Na década de 1950 uma crise de produção de vinhos na França fez com que comerciantes daquele país viessem ao Brasil para comprar 30 milhões de nossos vinhos, notadamente rascantes e de baixa qualidade. No entanto, as quantidades definitivas que desembarcaram naquele país foram consumidas sem uma só reclamação de qualidade.
Não estou defendendo, na hora do aperto até vinho de videiras americanas é considerado vinho. Se esse capítulo do vinho brasileiro não é motivo para muito orgulho, teve o mérito de chamar a atenção para a existência de vinho por aqui.
Na continuidade dessas exportações, já entrando na década de 1960, o produtor francês Conde de Foucauld, iniciou atividades no Brasil e, em 1962, lançou o primeiro vinho best seller brasileiro, rotulado de Bernard Taillan. Como proposta de vinho de alta gama, esse vinho foi engarrafado em garrafas de melhor qualidade e arrolhado com rolhas francesas longas. Um forte trabalho de marketing direto foi desenvolvido intensamente nos restaurantes do Rio de Janeiro, embora a comercialização fosse realizada em todo o país.
Nos restaurantes finos cariocas verificou-se que o grande problema do vinho Bernard Taillan não dizia respeito a sua qualidade que foi muito elogiada, mas a enorme dificuldade estava nas mãos dos garçons que não conseguiam sacar a rolha longa com seus saca-rolhas inferiores.
O Conde Foucauld entrou em campo efetuando um intenso esforço junto à empresa Tramontina, na cidade de Carlos Barbosa, Rio Grande do Sul, contando com a participação do técnico Bragagnolo, trabalhando até acertar formato e têmpera do aço, assim criando o primeiro saca-rolhas brasileiro de qualidade internacional.
Estava aberto o caminho para vinhos arrolhados com rolhas de alta qualidade no Brasil!
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