O endurecimento das regras da Lei Seca já está chegando na área da enogastronomia e prejudicando os resultados financeiros, rebaixando o nível das receitas operacionais para abaixo da média.
Do outro lado da questão, estão os consumidores que, quando pegos infringindo a lei, arcam com a multa para quem dirige embriagado, com ou sem bafômetro, que está com o valor de R$ 1.915,30, somado a perda do direito de dirigir por 12 meses e a retenção do veículo até que chegue alguém habilitado e sóbrio!
Em termos da lei e sua tolerância zero, o motorista é convidado a usar o bafômetro ou é submetido a exames clínicos (sangue). As referências legais dão conta de que de 0,05 a 0,33 miligramas de álcool por litro de ar dos pulmões, ocorre infração do Artigo 165, Código de Trânsito Brasileiro. Acima de 0,33 a infração se torna crime de trânsito, o motorista paga a multa, perde a habilitação e pode passar no xilindró de seis meses a três anos.
Não somos contra o controle do grau de embriaguez do motorista, pelo contrário, o estado de embriaguez em seus vários níveis deve ser penalizado progressivamente. Antes de atingir um primeiro grau de embriaguez, o motorista pode ter simplesmente tomado alguma coisa que não prejudica a sua capacidade de dirigir. Exemplificando:
Se tomar uma taça de 125 ml de vinho, teor 13,5%, o álcool residual vai apontar cerca de 0,25 miligramas por litro, ou seja, configura infração de trânsito.
Não se animem os cervejeiros! Ao tomar uma garrafa long-neck, 300 ml de cerveja a 4,7% de teor, o álcool residual será de 0,12mg/l e sofrerá as penalidades de infração de trânsito.
Obviamente que essas doses, acompanhamentos usuais de uma refeição não vão deixar o motorista embriagado, sem reflexos e coisa do gênenro.
O que concorre contra a aplicação de critérios de criatividade, dando penalização de acordo com as faixas de concentração de álcool, é o fato das pessoas são diferentes, organismos díspares com capacidades distintas de absorção dos efeitos do álcool. A solução envolveria uma equação de tamanha complexidade que nem um gênio saberia como aplicá-la.
Bem! Fui vencido! Pela segurança no trânsito... lei seca e tolerância zero, acima de qualquer argumentação!!!
Criatividade vai ficar a cargo dos restaurantes e dos frequentadores. Disponibilizar van para levar clientes, ter taxi à porta, sortear quem do grupo não vai beber...
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