quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

WINES OF BRASIL – EXPORTAÇÃO DE VINHOS BRASILEIROS

O Brasil importa ao redor de 70% dos vinhos finos que consome. A produção brasileira não tem área suficiente de vinhedos de viníferas para atender à demanda interna e só tem atuação forte no segmento dos espumantes. Um risco pode ser o aumento de elaboração de bons e baratos espumantes pela Argentina, por exemplo.

O Projeto Setorial Integrado Wines of Brasil, idealizado e realizado pelo Ibravin – Instituto Brasileiro do Vinho e pela Apex-Brasil, foi iniciado em 2002, com adesão de seis vinícolas. Atualmente conta com 37 aderentes das quais 21 já efetivaram exportações. As cifras totais em dólares são, como não poderiam deixar de ser, pequenas e, quando repartidas pelas exportadoras, menos significativas ainda.

Em 2008, as exportações somaram US$ 4,68 milhões de dólares, uma parcela média de US$ 223 mil dólares para cada um dos 21 exportadores. Bom para as pequenas, imagem de mercado para as grandes! Para o Brasil, é o preço do investimento para consolidar uma visibilidade positiva do vinho brasileiro diante do próprio consumidor brasileiro!

O difícil ano de 2009, ainda mais problemático devido ao câmbio desfavorável, assistiu caírem as exportações de vinhos brasileiros para a metade do ano anterior. Para compensar os fatores negativos, o Wines of Brasil procurou focar o trabalho em oito mercados-alvo para a promoção dos vinhos brasileiros no exterior. Alemanha, Suécia, Canadá, Estados Unidos, Hong Kong, Países Baixos, Polônia e Reino Unido, que receberam uma maior atenção e investimentos do Wines of Brasil em 2010 e 2011.

A estratégia deu resultado. De acordo com a gerente de Promoção do projeto, Andreia Gentilini Milan, até novembro deste ano o Brasil já superou em volume e em valores a exportação de vinhos engarrafados (foco do projeto) de todo o ano passado. Os vinhos a granel ficam fora da campanha. De janeiro a novembro, foram vendidos 1,62 milhão de litros de vinhos para o exterior, ante 1,49 milhão de litros colocados em 2009. Isto rendeu um total de US$ 3,84 milhões até novembro deste ano, contra US$ 2,57 milhões de 2009.

Mas por que investir tanto no mercado externo, se o mercado brasileiro é imenso e cobiçado por todos os países produtores de vinhos do mundo? Andreia Gentilini Milan se apressa em responder: “O sucesso das exportações de vinho fará o consumidor brasileiro diminuir seu pré-conceito quanto aos nossos produtos, tornará nossos produtores mais competitivos principalmente no mercado doméstico e dará ao setor visibilidade, reconhecimento e a capacidade de se anteceder a tendências mundiais.”

Mas, independentemente dessas vitórias, valeria a pena o Ibravin investir pesado no aumento de consumo per capita do brasileiro e na reconversão dos vinhedos brasileiros que exibem atualmente um atraso de mais de 100 anos!

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