Dentre os vinhos de minha adega, tenho uma ampla coleção de rótulos brasileiros de safras desde 1937, mas o que aí predominam são vinhos nacionais dos últimos quinze anos. Sistematicamente tenho aberto garrafas de 1999 a 2004 para avaliar o estado de conservação após a guarda em condições ideais de luz, umidade e temperatura. Vinhos em bom estado costumam ser exceção, o que de certa forma atesta que a maioria dos nossos vinhos devem ser tomados dentro de um horizonte de 5 anos de estocagem.
Minha última experiência foi realmente gratificante. Para minha satisfação, abri a garrafa número 2865 de um Cabernet Sauvignon 2003, Michele Carraro, 11,9% de álcool, da vinícola Vinhos Reserva da Cantina Ltda, Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves.
Um Cabernet Sauvignon de cor vermelho rubi escuro, sem o desbotado de evolução exagerada, nariz a frutas maduras, chocolate e caixa de charutos, boca consistente, equilibrada, taninos maduros, acidez correta, retrogosto frutado.
Realmente um vinho surpreendente, sem alquimias enológicas, sem aditivos para dar cor, aromas e sabor. Este eu recomendo!
(vinhosrc@terra.com.br)
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