UM POUCO DE HISTÓRIA
A região francesa da Champagne, origem do champagne, tem relação com videiras desde a era terciária, muitos milhões de anos passados, conforme testemunhos fósseis da Vitis Sezannensis, dos arredores da cidadezinha de Sèzanne. Essa constatação não garante a formação de vinhedos anteriores à chegada dos romanos pois foi uma longínqua passagem das videiras primevas (ampelídeas) na migração que as levaria ao refúgio final no Cáucaso. Neste sim, as videiras viníferas tiveram seu início, floresceram e se espalharam pelas mãos humanas através da Europa.
A mais do que milenar atividade vinícola da região produzia somente vinhos tranquilos com certa semelhança com os da Borgonha, com a qual ocorria uma acirrada disputa na comercialização, apesar de não resistirem ao transporte para centros mais distantes. Além dessa desvantagem, quando os médicos de Louis XIV indicaram os vinhos da Borgonha como os melhores para a saúde, decretaram a queda da expressão dos vinhos tranquilos da Champagne.
Os vinhos espumantes eram conhecidos em algumas regiões européias por causa da tendência que tinham os vinhos de refermentar naturalmente, numa segunda fermentação induzida pelo clima da primavera. A refermentação natural, gerava pressão interna nas frágeis garrafas, que causava o estouro das mesmas ou o lançamento de suas toscas rolhas à distância. Os vinhateiros conheciam esses como vinhos do diabo ou vinhos arranca rolhas, que punham a perder o líquido engarrafado.
Lá se vão cerca de 350 anos, quando o monge beneditino Dom Pérignon, da abadia de Hautvillers, situada pouco acima da cidade de Epernay, passou a estudar a vinificação na região da Champagne, para combater o mal da refermantação pelo calor da primavera.
Testou especialmente as castas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier em varietais e em cortes, determinando os contornos do método para a elaboração de um vinho de melhor qualidade. Se não conseguiu sequer reduzir a segunda fermentação dos seus vinhos, descobriu a qualidade diferente dos cortes.
Não tendo obtido sucesso em eliminar o diabo dos vinhos (gás carbônico), com ele fez um pacto e dirigiu seus apelos para que fossem desenvolvidas garrafas mais robustas (ingleses) e fabricadas rolhas de cortiça de corpo maciço (portugueses). Assim, o diabo não exorcizado foi aprisionado na garrafa e se tornou uma bênção divina! Com a versão rústica do que seria o método champenoise, o abade pode esclamar: "Venham ver, estou bebendo estrelas".
Descoberto o caminho, a região da Champagne deu seus primeiros passos na direção da notoriedade.
No final do século XVII a bebida ganhou visibilidade quando o Marquês de Sillery, proprietário de terras na Champagne, logrou introduzir o champagne na Corte de Versailles. Em outro lance importante, o Marquês de St-Évremond apresentou o champagne ao consumo da alta sociedade de Londres.
No século seguinte, o Duque de Órleans, regente da França após a morte de Louis XIV, torna o champagne um hábito corriqueiro na sua corte de pura e deslavada libertinagem.
(imagens - dom pérignon - LVMH)
A região francesa da Champagne, origem do champagne, tem relação com videiras desde a era terciária, muitos milhões de anos passados, conforme testemunhos fósseis da Vitis Sezannensis, dos arredores da cidadezinha de Sèzanne. Essa constatação não garante a formação de vinhedos anteriores à chegada dos romanos pois foi uma longínqua passagem das videiras primevas (ampelídeas) na migração que as levaria ao refúgio final no Cáucaso. Neste sim, as videiras viníferas tiveram seu início, floresceram e se espalharam pelas mãos humanas através da Europa.
A mais do que milenar atividade vinícola da região produzia somente vinhos tranquilos com certa semelhança com os da Borgonha, com a qual ocorria uma acirrada disputa na comercialização, apesar de não resistirem ao transporte para centros mais distantes. Além dessa desvantagem, quando os médicos de Louis XIV indicaram os vinhos da Borgonha como os melhores para a saúde, decretaram a queda da expressão dos vinhos tranquilos da Champagne.
Os vinhos espumantes eram conhecidos em algumas regiões européias por causa da tendência que tinham os vinhos de refermentar naturalmente, numa segunda fermentação induzida pelo clima da primavera. A refermentação natural, gerava pressão interna nas frágeis garrafas, que causava o estouro das mesmas ou o lançamento de suas toscas rolhas à distância. Os vinhateiros conheciam esses como vinhos do diabo ou vinhos arranca rolhas, que punham a perder o líquido engarrafado.
Lá se vão cerca de 350 anos, quando o monge beneditino Dom Pérignon, da abadia de Hautvillers, situada pouco acima da cidade de Epernay, passou a estudar a vinificação na região da Champagne, para combater o mal da refermantação pelo calor da primavera.
Testou especialmente as castas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier em varietais e em cortes, determinando os contornos do método para a elaboração de um vinho de melhor qualidade. Se não conseguiu sequer reduzir a segunda fermentação dos seus vinhos, descobriu a qualidade diferente dos cortes.
Não tendo obtido sucesso em eliminar o diabo dos vinhos (gás carbônico), com ele fez um pacto e dirigiu seus apelos para que fossem desenvolvidas garrafas mais robustas (ingleses) e fabricadas rolhas de cortiça de corpo maciço (portugueses). Assim, o diabo não exorcizado foi aprisionado na garrafa e se tornou uma bênção divina! Com a versão rústica do que seria o método champenoise, o abade pode esclamar: "Venham ver, estou bebendo estrelas".
Descoberto o caminho, a região da Champagne deu seus primeiros passos na direção da notoriedade.
No final do século XVII a bebida ganhou visibilidade quando o Marquês de Sillery, proprietário de terras na Champagne, logrou introduzir o champagne na Corte de Versailles. Em outro lance importante, o Marquês de St-Évremond apresentou o champagne ao consumo da alta sociedade de Londres.
No século seguinte, o Duque de Órleans, regente da França após a morte de Louis XIV, torna o champagne um hábito corriqueiro na sua corte de pura e deslavada libertinagem.
(imagens - dom pérignon - LVMH)
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