor chinês afirma que o vinho não tem a pretenção de competir com os vinhos de Bordeaux, especialmente os Grands Crus.

Demei diz que o vinho, com sabores de fruta e carvalho, é equilibrado e apropriado ao gosto do consumidor chinês que, embora não conheça e consuma pouco os produtos do próprio país, deverá ser influenciado pela repercussão internacional a partir desta premiação.

Atualmente, o vinho só é vendido na China, com uma produção limitada de 20.000 garrafas em 2009, a um preço equivalente em reais a R$ 35,00 .

Demei é da opinião que o prêmio vai acordar e incentivar outros produtores chineses a expandir sua atuação, inclusive por meio de parcerias com o vinhedo He Lan Qing Xue.
 

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