sexta-feira, 23 de setembro de 2011

SAUTERNES – OS GRANDES VINHOS ESPECIAIS FRANCESES

A França é o destaque mundial quando se fala de vinho. Destaque merecido porque a elaboração de vinhos finos conta com o trabalho em um grande número de denominações de origem, AOC - Appellation d'Origine Contrôlée, cujas leis severas são a garantia do consumidor que, pelo menos, está tomando um vinho honesto que representa uma determinada prática e condições regionais.

Esse preciosismo se repete quando se fala de vinhos especiais, aqueles que fogem dos estilos tradicionais de tintos, rosados e brancos, tranqüilos ou espumantes. Os vinhos especiais são bons para sobremesa e para o tabagismo sofisticado.

No sudoeste francês destaca-se a região produtora de Sauternes, uma denominação de origem bem específica e que oferece um dos vinhos licorosos mais famosos do mundo, o Sauternes.

O vinho de Sauternes guarda características específicas em função do microclima do “terroir” que favorece o desenvolvimento do fungo Botrytis cinerea, responsável pela ocorrência da podridão nobre, que molda a tipicidade do vinho.

O fungo Botrytis cinerea age sobre as bagas das uvas causando profundas transformações internas, dando um caráter “cozido” às bagas e às reações bioquímicas na composição, que resultam na alteração dos seus componentes, aumento de açúcares e ácidos, e formação de substâncias importantes.

Como as demais, a Denominação de Origem Sauternes é específica para a produção de seus vinhos especiais e está definida por três fatores: a localização geográfica, o “terroir” e os tratos culturais vitivinícolas.

A localização da região de Sauternes, no sul de Bordeaux da qual dista cerca de quarenta quilometros, tem uma rede fluvial constituída pelo rio Ciron, formando uma coluna norte a sul, que deságua no rio Garonne.

A região oficial engloba apenas cinco pequenas cidades: Barsac, Bommes, Fargues, Preignac e Sauternes, e dispõe de mais de duzentos produtores que, juntos, perfazem menos de 1% do total dos vinhedos da região de Bordeaux. Os grandes “Crus” representam apenas 45% da área total e respondem por cerca de 30%.

Essa área definida apresenta um clima peculiar devido aos rios e à influência atlântica, que geram um ambiente abafado e úmido propício ao desenvolvimento do famosos fungo. O relevo plano e o solo pedregoso cujos seixos acumulam calor de dia e o liberam na noite, completa a parte natural do terroir. Para trabalhar essas peculiaridade entram os fatores humanos com tratos culturais que limitam a produtividade das videiras e facilitam a uva botritizada.

Os vinhedos de Sauternes são formados principalmente com as seguintes variedades brancas oficiais: Sémillon, Sauvignon Blan e Muscadelle. brancas: a Semillon, a Sauvignon Blanc e a Muscadelle.

A Sémillon em sua mais perfeita madurez resulta vinhos com alta graduação alcoólica, forte extrato, aromas fugidios e baixa acidez. Por sua vez, a Sauvignon Blanc no mesmo estado oferece vinhos de acidez incisiva e grande potência de aromas , seco de boca. Na combinação das duas castas, ao invés de um simples somatório de qualidades, os vinhos resultantes são complexos, gordos e voluptuosos, enfim, os grandes Sauternes.

A casta principal é a Sémillon que é secundada pela Sauvignon Blanc numa proporção que pode chegar até aos 45%. A Muscadelle consiste na prima pobre e tem participações pequenas para aportar doçura e aromas florais, qualquer coisa como de 3 a 5%. Uma composição média do assemblage dos Sautrernes é de 75% de Sémillpn, 20% de Sauvignon Blanc e 5% de Muscadelle.

O teor alcoólico mínimo dos AOC Sauternes é de 12,5%, ligado ao teor de açúcar residual acima de 220 gramas por litro.

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