quarta-feira, 10 de outubro de 2012

VINHOS DO BRASIL - ORIGEM, EVOLUÇÃO E CRESCIMENTO

Os colonizadores portugueses não ofereceram qualquer incentivo à vitivinicultura no Brasil de sorte que o cidadão brasileiro não teve um nascimento dentro da cultura da uva e do vinho. Esquecendo as iniciativas de quintal e chácara por puro diletantismo, a produção comercial de vinho no Brasil só teve início a partir de 1875 com a chegada dos imigrantes italianos.


Vinhedo Don Laurindo - Serra Gaúcha - Rio Grande do Sul 

Nos estados de São Paulo e Paraná, ocorreram iniciativas pioneiras que não evoluíram para grandes produções devido às dificuldades climáticas e ambientais, seguindo um caminho inverso,  seus produtores passaram de produtores a engarrafadores de vinho catarinense e gaúcho.

No Rio Grande do Sul e  Santa Catarina, apesar das exíguas tentativas iniciais com videiras viníferas, seu consistente insucesso, levou ao cultivo intensivo das variedades americanas e suas híbridas, conhecidas como uvas comuns. O vinho brasileiro adquiriu a "cara" das hibridas americanas, principalmente da Isabel .


Vinhedo da Santa Augusta - Altos Catarnenses - Santa Catarina

Somente a partir da década de 1970 esse quadro sofreu pequenas mudanças resultantes do investimento de grandes empresas estrangeiras na produção de uvas européias e vinhos finos no Rio Grande do Sul. Foi registrado um aumento gradual da área plantada, cujos vinhos foram aparecendo no mercado até alcançar o nível atual de cerca de 13% em relação ao total produzido. Somaram-se aí as iniciativas viníferas do Nordeste (Bahia e Pernambuco) e a consistente expansão dos vinhos finos de altitude catarinense.
 


Vinhedo da  Vinícola Guatambu - Campanha Gaúcha - proximidades do Uruguai - Rio Grande do Sul

Presentemente, a viticultura brasileira opera uma área de vinhedos estimada ao redor de 77 mil hectares, distribuidos desigualmente desde o extremo sul, em torno da latitude 30°, até áreas situadas até próximas do equador, latitude ao redor de 5°. Para efeito comparativo, a geografia vitivinícola mundial enquadra-se, em ambos hemisférios, entre as latitudes 30° e 45°.
 
Com o uso de terras fora da área geográfica tradicional, surgem múltiplas condições climáticas e ambientais nas quais formam três estilos de vitivinicultura: temperada, subtropical e tropical.
 


Vinho Intrépido - Vinícola Pirenópolis - Goiás - Planalto Central
 
Pode-se estimar que o Brasil tenha uma a produção total de uvas da ordem de 1,65 milhões de toneladas por ano, volume que tem destinação a dois grandes grupos de utilização: cerca de 45% sofrem elaboração industrial para gerar vinhos, sucos e assemelhados, e 55% tem destinação para a comercialização como uvas de mesa.

Disso resulta que, são cerca de 740 mil toneladas de uva destinadas à industrialização, divididas em 77% para vinhos de mesa, 13% para vinhos finos, 9% para sucos e 1% para outros derivados. 
Detalhe: somente a uva destinada aos vinhos finos são de variedades viníferas que geram os 13% de vinhos finos produzidos no Brasil. Em produção resultam algo parecido com 350 milhões de litros de vinhos, divididos de forma aproximativa em 50 de vinhos finos e 300 de vinhos de mesa.
Não obtante a nossa incapacidade de atender a maior parte do consumo interno (abastecido pelas importações), uma pequena parcela dos vinhos finos brasileiros (cerca de 1%) é exportada em quantidades ínfimas para mais de 20 países, dentre eles, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e República Checa.

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