terça-feira, 25 de outubro de 2011

BRAÇOS INTERNACIONAIS DAS VINÍCOLAS BRASILEIRAS

O consumo per capita de vinho pelo brasileiro vai aumentando em alguns grandes centros consumidores e é bem sabido que a capacidade brasileira de responder prontamente a um salto de consumo é reduzida. O Brasil importa a maior parte dos vinhos finos que consome e representa um mercado de potenciais explosivos.

Esses fatos são mais do que suficientes para encorajar vinícolas com  capacidade de se estruturar no Exterior a estabelecerem parcerias e passarem a oferecer rótulos próprios de vinhos elaborados nos países tradicionais produtores. 

Os produtores internacionais vêm se integrando ao cenário nacional e marcam seu lugar para crescerem com o aumento do volume consumido no Brasil. As vinícolas brasileiras fazem o mesmo pois tendo participação garantida no nosso mercado precisam de canais de abastecimento para eventuais demandas maiores. 

A Vinícola Aurora foi uma das primeiras a trabalhar essa alternativa quando numa época de dificuldades de atendimento de seus clientes através do aumento da produção interna passou a trabalhar com vinhedos uruguaios, que visitei com o saudoso amigo Zanotto.
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A gaúcha Casa Valduga, de Bento Gonçalves, já acumula próximo de dez anos de produção com parceria no exterior.  A internacionalização foi iniciada em 2002 envolvendo vinhos argentinos, num modelo que foi se complementando com produtos Casa Valduga chilenos, portugueses, italianos e espanhóis. O projeto vem sendo ampliado e deverá contemplar nos próximos anos vinhos californianos, sulafricanos e chineses. No mínimo serão quase dez fontes de abastecimento de um salto de consumo futuro.

A Casa Valduga está querendo ir mais além e avalia a oportunidade de ter operação própria em Mendoza com o que teria ¨controle total da fonte externa.  Os vinhos produzidos pela Valduga no exterior levam a marca “Mundvs”.


A gaúcha Miolo mantém desde 2008 produção argentina a partir de Mendoza em parceria com o enólogo Cesar de Azevedo do rótulo Los Nevado. A comercialização no Brasil é feita pela Miolo Wine Group e na Argentina e mercados internacionais, por Azevedo. A produção contempla varietais tintos de Malbec e de Cabernet Sauvignon e do branco Chardonnay.


Em novembro, a catarinense Villaggio Grando, de Água Doce, nas terras altas de Caçador, meio-oeste daquele estado, vai inaugurar sua participação no mercado doméstico com vinho produzido na Argentina, na província de Mendoza. Maurício Grando, empresário do setor madeireiro de exportação de peças de madeira certificadas, não teve dificuldades para estabelecer esse contrato.

Sendo vinícolas, pequenas ou grandes, compromissadas com a produção de vinhos finos de qualidade mundial só tenho que enaltecer essas iniciativas.

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