domingo, 26 de dezembro de 2010

APRECIANDO VINHOS ROSÉS

O preconceito contra os vinhos rosés no Brasil é histórico e nasceu com a grande ascensão dos vinhos robustos franceses, espanhóis, portugueses e italianos na década de 1990, coincidentemente com a fase de nascimento do vinho brasileiro de qualidade mundial. Até esta época os rosés eram presença obrigatória na maioria das mesas brasileiras.

Mas as eventuais considerações de que rosé não é vinho ou de que é um vinho inferior são completamente infundadas, porque nascem da mais pura ignorância de enófilos desinformados. Quando se estudam seus processos de elaboração, com cuidados e detalhes primorosos, chega-se ao conhecimento das raízes que levam a descritores de grande finura aromática.




As séries aromáticas dos vinhos rosés, ao contrário do que consideram os simplistas, são importantes descritores de sua natureza e qualidade:

Séries aromáticas vegetais:
folha de framboesa, pimentão .................rosés de cabernet sauvignon

Séries aromáticas florais
flor de laranja, pêssego ou uva; rosa, violeta, flores secas...rosés de pinot noir

Séries aromáticas frutadas
cereja, groselha, cassis..............................rosés de pinot noir
morango, framboesa................rosés de cabernet sauvignon,tannat, cinsault
pêssego, pêra, maçã, figo.......................... rosés de grenache

Séries aromáticas fermentárias
levedura, bombom.............................rosés com leveduras especiais

Séries aromáticas de especiarias
pimenta-do-reino.................................rosés de shiraz, mourvèdre.




Dois métodos de produção garantem mais força ou mais elegância às características aromáticas distintas e oferecem diferentes sensações na degustação.

No método de elaboração por pressão (pressurage), as uvas tintas ou rosadas são esmagadas e o mosto levemente colorido que escorre é deixado em maceração a frio por um período de 12 a 48 horas, até que a cor prevista seja atingida. Neste momento, as cascas são sacadas e a temperatura é elevada para dar início à fermentação. Os rosés deste processo oferecem mais sutileza.



Pelo método de elaboração por sangria (saignée), uvas tintas são vinificadas seguindo o mesmo processo utilizado para os vinhos tintos (com fermentação e extração concomitante). A certa altura, o enólogo conclui que chegou a hora de sangrar o mosto (retirar as cascas que dão a cor ao vinho), para obter o rosé na cor pretendida. Em geral, esses rosés têm mais força em seus descritores.

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