Quando a emblemática
cantora francesa nos ofereceu a música La vie en rose, o mundo todo se rendeu à
sua interpretação e ao sentido das palavras. Época de reconstrução de
pós-guerra, os corações estavam espremidos diante das brutalidades praticadas.
Hoje não temos uma Grande Guerra em curso mas somos assaltados a todo momento por notícias de um mundo controverso, com invasões, revoluções, prepotência, cinismo, ascensão de forças insidiosas e uma crescente prostituição das instituições. O mundo está sendo banalizado por pessoas comuns e por aqueles que deveriam ser grandes líderes.
Algo sugere que deveria ocorrer um novo momento de uma vida em cor-de-rosa! Para se enfrentar o buraco negro, o aquecimento global e a violência nas ruas, nada melhor do que um vinho especial, delicado por um lado, fácil de beber, estruturado e agradável ao paladar. Sem necessidade de grandes rituais de degustação, eis aí o crescente sucesso mundial, o vinho rosé!
Enquanto a tendência para de vinhos robustos está também em curso, por conta de uma degustação mais solene, na outra ponta acontece a busca pelo frescor e pela leveza, com a elegância dos ataques distinguidos de boca.
Os vinhos rosés são diretos, francos no frutado, agradáveis na boca, bons tradutores dos terrroirs diversos de onde se originam, trazendo em seu corpo estilo e personalidade da Provence, Córsega, País Basco Francês, Austrália, Brasil e assim por diante.
O preconceito contra os vinhos rosés é histórico e generalizado, embora infundado porquanto nascido do mais puro desconhecimento de sua elaboração primorosa e dos potenciais descritores resultantes.
Dois métodos de produção apontam para características distintas e oferecem diferentes perfis de degustação. Não é demais lembrar que um vinho rosé nunca é resultante da mistura de vinho tinto com vinho branco. Esta prática antiga foi proibida por lei, e só é permitida na elaboração de vinhos espumantes, dentre eles, o champagne.
No método de elaboração por
pressão (pressurage), as uvas tintas ou rosadas são esmagadas e o mosto
levemente colorido que escorre é deixado em maceração a frio durante 12 a 48
horas até que a cor prevista seja atingida. Neste momento, as cascas são
sacadas e a temperatura é elevada para o nível de fermentação. Os rosés deste
processo têm mais fineza.
Adotando-se
a elaboração por sangria (saignée), as uvas são vinificadas seguindo o processo
de elaboração de vinhos tintos, com fermentação e extração concomitante,
ficando a cargo do enólogo estabelecer o momento de sangrar o vinho rosé com a
cor pretendida. Em geral, esses rosés são mais robustos.
Assim, não há justificativas para alimentar preconceitos contra os rosés!
(Todas as fotos por Gilmar Gomes)
(Todas as fotos por Gilmar Gomes)
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